História

40-Nada termina, continua!             (FINAL)   
                    O tempo foi pasando. O Matheus estava ja com outra pessoa e nao mais com a Nicole, ela achou que tudo ficaria melhor na amizade, e se apaixonou por outra garota. Ele sofreu um pouco e resolveu curar a magoa na sua banda de rock que havia se formado a 1 ano, na qual ele era o guitarrista e vocalista, e seu irmão Antonio era baterista. Mas o Antonio nao deixou os esportes com cavalo, ao contrario, era campeao no que fazia e concorria.
               Iasmin quando fez 12 anos ja se apresentava dançando e cantando por alguns aniversarios e festinhas de amigos, realmente a familia tinha sangue musical nas veias.
               Meu pai e minha mae conseguiram comprar uma chacara com o Vitor e se mudaram pra la, era praticamente dentro da cidade. A fazenda do Leo virou estúdio músical e local de lazer da família.
                 A Paula, irmã dos meninos, assim como a Tati, mulher do Leo tinha sua própria clinica, era Pscióloga de nome na cidade, e a Tati uma das melhores nutricionistas da região.
                O Washington era bem famoso ja e dava maior força pros filhos do Leo e a banda deles, que se chamava Complexo 7, nem lembro o motivo do nome... Dona Marisa tinha como passatempo viajar com os netos, até ser proibida pelos filhos, pois a idade ja nao favorecia muito.
                  O Leo e o Vitor criaram uma fundaçao de apoio as crianças carentes que se interessam por música, era a fundaçao Vida Boa. Começou em Uberlandia e logo com o apoio do governo, se estendeu pelo triangulo mineiro.
                    A ideia da fundaçao foi porque em um show em Uberlandia, uma vez, entrou uma menininha no camarim e disse:
-Sou fã de voces, amo voces...
-Qual seu nome?-Diz Leo
-É julia. Tenho 8 anos.
-Bonito nome Julia.-diz ViCtor
-Obrigada. Adoro ver voce tocando violao. Sabe, eu queria aprender só que nao tenho dinheiro nem pra aula e nem pro violao.
-Poxa... e voce é de onde?-diz Leo
-Daqui de Uberlandia mesmo.
-Flor, nao sei porque mas eu sinto que devemos ajudar voce, e que voce merece, mesmo nao te conhecendo. Vou conversar com meu produtor, ele te dara o endereço de nosso escritório, ai voce passa la, te daremos um violao, pode ser?-diz Vitor
-É sério??
-Sim linda. Voce quer?
-Quero...(chorou) Amo voces!!!!
                   Os shows eram cada vez mais inovadores, assim como o estilo da dupla, que odiava rótulos. E como sempre nos shows haviam as que davam em cima do ViCtor, e ele as vezes aproveitava algumas...kkkkkkkk.
               Conheceu varias mulheres interessantes, algumas apaixonou, mas foi coisa passageira. E uma delas uma vez o colocou contra a parede:
-Vitor, se diz que me ama, porque nao damos uma passo a diante, quer dizer, ficamos noivos?
-Flor, acho que ainda nao é hora, rs. Sempre deixei claro que é paixao e nao amor ainda...
-Eu acho que ta me enrolando!!!
-Nao estou nao.
-Eu ja vivi muito e sei qual seu tipo, famoso acha que pode pegar e jogar fora...falo mesmo!
-Por essa e outras coisas que eu digo que nao ta na hora. Sabe, maturidade e amizade sao fundamentais numa relaçao, e tenho certeza que se voce tivesse passado pelo que eu passei, nao falaria isso!
-Aff voce se prende ao passado, que fique sozinho entao! Ja chega Vitor, ja chega.
-Só te digo uma coisa, estou sim apaixonado, mas por aquela menina meiga que conheci, e nao pelo que voce esta se tornando, ja amei e sei o que é isso, ja voce tenho certeza que nao, cresça mais um pouco, nao vivo de passado, mas tomo ele como exemplo... nao quero dar liçao de moral, mas só dizer que estou decepcionado em saber que voce esta agora jogando tudo fora por nada.
-Mas eu te amo e voce nao me da valor! Entao que sejamos só amigos uai.
-Só diga "eu te amo" quando amar flor...
-Voce nunca vai amar ninguem mais nao?
-Amarei, alguém que me mereça. Eu vivo apaixonado, pela vida e por meu som, vou indo e, nao me procure até que a vida lhe diga o que realmente significa AMAR!

                Depois de alguns anos, na formatura do ensino médio da Iasmin (conclusão do 3° ano), todos os alunos estavam partilhando aquele momento de felicidade com os pais. Mas a Iasmin tava aflita, sentada em uma mesa com a família, esperando Vitor chegar de um compromisso.
-Será que meu pai não vai vir?
-Relaxa Mih, já ele chega!-diz Antonio
-E se ele não vier?-diz Mih
-Claro que vem, fica calma. Já ele ta ai.-diz Taati
                Passa alguns minutos. A diretora se prontificou no palco para chamar os alunos para entrega do diploma. Começou pela turma da Iasmin: 3°A! Quanto mais chegava perto do nome dela, mais nervosa ela ficava. A sorte é que cada aluno fazia uma declaração quase, agradecia e tal. Mas ai chegou sua vez, ela olhou mais uma vez pra ver se seu pai havia chegado, mas nada. Subiu no palco onde a diretora lhe entregou o diploma e lhe deu um abraço, ela não ia falar muita coisa, até que quando virou, viu seu pai entrando no salão, ela abriu um sorriso, Vitor abriu outro e se sentou na mesa.
-Querida, quer mandar um abraço a seus pais, fazer algum agradecimento?-diz diretora
-Bom, minha mãe não está presente aqui fisicamente, mas espiritualmente sim! Ela provavelmente está ao lado do meu pai, o Vitor! Queria agradecê-lo por ter feito o papel de mãe esse tempo todo, e por me amar tanto. Eu tenho a melhor família do mundo, porque foi nela que aprendi o significado de Deus e de amor. Aprendi que não importa qual seja sua riqueza material, se você é feliz, isso basta. Queria dizer que dói muito não ter uma mãe, então se você tem uma, ame-a e diga isso a ela enquanto pode, o mesmo eu digo para os maridos que tratam suas esposas como se fossem qualquer coisa... entre um casal deve-se haver respeito e principalmente amizade. Espero que meu futuro seja cada vez melhor e desejo que todos façam as coisas por amor, pois o sucesso daí será consequência, e lembrem-se, não existe problemas, e sim desafios nessa vida!
                Todos aplaudiram de pé. Ela desceu do palco emocionada e foi abraçar o Vitor, que já estava chorando.
                Mais tarde uma moça chegou na Iasmin dizendo:
-Seu pai é muito gato. Sem querer ofender, ele tem namorada?
-Rs, bom, pergunte a ele. Eu não sei se posso ficar dizendo...
-Haha, tudo bem. Viu, você disse que sua mãe está presente aqui espiritualmente... mas isso não existe, quem morreu, morreu...
                Aquelas palavras foram ditas ao vento, pois o que a Iasmin fez foi sorrir, e sair dali!
               Nada termina, tudo continua... talvez Vitor se apaixone mais algumas vezes, talvez encontre outro amor, talvez ame somente sua filha e mais ninguém. Quem sabe? Uma das coisas que o Vitor soube muito bem ensinar é que nao devemos preocupar com o futuro deixando de viver o presente, e que nem o mais sabio dos sabios sabe de tudo. A vida é curta e qualquer deslise pode acabar com ela... nao existe fim ou morte, e sim uma passagem. No final só a luz... a luz da Lua talvez, que um dia ja embalou tantas paixoes, ou a luz da música, que em sua melodia ja acalmou muitos coraçoes!

Para finalizar, veja o vídeo:
 FIM!










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39-Eles vao perguntar e nao vou saber responder

                O público, os fãs e nas entrevistas sempre tocavam nesse assunto, e por mais que tentassem evitar, tinha que responder como era lidar com essa situaçao. Mas isso os ajudou a nao esconder os fatos e aliviava de certa forma.
                Os fãs se acostumaram com o silêncio principalmente do Vitor, mas eles ainda sorriam porque é assim que devemos estar, felizes sempre, por mais que a dor seja grande. Muitas pessoas dependem desse sorriso. É nesse ponto talvez que seja difícil ser artísta, porque voce pode ter mil problemas, mas nunca devera descontar no público, pelo contrario, ainda devem passar alegria e boas energias. Por outro lado ser artísta é bom, pois do contrario não teriam um apoio de um milhao ao inves de 10 somente...
                Um certo dia, depois de um show numa cidade litorânea, Vitor deixou de lado a depressão do hotel e foi sozinho pra praia, de madrugada. Eram 4 e pouco da manhã, ele sentou sozinho na areia e ficou olhando pra lua. De repente alguém disse:
-Como você esta Vitor Chaves?
-Hã?
-Sou eu, o Arthur, você não vai me ver, porque você nao quer.
-Como sabe que eu nao quero?
-Eu nao sei, mas uma força chamada Deus me disse isso. Além do mais...
-Cala a boca, seja la que tipo de energia voce seja, eu ainda tenho o direito de querer que fique longe de mim.
-Eu bem que disse...Mas voce precisa me ouvir!
-Pra que? Pra chorar? Sabia que dói?
-Eu nao tenho noçao do que é dor desde que eu morri...mas sei o que são sentimentos, e que você esta triste. Mas nao custa me ouvir...
-Vai embora, me deixa em paz!
-Vitor, Vitor, sempre teimoso!
-Se nao for embora eu vou entrar nesse mar gelado e só saira dali meu corpo morto.
-Hahahaha, voce nao faria isso, e se fizer, sera bem vindo ao mundo que estou!
-Aaaaaaaaa ja chega, voce ta me insultando! Ja arruinou toda a minha vida, ta querendo o que agora hein?
-Nao arruinei nada. To querendo saber se voce quer ou não ver a Dani...
-Hã?
-Voce entendeu!
-Nao me faça chorar, por favor.
-Tudo bem, pense e depois me diga. Sempre que precisar pensa com fé em mim e chame pelo meu nome, virei atender voce. Só voce é quem pode decidir isso, pense se lhe fara ou nao bem. Vou indo.
-Espera... nao entendi bem... Arthur??? Aff pra variar ele some bem quando preciso! Que droga... Mas eu tava com saudade dele, e agora estou me sentindo ruim haha, eu sou um idiota!
-KKKKKKKKKKKKK é mesmo, pra ta falando sozinho HAHAHAHHAA. -ri Leo, chegando ali.
-Aff, o que ta fazendo aqui?
-Vim te arrastar pro hotel. Amanhã voltamos pra Uberlandia e teremos reuniao quase o dia todo, portando voce tem que dormir.
-Pareço um bobo aqui sozinho chorando, e falando pro mar ouvir, pra lua...
-Jamais cara, voce ta lavando sua alma. Vamos?
-Vamos Leo, obrigado cara, por ser tao irmão assim, por me aguentar e mesmo com tudo gostar de mim.
-Vitor, eu te amo rapaz!
                  Foram dormir. Se nao fosse o cansaço ele nao dormiria, mas no outro dia ele estava no mundo da lua durante a tal reunião.
                 Em casa a situaçao não era facil, o Vitor foi morar na fazenda com a Iasmin e com meus pais, minha mãe cuidava da Miih quando o Vih não estava. Ela foi crescendo e claro, ficando cada vez mais linda, assim como os filhos do Leo, que por onde passavam arrancavam suspiros das meninas.
               Certa vez a Iasmin chegou em casa, numa terça feira, e foi dizendo:
-Papai, papai, aproveitando que é sua folga, me ajuda com o dever de casa?
-O anjo, ajudo, como é seu dever?
-Entao, é que vai ser meio dificil pra mim...
-É? E porque?
-Porque o dever é assim, tenho que achar uma foto de familia pra levar na escola, porque a gente ta fazendo um album do nosso perfil. Entendeu?
-Entendi, e qual é a dificuldade nisso? Em que quer que o pai ajude?
-Assim, me ajuda a separar algumas fotos?
-Sim...
-A dificuldade é que eu vou levar uma foto da mamae.
-Ah filha, o pai ja disse que voce nao pode ficar triste. Alias foi voce mesma que me disse uma vez que a mamae gostaria de nos ver felizes...
-Eu sei papai, eu sei, mas é que meus amiguinhos vao perguntar o que aconteceu com ela, e eu nao vou saber responder!
                 O Vitor ficou meio sem palavras, mas disse pra Iasmin só dizer que ela tava com o papai do céu. Nesse mesmo dia recebemos a visita da velha amiga Isa, o marido Lucas e o filho Luiz. E num momento em que só estava o Vitor e a Isa sozinhos, ela disse:
-E a Iasmin, como ta passando por tudo?
-Ah Isa, ta levando melhor que eu haha, hoje ela me surpreendeu dizendo que nao sabe o que falar pros amiguinhos se eles perguntarem o que aconteceu com a mae dela.
-E ela nao sabe porque? Voce nao explicou ainda Vi? Já vai fazer 2 anos...
-Eu sei, expliquei, mas tem uma coisa que somente o Leo e voce sabem, nem meus sogros, nem meus pais e nem a Iasmin sabem...
-E o que é? Eu sei é?
-Sim. Voce lembra de quem foi a culpa desse acidente?
-Sua por estar em alta velocidade e do caminhoneiro por ter freado bruscamente...
-Também, mas isso todos sabem, o que nao sabem é que o motivo da minha pressa foi pra assistir um maldito jogo do Cruzeiro, voce deve se lembrar que na noite anterior do acidente voce nos mostrou uma mensagem, que dizia para nao cairmos em tentaçao, certo?
-Certo... ah, entendi... é isso, mas eu pensei que todos soubessem!
-Nao, nao sabem e como é que vou explicar pra eles? Aff desculpa ja estar chorando de novo...
-Oh Vitor...
-Como vou dizer que por culpa minha ela se foi hein? Culpa minha cara...quando ela mais precisava de atençao eu pensei só em mim...ai Deus, porque?
-... Nao sei o que te dizer, mas agora é seguir em frente nao é?
-Tentar né Isa?
-Claro, olha pra sua filha, ela tem um futuro lindo pela frente!
-Uhum, isso que me da forças.
               Ele contou sobre aquela vez que o Arthur lhe propos "me" ver outra vez, sim, voltei para a primeira pessoa, eu Dani narrando outra vez, sabe porque? Porque ele disse nao, ele nao quis que eu mantivesse contato com ele, e foi bom pra ele nao sofrer, mas eu estou sempre perto, vigiando eles e mandando boas energias sempre. Mas algo me deixou triste...espiritos tem sentimentos!
-Vitor, quero te fazer uma pergunta, nao leve a mal.
-Faça Isa.
-Voce pensa em amar outra pessoa?
-Sabe, eu nao penso, porque isso acontece do acaso. Um dia eu disse a Dani que a gente só ama uma vez na vida, de verdade. Eu amei duas pessoas, uma que me envolvi quando era muito jovem e a Dani... entao errei no que disse, depois disso nao quero dizer se vou ou nao amar outro alguém, nunca sabemos....

Continua 


38-Uma passagem, deslise, por causa de uma tentação!             
                     
                  Fomos embora, na verdade só o Leo com a familia, eu, Vitor e Iasmin fomos pra SP visitar amigos, entre eles a Isabela, que nao via a algum tempinho ja. Ela sabia de toda historia espirita que nos rodeava, entao contamos a ela o que estava acontecendo, mas ela me deixou aliviada, dizendo que recebeu uma mensagem que assim dizia:
 "Nao tenha medo quando lhe contarem algo desesperador. Voce ganhara mais um amigo que na verdade nunca perdeu. Ele esta de volta para desenganar a quem nunca acreditou na vida após morte. Mas por insistencia tudo pode dar errado, siga seu coraçao, seus instintos e nunca a tentaçao."
-Ta ai, pode ser o Arthur, ele vai voltar.-diz Isa
-Gente, sera que isso existe? Sera que é possivel?-diz Vih
-Deve ser. Mas a gente tem que achar um meio de nao cair nessa "tentaçao" ai, isso vai ser nosso deslize...-diz eu
-Verdade, verdade.-diz Vih
-Mas vamos mudar de assunto? Vamos sair pra nos divertir? -diz Isa
                   Esqueci de falar, a Isa havia se casado, tinha um filho de 4 aninhos ja, chamava-se Luiz Fernando, ou Nando pros intimos. Seu marido era Arquiteto, chamava-se Lucas, e ela trabalhava com culinaria, era chefe de cozinha de um restaurante ali de Sampa. Fomos entao os 6 nos divertir por pontos turisticos da cidade. Foi um dia cansativo porém aproveitamos muito e jogamos muita conversa fora.
               No outro dia iriamos sair la pelas 14h da tarde pro Aeroporto pra irmos embora, mas o Vih ficou sabendo que haveria jogo do Cruzeiro em Uberlandia naquele domingo e resolveu ir mais cedo, pegar o voo das 11h pra la, pra chegarmos a tempo, nos acordou e tudo. Acordei xingando ele também kkkk.
-Haha, tudo por jogo! Esses homens...-diz Isa
-Pra voce ver Isa! O Vitor, vamos mais tarde meu filho..
-Dani, faz séculos que nao vou a um jogo do Cruzeiro...
-Aff.
                 Mesmo assim fomos. Ao chegarmos em Uberlandia, pegamos nosso carro e fomos indo pra casa.
-Vitor, pra que a pressa? Ta cedo ainda!
-Preciso tirar um cochilo antes de ir ver meu jogo né? Nao sou de ferro.
-Ai ai ai!
-Voce vai comigo?
-Eu nao curto muito, voce sabe. Chama um amigo seu e vai.
-Hum, ta bem.
-Mas nao corre tanto Vih!
                 Nisso a Iasmin acordou, estava dormindo porque a noite ela dormiu mal.
-Mae...
-Oi filha, acordou?
-Sim, to com fome!
-Ja estamos chegando em casa...e vamos chegar logo pelo jeito...
-Kkk. Papai?
-Oi anjo?
-Porque voce ta andando rapido assim?
-Pra chegarmos logo, papai tem compromissos depois.
-Ah... entendi.
-Viitoooor cuidadoooo!!!
                    Foi um caminhao, nao sei... nao consegui ver direito. Nosso carro rodou, a Iasmin gritou e...dai entao vi a imagem do Arthur:
-Vem comigo, vou proteger voce Dani...

Pelo fato de estar desacordada, daqui pra frente a historia sera narrada em terceira pessoa. O fato é que Vitor estava em alta velocidade e quando na sua frente um caminhao freou, ele nao teve tempo para frear tambem e jogou o carro no barranco, capotaram e foram parar no meio da pista. Outro carro bateu neles. Logo muita gente se aglomerou em volta, policiais, equipe médica e bombeiros estavam ali. Se ouvia um choro e sangue corria na pista. Tiraram a Iasmin das ferragens, o carro estava detonado.
                  Quando o Leo chegou se desesperou, nao deixaram ele chegar perto, tiraram o Vitor dai, que estava acordado também meio fora de si. O Leo foi até ele, a Iasmin tava na ambulancia com a Tati e com minha mae. O Vitor foi pra outra ambulancia, teve ferimentos leves, cortou o braço. Foram todos pro hospital, nem vou comentar sobre a mídia que estava presente, claro, pior que urubu na carniça.
                  Algumas horas depois o Vitor acordou na cama do hospital, viu sua mãe chorando abraçada com seu irmão ali no quarto.
-Mãe? Leo?
                   O Leo olhou assustado pra ele, dona Marisa chorou mais ainda e correu abraçar o Vitor que ja havia levantado e estava sentado na cama. O Leo foi la perto.
-Mãe, eu to bem, porque esta chorando tanto?
(...)
-Gente, alguém me fala alguma coisa? O que ta acontecendo? A Iasmin, cadê ela, e a Dani? Hein?
-O meu filho...
-A Iasmin ta no outro quarto ali.-diz Leo meio chorando
                 Ai o Vitor levantou, olhou pro Leo:
-E a Dani, eu quero ver elas...
-Para Vitor, cara, senta ai...
-Porque ta chorando também Leo? Pelo amor de Deus, alguém me diz alguma coisa?
-A Dani, Vitor... ela, ela nao aguentou cara. Eu lamento...(e chorou abraçando o irmão)
                 O Vitor simplesmente travou, nao saia fala, era como se o mundo houvesse congelado naquele momento. Com o olho cheio d`agua ele disse:
-Voce ta brincando comigo não é Leo?
-Nao...
(Ele subiu o tom de voz)
-Como não? Não pode ser, Naaaaaaaaaaao...
                O Leo segurou ele pelo braço pra ele nao sair correndo dali desesperado. O que lhe restou foi abraçar de novo o irmao e chorar, feito uma criança. Era uma dor imensa, algumas horas depois ele ja foi pra casa com a família, ou melhor, pra casa do Leo. O clima tava pesado, ninguém falava com ninguém la pra evitar o choro. A Iasmin assim que chegou em casa, acordou dos medicamentos que deram no hospital, ela ainda nao sabia e foi muito dificil pro Vitor contar, ele segurava as lagrimas, tentando explicar que a "mamae" estava no céu com Deus, olhando por todos eles.
                  Algumas horas depois começou o velório, pra ser específica, as 10h da noite. Amigos, entre eles a Isabela, alguns parentes e conhecidos foram pra Uberlandia. O Vitor nao conseguia parar um só segundo de chorar, nem o Leo. Em geral a familia chorou muito. No final o padre perguntou:
-Alguém aqui quer dar algumas palavras? Sei que é dificil, mas se alguém quiser...
-Eu. Meu nome é Isabela, eu conheci a Dani quando tiamos 9 anos. Ela foi e sempre sera minha melhor amiga... ...ta dificil falar mas, onde quer que ela esteja, sempre estara entre nós, de alguma forma, acredito nisso.
                    O pai também falou, a Taty, alguns outros amigos, e por ultimo o Leo e a Iasmim:
-Também queria falar... cara, eu nao sei de onde to tirando força pra ta de pé aqui. Eu conheci ela ainda muito jovem, ela tinha 6 anos de idade... Nao sei se foi o destino, sei la... me mudei pro lado da casa em que ela morava e bati a sua porta pedindo uma vassoura emprestada, rs. Ela com medo saiu e me atendeu... mal sabia eu que ela entraria de tal forma na nossa vida. Se ela mudou a minha, o que dizer da do meu irmão... estaremos sempre juntos, sempre!!!
                   O Vitor desabou. Ai a Iasmin tomou frente:
-Eu queria falar... eu só tenho 6 anos e nao entendo direito essas coisas, nem sei direito pra onde a mamae foi. Mas eu queria falar pra voces que a gente nao precisa ficar triste, porque ela vai ta vigiando a gente. Papai, nao chora, a mamae gosta do seu sorriso!!
                      Passou. O enterro aconteceu no outro dia as 11h da manha. Foi um luto imenso na familia. Ela era filha única e seus pais sofreram muito. O Vitor precisou mais que nunca de uma piscicóloga pra nao entrar em depressao, ou em um luto profundo. Por mais doido que fosse, teriam que voltar a vida norma. Em 3 meses, pós férias, subiram aos palcos, o carinho do público era imenso, isso os mantinha fortes.                

CONTINUA 
37-Uma familia como as outras

-Dando concelho aos sobrinhos apaixonados? Kkkkkkk-Diz Vih
-Kkkkkkkkk, tem que dar né?
-Haha. Tem.
-Vih, me da um abraço??
-Claro amor. O que foi hein?
-Nada, só quero um abraço teu mesmo. Meu lindo.
-Rs, minha linda. Te amo, assim, muuuuito, sabe?
-Sei, te amo mais ainda.
-Rs, olha la a Miih brincando com o Leo, que fofo. Ele queria ter uma menina também eu acho.
-Haha pois é. Ela cresceu né?
-Uhum, ta linda. Ainda vai dar um trabalhooo pra gente.
-Kkkk ai nem fala. Parece um anjo...
-Sinto orgulho dessa familia, de verdade. Eu nao planejei assim e foi por nao ter planejado que me surpreendi, por isso que digo, ser imprevisivel é beeem melhor!
-Hahaha, voce e seus ensinamentos.
-Mas é verdade. A gente aprende constatemente e mesmo o mais sabio de todos ainda é um eterno aprendiz...
-Verdade, aprendi tanta coisa nessa familia, e com meus pais tambem. E com os amigos entao nem se fala.
-As pequenas coisas nos ensinam. Nossa pequena Miih nos ensina, percebe?
-Aham. Rs, adoro isso tudo que voce fala, apesar que nao entendo algumas filosofias kkkkkkkkkkkkk.
-Hahahhaha.
               Aquela viagem tava sendo ótima, apesar que nao conseguiamos respirar do lado de fora sem seguranças rs. Mas a gente fazia o povo entender que eramos uma familia como as outras, conhecemos pessoas ótimas naqueles dias e até fãs, que souberam respeitar. Tiveram umas piriguetes claro, mas nada que os seguranças nao pudessem acalmar. Uma tarde em que estavamos sentados numa churrascaria com alguns velhos e bons amigos la da cidade, entre eles um tio meu que la morava, vieram 2 garotas meio gritando:
-Leeeo, Victoooor... ain eu amo voces, desculpa gente a euforia, mas é emoçao...-disse uma delas
-Emoçao de mais, somos fãs...
-Calma flores..rs.-diz Vitor
-Por favor, sem agitaçao moças.-disse o Clovis (segurança)
-A gente quer uma foto, pode ser?-diz uma delas
-Tudo bem, vamos ali perto daquelas flores.-diz Vitor
-Hei, queriamos pedir pra nao baterem fotos da familia...-diz Leo
-Ah desculpa.
                  Ai eles foram perto das flores e tiraram fotos com os meninos. Alguns minutos depois eu fui ao banheiro com a Taty, e essas meninas estavam la. Tava arrumando meu cabelo de frente ao espelho, quando uma delas olhou pra mim e disse:
-Como é estar casada com o ViCtor?
-Uai, rs... normal. Ele é uma pessoa como as outras, ele e o Leo, somos uma familia normal.
                Foi entao que ela me disse uma coisa que estragou todo o meu dia.
-Esperava que disse que isso é a melhor coisa do mundo. Voce o ama, nao?
-Claro que amo, e nao preciso dizer que ele é uma das melhores coisas na minha vida. Ele e nossa filha.
-Ela em breve nao tera mais voce.
-Hã? O que esta dizendo? -diz Tati saindo do banheiro
-Também nao entendi.-diz eu
-É simples, voce ainda ira entender. Nao foi por acaso que cheguei até voces, sei que soa uma familia católica porém com fortes crenças espiritas. Ha um espirito que ja teve contato com voce nao é Daniele?
-Do que ela ta falando Dani?-diz Taty
-Sim, o espirito do... ah mas o que isso tem a ver? Como sabe disso?
-Nao faça perguntas, apenas me ouça. Ele nao sumiu como voce pensa, esteve todo tempo na familia, mas em pouco tempo ele e voce estarao no mesmo plano. Ou ele regressa ou voce ira... vai depender de uma pessoa. Por isso perguntei a voce como é estar com o Victor.
                 Comecei a chorar, a Taty brigou com elas e se foram, sem dizer mais nada. Lavei o rosto e sem dar uma palavra voltei pra mesa meio assustada, o Vih percebeu, me chamou em um canto pra falar comigo.
-O que foi meu anjo?
-Vitor, aquelas fãs...(e contei tudo a ele).
-Nossa... me deixou assustado, de verdade.
-Eu to desesperada Vih.
-Calma amor, me da um abraço, nao vou deixar nada acontecer, eu prometo!!!
-Eu te amo, muito...
-Nao vamos apavorar mais ninguém, tudo ficara bem, vai ver.
                  Naquela noite nao dormi direito, tive pesadelos e fiquei me perguntando que ser era aquele que pode me dizer coisas horriveis. Precisava de ajuda, minhas férias ja haviam acabado naquele dia, pois nem os lindos lugares daquela cidade me encantava mais. Ainda ficariamos ali por mais 3 dias, tentei me divertir mas nao conseguia, dizia para a familia que estava apenas de TPM.
                  Uma noite antes de irmos embora, estava na varanda olhando o mar. Eram quase 1 da manhã pra falar a verdade.
-Amor, perdeu o sono?
-Perdi...
-Voce ta tensa demais, relaxa.
-To aqui tentando...rs. E voce, acordou porque Vih?
-Eu sinto quando voce nao ta bem, sabia? E acordo!
-Sei. rs.
-Vamos dar uma volta na praia? É a única hora que podemos ficar juntos e sem ninguém pra atrapalhar.
-Rsrs, vamos.
                  Saimos andando pela areia fria. O clima era perfeito, nem calor demais, nem frio, madrugada linda. Saimos de maos dadas como nos velhos tempos, conversando, até que paramos numas pedras, na qual o Vih se encostou e me puxou, beijando-me.
                    Nao havia absolutamente ali naquele lugar paradisiaco, a mente safada do Vih ja aproveitou da situaçao. Mas na real quem começou foi eu, tirando a camiseta dele. O mar foi o unico testemunho, juntamente com a lua do que aconteceu ali, e foi lindo, como sempre. Eu nem imaginava que aquele lindo cenário de Floripa que um dia nos viu se beijando pela primeira vez, nos veria de novo alguns anos depois, casados e se amando.
                Ficamos ali mais alguns dias, voltei até mais preta que o normal devido ao sol hahahahah. Todo mundo voltou rs.

continua
36-Nossa pequena ta crescendo


               Passaram-se os anos. Eu estava trabalhando como Agronoma numa empresa de Uberlandia e ganhava até bem la. Nossa pequena Iasmin estava com 6 anos e minha idade e do Vih abafa kkkkkkkk estavamos ficando velhos ja, os filhos do Leo estavam com 16 e 12 anos, lindos. Um era campeao juvenil de tenis do triangulo mineiro (Antonio) e o outro seguindo os passos do pai, na apartaçao para jovens, categoria 14 até 18 anos (Matheus) e detalhe, os dois cantavam também e tocavam, mas isso era pra horas vagas.
                O Matheus tava namorando a garota que ele amava desde os 13 anos, chamava-se Nicole, ela era uma pessoa boa e nao tinha muita sorte na vida. Morava com a mae e o pai havia sido preso por tentativa de roubo. Era vista com outros olhos no colégio, até porque sua mãe trabalhava na secretaria da escola e ela estudava la com bolsa de estudos. Sua humildade e honestidade, unida a sua alegria e força com que encarava a vida chamou a atençao do Tato, haha.
                 No começo do ano eu peguei férias, justamente na época em que o Vitor folgava também, pra podermos viajar. Era época de férias escolares, ou seja, o Leo aproveitou também pra viajar com os filhos. Era verao e tal, decidimos ir pra praia, todo ano iamos, geralmente pra Santos, Salvador, Floripa, Rio... Mas ja faziam 3 anos que nao iamos para Santa Cantarina, e como Floripa despensa comentarios, decidimos ir para la.
                 Faltando 4 dias para viajarmos o Tato nos veio pedir um favor... foi la em casa numa tarde de sabado com a namorada. Quem conhecia ela era só os pais dele e tal...
-Oi Matheus, tudo bom?
-Oi Dani, tudo, essa é minha namorada, a Nicole... e essa é minha tia, Dani...
-Ola Nicole, prazer.
-Prazer é todo meu.
-Entrem rs, o Vih ta na sala. Fica vontade Nicole.
-Rs Muito obrigada.
                 Ela era bem timida ao meu ver. Sentaram na sala, o Tato apresentou o Vitor pra ela e a Iasmin. Eu fui fazer um lanche com a Maria (empregada) na cozinha.
-Tio, eu vim na verdade pedir um favorzao pra voce, se tiver como...
-Hum haha, tenho medo.
-Kkkkkkkkkk. É que assim, a Nicole vai viajar com a gente, a mae dela deixou né Nick?
-Sim rs.
-Que bom flor, vai ser muito bem vinda. Só nao se assuste com a familia hahahahha.
-Kkkkkkkkkkk, obrigada.
-Voce é namorada do Tato?-diz Iasmin
-Sou lindinha rs.-diz Nicole
-Hhaha, entao, só que la em casa vai meus pais, a vó e o Toni, ai só caberia mais um no carro, eu queria saber se no carro de voces tem lugar pra gente rs...
-Ahh, claro que tem. Vai só nós tres aqui, tem mais dois lugares sim, podem ir. Ou se caso voce quiser ir com seu pai, pede pra vó vir com a gente.
-Naaao kkkkk. É que sabe como é né tio? Meu pai fica com brincadeira boba e queima meu filme.
-Hahahahahhaha. Tudo bem, entao voces vem com a gente.
-Ebaaaaaa o Tato vai com a gente, o maaaaaaaaaaeee ... -diz Iasmin
-Haha valeu tio, te amo.
-De nada rapaz. E voce ta quietinha Nicole... fale mais ai, nao fique timida.
-Nicole, vem ca pra eu te mostrar minhas bonecas...-diz Iasmin
-Miih, ela nao brinca mais de boneca haha.-diz Tato
-Mas é só pra ela ver seu chato. -Diz Iasmin (Miih)
-Vamos la ver entao Iasmin, licença Vitor...-diz Nicole
-Ah sinta-se em casa flor. Rs.-diz Vih
                 Ai ficou o Vitor e o Matheus sozinhos na sala.
-Tato, me diz uma coisa, a mae dela deixou mesmo ela ir né?
-Deixou tio, minha mae ligou na casa dela e tal sabe? Foi meio trabalhoso a mae dela deixar, mas deixou.
-Sei. E vem ca, eu tenho certeza que a mae dela ta confiando muuuito em voce, certo?
-Sim, demais.
-Entao nao vai aprontar nada de errado com a menina antes do tempo.
-A gente tem juizo tio, eu respeito muito ela.
-Quem bom, e espero que respeite mesmo, voces sao novos demais pra certas coisas.
-Que coisas?
-Aff voce sabe do que eu to falando menino!
-Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. Sei sim tio, fica tranquilo. Eu amo ela, e sei que se eu fizer isso tudo vai mudar.
-Vai mesmo.
-Só que eu fico preocupado sabe, porque meus amigos ja nao sao mais virgens, os meninos da minha idade a maioria nao sao e eu.. ah eu sou.
-Hahaha, uai, mas o que que tem? Bicho, voce tem 16 anos, relaxa, uma hora acontece, e outra, nao é porque seus amigos nao sao que voce tambem nao vai ser. É bonito quando voce faz por amor, no momento certo com a pessoa certa, entao...
-Ta ta ta, ja entendi tio, sem sermoes...kkkk.
-Oxe hahahha. Nem era sermao. Mas é verdade isso.
-Eu sei. Ela ja tem muitos problemas, digo, desafios na vida, nao quero trazer mais preocupaçoes pra ela.
-Seu pai comentou mesmo. Ela mora com a mae né?
-Sim, e tipo, admiro demais ela tio, pela pessoa que é, ela nao tem boas condiçoes financeiras e tal mas só os valores dela a deixa rica entende?
-Entendo, que bonito ouvir isso de voce cara.
                Até que chegou o dia de viajarmos. Fomos de carro até o aeroporto, e de la pegamos o aviao pra irmos. Fomos de manha, chegamos a tarde devido aos horarios, ficamos na casa de praia que tiamos la, no bairro dos Ingleses, um lugar bem bonito. O Matheus dormiu quando chegou la, o Antonio foi jogar no notebook dele, a Iasmin ficou brincando com o tio Leo, a Taty e a dona Marisa foram caminhar, o Vih também puxou um ronco no sofá e eu fiquei sentada na varanda conversando com a Nicole.
-Nossa é lindo aqui! Amei.-diz Nicole
-Lindo né? É a primeira vez que vem pra ca?
-É. Eu quase nao viajo sabe.
-Nao gosta?
-Eu gosto, mas é que a condiçao financeira as vezes nao ajuda. Ou quase sempre. Kk.
-Ah siim. Eu fiquei a primeira vez com o Vitor aqui nessa cidade. Tinha 18 anos.
-É? Nossa que massa. Como conheceu ele?
-Bom, conheci quando eu tinha 6 anos kkkkkkkkkkk.
-Nossa!!! Hahaha.
-Srrsrs. É que eu morava em SP, e eles mudaram pra la do lado da minha casa. Ai começou toda a amizade sabe?
-Nossa que legal. E como se apaixonaram?
-Assim, eu tinha uns 10 anos quando foram embora de SP, inclusive o Matheus tinha 2 meses na época kkkkkkkk, ai sem querer perdi contato com eles, e me tornei fã do trabalho deles sabe?
-Sei. E voce ia em shows dai?
-Eu ia, mas era dificil chegar até eles, e ninguém acreditava que eu os conhecia. Até que um dia deu certo, eu ja tinha uns 17... ai quando fiz 18 comecei a trabalhar na equipe com eles, mas ai me desentendi com uma garota que amava o Vitor, porque ela soube que fiquei com ele aqui em Floripa kkkkkk.
-Hahaha que foda.
-Pois é kkk, história doida. Ai depois disso me apaixonei e tal, ficamos juntos, brigamos um monte de vezes...foi uma fase bem dificil, mas ai quando engravidei ficamos juntos e durou até hoje.
-Ai que lindo! Eu apaixonei pelo Matheus porque ele fazia ingles comigo, ai ganhei bolsa pra estudar no colégio dele e como só conhecia ele la, nos tornamos amigos. Passamos a estudar na mesma sala e um foi gostando do outro.
-Ah que fofo.
-Rs, mas tenho medo, porque assim, eu nao sou rica sabe, e ele é, os outros pensam que estou com ele por causa do dinheiro, mas nao.
-O importante é que ele sabe que voce ta com ele porque gosta realmente dele. Eu também nunca fui rica, pelo contrario kkkkkkkkkk. Eu achava que nao ia dar certo com o Vih por isso mas deu. Mas eu estudei e hoje tenho meu salario, nao dependo muito dele nao.
-Eu quero fazer o mesmo, estudar e ter meu emprego, ajudar minha mae e tal.
(...)
-Aaaaai que preguiça!!!-Diz Tato
-Acordou?-diz Nicole
-Pois é kkk, o Vitor me acordou!!! afff. Vamos andar por ai amor?
-Vamos, vou la Dani...
-Ta, divirtam-se, e juizo ein.-Diz eu
(...)


35-Dando rumo pra vida

                 O fato é que nao entendemos bem o recado. Fiquei chorando ainda nao sei se de medo ou nervosismo. Nunca tinha sentido aquilo...foi bem estranho. Naquela tarde fomos pra fazenda e almoçamos la, com meus pais e a familia do Leo.
                 O tempo depressa foi passando, os anos estavam cada vez mais curtos e corridos. Quando a Iasmin fez um aninho demos uma festinha linda pra ela, e nós adultos cada vez mais velhos também. A Paula e o Washington casaram, foram morar juntos finalmente, e o Washi estava bem famoso também com sua banda de rock, aparecendo na midia e tudo mais.
                  O Matheus era bem ligado a rock também, e quando nao tava com uma guitarra na mao, tava na fazenda montando a cavalo, coisa que ele amava, puxou pro pai. Ja o Antonio entrou na escolinha de Tenis, ele tava com 7 anos e ja mandava bem nos esportes e no violao, coisa que o malandro do Vitor os incentivavam também.
                  Eu tinha parado com esse negocio de musica, pela familia toda estar envolvida com isso, me fez desiludir e enjoar de certa forma, mas ainda pegava no violao as vezes e fazia algumas musicas, algumas as vezes gravadas pelo Victor e pelo Leo, pelo Washington e até uma pela Paula Fernandes, que vinha nos visitar de vez em quando. Eu ganhava com isso, porque nao tava trabalhando entao ja era uma grande coisa.
                 Nao haviamos batizado a Iasmin ainda até pelo fato de nao frequentarmos nenhuma igreja, mas a familia era católica entao resolvemos fazer isso, o Vitor só nao chamou a Xuxa pra madrinha de batismo porque ela já era madrinha do Antonio, que o Vih nao escute mais...nao gostaria da Xuxa como madrinha, eu respeitava e tudo, mas nao ia muito com a cara.
                Enfim, como a Iasmin ja tava grandinha, ela ficou com a baba e assim pude voltar a trabalhar. Na verdade voltei foi a estudar, tava fazendo curso de Agronomia na faculdade, duraria 5 anos. Outra coisa que tambem aconteceu foi que me casei com o Vih, nao na igreja, mas nos papéis só. 
                     Passaram-se mais 2 anos. Todos com rumo certo ja na vida. Eu com 23 anos, estudando, os musicos da familia sempre na estrada e tal...
                      O que marcou aquele ano foi o que o Matheus aprontou no colégio. Ele era um dos meninos mais populares da escola e vivia rodeado de meninas, tava ficando ate meio metido. Ele tava na sétima série, tava com 13 anos, e num certo dia entrou uma garota nova na escola, ela tinha 14 anos ja, mas ele começou a puxar papo no recreio com a garota! Sentou do lado dela que estava sozinha:
-Oi.-Diz ele
-Oi.            
-Como voce chama?
-Ana Julia.  E voce?
-Matheus. Voce é nova por aqui?
-Sim, me mudei essa semana pra Uberlandia. Eu vim de Belo Horizonte.
-Legal.
(...)Conversa vai, conversa vem...
-Que voce gosta de fazer Ana?
-Ah eu adoro maquiagem, e também amo ver filmes, ouvir musicas...e tu?
-Bicho eu gosto de tocar, cantar, andar de cavalo, praticar esportes...
-Serio? Eu gosto de cavalos, mas quase nao tenho contato com eles...rsrs.
-Eu monto na fazenda do meu pai.
-Seu pai tem uma fazenda?
-Tem.
-Legal, que seu pai faz da vida?
-É cantor. E o seu?
-Arquiteto. Seu pai é cantor? Ele é famoso?
-Sim, Victor & Leo, sou o filho do Leo.
-Aaaaaa ta brincando?
-Nao...
-Matheus "Chaves"?
-Sim hahahaha.
-Nossa, assim, nao curto muuuuuito sertanejo, mas seu pai e seu tio mandam bem viu.
-Obrigado. Hei, vou comprar um lanche, voce quer?...
(...)
                  E dai em diante o Tato apaixonou na menina, detalhe que ele ficou mega iludido por ela, até o dia em que a Taty pegou um bilhete que a Ana mandou pro Tato... ela brigou com ele e contou pro Leo, nossa ele ficou muuuuito bravo com o menino hahaha.
                  Um amigo do Matheus disse a Taty que a menina tava interessada só no dinheiro e na fama dele, e que ela tinha namorado mas nao contava pra ninguém e ficava enganando o Tato.  A Taty tentou falar com ele mas nao adiantou, até que um dia teve festa la na casa deles e o Tato convidou amigos, entre eles a Ana, e ela ficou o tempo todo no pé do Leo e do Vitor e nem deu atençao pra ele. No outro dia na escola ela espalhou pra todo mundo que foi numa festa na casa do Leo e tal, e o coitado do menino ainda teve que ouvir "Nao gosto do Matheus, ele é um bobo, caipira e infantil, mas cara, ele tem granaaaa amiga, é homem pra casar hahahhaha." ...
                  O Tato foi da escola pra nossa casa, eu nao ia pra faculdade naquele dia, e o Vih tinha ido passear com a Iasmin, fiquei fazendo uns trabalhos, ai meu sobrinho me ligou dizendo que ia la, deixei mas pedi pra ele avisar os pais, como ele nao quis eu mesma avisei. E a Taty nao gostou muito e o Leo ainda tava em casa. E o Tato foi me falando.
-Dany ela nao gostava de mim...
-A Ana?
-Sim. Ouvi ela dizendo que sou caipira, bobo e infantil e que ta comigo porque tenho grana...
-Aff ela disse isso?
-Disse! Mas eu gostava dela.
-Nao chora menino, olha, ela nao te merece, voce nao é bobo, voce é muito inteligente, é lindo, tanta menina ai melhor que ela rapaz.
-Eu sei Dani, mas é dela que eu gostava...
-Vem ca, é a primeira menina que voce apaixona?
-Nao estou apaixonado! Eu só gosto dela. Eu amava uma menina, mas...ah deixa pra la.
-Nao, me conta...
                 Nisso o Leo chega em casa, e como de costume chegou entrando.
-Matheus Chaves!!!
-PAAI?
-Ué Leo???-Diz eu
-Desculpa entrar assim, oi Dani. Vim buscar ele...
-Tudo certo, rs, mas a gente ta conversando.
-É pai, estamos conversando.
-Eu to muito bravo com voce, voce escondeu coisas do seu proprio pai e pior, eu nao quero voce de 'namoro' na escola, eu pago pra voce ESTUDAR e nao namorar, olha a sua idade filho!!!
                Ele saiu correndo pro quarto. E o Leo ia atras, eu segurei ele.
-Nao, voce nao vai.
-Danii??? E voce ainda apóia as atitudes dele? Ele ta rebelde demais e ja faz tempo se voce nao percebeu, nossa desculpa falar alto com voce.
-De boa. Leo, olha, senta ai. Isso ai é fase, voce tem que sentar e conversar como sempre fez, ele precisa disso, da sua amizade, assim voce só vai assustar ele e ele nao vai te contar as coisas.
-Nao, eu sei, mas é que as vezes eu fico bravo, sinto como se eu tivesse perdendo meu filho pra qualquer menina ai.
-Ele é popular na escola Leo...
-Minha culpa isso, é consequencia.
-Sim, voce é famoso, ele tambem é por tabela e pelos talentos dele. Isso atrai meninas.
-Sei disso, e me da medo. Fiquei bravo por ele ter vindo pra ca também sem pedir, ele só avisou...
-Ele queria conversar. Vou la falar com ele, fica a vontade ai, ja libero seu filho.
-Kkkk ta bom. Vou tomar um café...
-Ta.
                 Fui la no quarto, ele tava chorando abraçando o sapo de pelúcia da Iasmin. Fui e abracei ele.
-Teus...
-Meu pai vai me bater.
-Sem drama, ele nunca te bateu.
-Mas ele me bate verbalmente!!!!
-Hahahahhaha.
-Nao ri. Ele vai me dar sermoes.
-Nao vai porque ja falei com ele. Voces sao acima de tudo amigos, entao conversa com ele, conta tudo.
-Se eu contar ele vai me matar.
-Nao, ele ja teve a sua idade Matheus! Ele vai te entender, eu prometo.
-Ta bom.
-Agora vai que ele ta te esperando.
-Ta. Manda um abraço pro tio Vih? E um beijo pra Iasmin?
-Mando meu amor.
                 Ele foi. Naquela mesma semana ele deu um fora mega grande nessa Ana, que era interesseira e ficou com a menina que ele realmente amava. Começaram a namorar, o Leozao quase morreu do coraçao. Kkkkkkkkkkkkkk

Continua 

34: Iasmin!



                Dormimos. Bom, fizemos o exame naquela semana e eu estava realmente gravida. Dificil foi contar pros meus pais, e pra todo resto da familia né. Nao estavamos pensando em casamento tao cedo e acho que segundo as tradiçoes e a vontade do meu pai deveriamos fazer isso. Mas nao fizemos, apensas estavamos juntos.
                Meus pais apesar de achar que eu era muito jovem, até se sentiram felizes porque seriam avós. Os meus sogros também, pois ia chegar mais um netinho pra eles, já a Paula e o Leo apoiaram sempre, a Tati nem se fala e os meninos, Antonio e Matheus estavam felizes porque teriam um primo ou prima.
                 Um dia parei pra falar com o Vitor, planejar algumas coisas.
-Dani, voce podia vir morar comigo né?
-Vitor eu ja falei que nao quero encomodar...
-Mas nao vai encomodar minha linda, por favor, olha, lá tem espaço, voce sabe, e voce ja vai ta na cidade, qualquer coisa que precisar, tipo ir no medico e tal ja vai ser mais facil.
-Nao sei nao...
-Por favor?
                Fui morar com ele, meus pais nao gostaram muito, porque ele viajava sempre e eu ficava sozinha.
                Os meses foram se passando, até que chegou o dia do bebe nascer, era dia 10 de Abril, mesmo mes do aniversario do Vitor. Eu não quis detalhar os meses em que estive grávida porque tudo ocorreu bem, e por incrível que pareça nada de extraordinário aconteceu. O Vitor tava sendo sempre atencioso e eu recebia o carinho de muitos fãs pelo twitter e facebook.
Bom, como estava dizendo, no dia em que o bebe nasceu ele tava fazendo show, a criança nasceu as 1h53 da madrugada, ele apos o show foi pra la, mas chegou só as 3h10. Chorou de tanta emoçao, foi lindo pra ele...ainda saiu gritando:
-EU SOOOU PAAAAI aaaaaaa, Leo, eu sou Pai caraa, to muito feliiz!!! (Se abraçaram)
-Parabens meu irmao, estou muito feliz só de te ver assim, Deus abençoe essa familia linda que esta se formando, que ele ilumine por toda vida essa criança.
-Valeu bicho! De coraçao! É menina...
-Menina? Que boom! Uma menininha na familia, o Toni queria que fosse menina ahahhaha.
-Haha Fala pra ele que é entao...ela é linda!
-Como vai se chamar?
-Iasmin ! Significa “como uma flor”.
-Que lindo cara...
                 No dia em que nossa Iasmin  foi pra casa ele tava fazendo show, a dona Marisa passou a manhã comigo, e a tarde minha mãe foi quem veio. Me ensinaram algumas coisas, sobre como ser mae, porque na boa, eu nao era muito experiente. Cuidar dos filhos do Leo era bem diferente do que de um bebe!
                  A noite a Tatianna tambem foi me ver, com os meninos, que fizeream 1001 perguntas, e amaram a Iasmin !
-Posso pegar?-Diz Matheus
-Nao filho, ela é muito pequena...-Diz Taty
-Ela é muito fofa! -Diz Antonio
-O Vih ta feliz demais Dani, liguei pro meu amor e falei um pouco como Vitor, nossa, ele ta sorrindo pro mundo...kkkkkkk
-Ele me ligou hoje 8 vezes Taty kkkkkkkkkkk. Perguntando sobre tudo, amanha ele vem pra casa.
-Pois é! Acho que todos estamos felizes. -Diz Minha mae
-Meu pai daqui a pouco chega pra buscar a mae, e curujar a netinha um pouco hahaha.-Diz eu
-Mae, posso dormir aqui?-Matheus
-Ué... vai incomodar nao filho.-Diz Taty
-Pode deixar Taty, ele me fará companhia.-diz eu
-Certeza Dani?
-Certeza. Tem roupa dele aqui também, pode deixar.
-Tudo bem, mas escuta aqui Tato, SE COMPORTA, ouviu? Nao vai dar trabalho. Amanha seu tio chega e ele precisa descansar.
-Ta mae, fica tranquila, ja tenho 10 anos!
-Mas ainda nao tem juizo e é arteiro. Dani, amanha eu ou o Leo vem pegar ele, ainda antes do almoço ta? -diz Taty
-Tudo certo.
                Na internet a noticia do momento no mundo sertanejo era "o nascimento da filha do cantor Victor Chaves". Nao rolou nenhuma foto pra preservar a imagem, e nas entrevistas dadas eles evitavam comentar, apesar que a felicidade do Vitor tava estampada no rosto dele. Fofo!
                 Quando o Vih chegou em casa foi um grude... ele chegou as 6h da manha. Nao saia de perto da filha, pior que cao de guarda, mas ele tinha medo de tudo haha.
-Nao vou pedir pra me ensinar a trocar frauda agora porque to morrendo de sono, formi um pouco no aviao, saimos do show direto pra ca.
-Que dó. Deve ta cansado.
-Me da ela? Quero pegar no colo. Acho que ainda nao fiz isso depois daquele dia no hospital...
-Ou seja, quando ela nasceu. Senta ai, toma, cuidado Vih.
-Rs... coisa mais linda bicho. *------------*
                  Sentei do lado dele.
-Ela chorou muito essa noite. Quase nao dormimos.
-Sério? Voce tinha que ter pedido pra minha mae ou pra sua dormir aqui com voce pra te ajudar.
-O Tato dormiu aqui comigo. Alias ta dormindo ainda...
-Ah é? Hahaha. Jajá vou la encher o saco dele.
-Tadinho Vih, deixa ele dormir kkkkk. E voce tambem precisa dormir.
                 E ele foi deitar, a Iasmin  tambem dormiu, o berço dela ficava do lado da nossa cama. Eu fui deitar um pouco também, mas acordei 2hs depois, as 9h.
                  Fui na cozinha, a Maria, empregada, fez um café, tomei um pouco. O Matheus acordou e foi la tomar café tambem e ficou conversando com a Maria, ele adorava ela, ficavam em altos papos na cozinha kkkkkkkk. Eu andei até a sala, olhei para um mural de fotos que tinha la, e enxerguei uma foto do Vih quando criança e fiquei imaginando...
                  Como pode aquele menino timido la da zona da mata mineira, que cresceu e libertou de si um dom, ir parar em Sao Paulo e cruzar seu caminho com o meu... Eram mundos diferentes, eu nunca poderia imaginar. Pensei em como nos conhecemos, e aonde tudo foi parar. Era grande a diferença de minha idade pra dele, eu sempre fui de familia humilde, no sentindo de nao ter muitos recursos financeiros, ja ele nao. Mas o que eu enxergava nele jamais seria isso, pra mim acima de tudo ele era uma pessoa simples, pela qual me apaixonei...
                  Haha, na ocasiao lembrei da primeira vez que ficamos... Foi em Florianópolis SC, em uma noite cheia de estrelas no céu. As coisas que passamos juntos, as brigas, as alegrias... Ah Vitor! O amor cresceu em nós de uma forma tao natural...Ta, parei, voltando ao mundo real...
-Daaaaanii??
-Fala Tato?
-Cade o video game do Tio Vih?
-Ta no quarto, em cima da estante, pega la.
-Ta.
                 Ai ele demorou, fui la ver o motivo: Ele e o Vih brincando de cosquinhas um no outro!!!!!
-Aff kkkkkkkkk. Nao acredito...
-Nao foi eu que acordei ele Dani, ele ja tava acordado ahahha, paraaaa tiooooooo.
-Haha ta certo.
-Kkkkk parei. Deixa eu levantar Tato.-Diz Vitor
-Vim pegar seu video game, cade?
-Ali Tato, ó.
                  Ele pegou e saiu. Eu sentei na cama do lado do Vih e ficamos olhando pra Iasmin , dormindo.
-Você ta feliz com tudo isso que aconteceu?
-Você ta brincando né? Dani, eu to muito feliz, sabe, eu não esperava tudo isso, e como sou imprevisível, acho que adorei essa surpresa da vida!
-Sério?
-Sério meu anjo, eu te amo, juntos vamos construir nossa família. A partir de agora sou eu, você e ela...
-Se Deus quiser. Cara, você percebeu que, quando ela nasceu o Arthur parou de aparecer?
-A, pra mim ele não aparecia fazia uns 2 meses já...
-Estanho isso.
-Que nada, daqui a pouco ele tá por ai. Hei, a primeira coisa que vou dar a ela quando aprender a falar é um violão!
-Ai-meu-Deus! AUHSUHASUHASUH.
-Claro, ela precisa seguir os dons do pai ué hahaha.
-E da mãe também. Eu apoio. Mas tem tempo ainda...
-Kkkkkk claro. Ih...ela acordou.
-Culpa sua que fica falando alto!
-Sua, que fica respondendo alto!
-Kkkkkkkkkkkkkk bobo. Ela deve ta com fome.
                Amamentar era um momento único, e com o pai ainda ao lado, nenhuma palavra poderia descrever aqueles minutos. E pra atrapalhar chega o lindo do Leo!
-Oi...Hei, desculpa atrapalhar haha. –diz Leo
-Que isso, entra Leo.-diz eu
-To na correria, vim buscar o Tato...
-Olha que lindo Leo, ela ta mamando...-diz Vitor
-Haha, eu to vendo. Lembro de quando era meus meninos, nossa eu ficava babando kkkkkkkk.
-Rs, o olhinho do Vih até brilha Leo kkkkk.-diz eu
-Haha.-ri Vih
-Vou arrumar as coisas do Matheus gente, daí já vou.
-Ta bom Leo. Eu coloquei as roupas dele no outro quarto ali na primeira porta do guarda roupa ta?-diz eu
-Ta, vou lá...
                Saiu, daí quando a Iasmin  terminou de mamar fomos pra sala. Alias, o Vih foi tomar um banho, o Leo sentou do meu lado enquanto o Tato jogava.
-Ela é linda, posso pegar?
-Pode, cuidado.
-Hahaha, to experiente já ow.
-Ah, mas vai saber né...
-Kkkkkkkkkk. Que anjinho. Você lembra quando o Tato nasceu? Você tinha 10 anos só...
-Lembro, ele tinha 2 meses quando você foi embora de SP.
-Haha pois é. Tudo passou tão rápido. Cê tinha que ver quando a Taty ficou grávida do Toni! O Tato não via a hora que ele nascesse, e hoje em dia eles brigam e por ciúmes ainda! SUAHUHSAHUSA
-Kkkkkkkkkkkkk mas é  normal.
-Haha, Cê ainda vai acostumar, você e o meu irmão. Mas fica assim, tenho que ir Dani. Vamos filho?
-Aah...já?
                E foram, ai o Vih me gritou lá no quarto:
-Daaaaaaaani, vem ca.
Fui, e já deixei a Iasmin no berço.
-Que foi?
-Olha esse bilhete:
“Dani, você provavelmente não me verá mais.
Já cumpri o meu papel com vocês. Agora estou em outro plano...
Não tente descobrir aonde estou, apenas viva.
Está chegando uma nova etapa de sua vida, e...
Não sentirá minha falta, eu lhe garanto.
Você me verá em outras pessoas, em outros lugares...
Mas não fique tentando me achar, como disse, viva!” By Arthur
                Olhei pro Vih, o Vih olhou pra mim e olhamos pra Iasmin...

Continua


33: Não pode ser o que estou pensando

                Meu primo de SP (o qual me apaixonei quando era adolescente) ia ter um filho, ou melhor: Gêmeos! Ficamos sabendo então que ele havia nascido e como meus pais eram padrinhos de casamento do meu primo e da mulher dele, foram visitá-los e ver o mais novo membro da família. Chegamos lá em um sábado, e voltaríamos no domingo a tarde pra Uberlândia.
                Os bebes eram lindoooos, um menino e uma menina, chamavam Thiago e Ana Júlia, uns fofos. No domingo fizeram um churrasco lá, e eu não tava com vontade de comer porque meu estômago estava revirando... estava me sentindo mal. Vomitei umas 4 vezes. Eu estava com medo da pior das hipóteses: estar grávida. Pelo fato de que minha menstruação tava atrasada 2 meses e isso nunca havia acontecido. Uma vez atrasou um mês, mas foi normal... A mulher do meu primo até perguntou se eu estava grávida, perto da minha mãe, eu neguei e disse que não haveria possibilidade, até porque na cabeça dos meus pais eu ainda era virgem, por incrível que pareça, e eu já tinha 19 anos!
                Mas a questão não é se eu tava ou não, a questão era: Como explicar pros meus pais, e pior, como contar pro Vitor? Preocupante...
                Ta! Naquele mesmo dia, indo embora, estava ouvindo música no celular, perdida no mundo do fone de ouvido kkkkkkkkkk. Qualquer alma que falasse comigo eu não ouviria, a não ser pelo fato de que LITERALMENTE uma alma queria falar comigo, o Arthur! Recebi um SMS e fui olhar:
“Ta com medo de que?
Ela não vai substituir você.
Seu lugar sempre estará guardado
No coração de quem você ama.
Só será mais uma a ser amada
E feliz nessa família.”
To: Dany
From: Arthur Henrique
                Não entendeu? Pois é, eu também não. Tentei enviar uma mensagem de resposta mas não ia. Fiquei com medo, e boiando no assunto, meus pais perguntaram o por que da minha cara de “besta” no banco de traz do carro. Eu queria mandar isso pro Vitor, mas estávamos estranhos um com o outro, mesmo assim mandei:
“Vitor, desculpa incomodar,
Não sei se quer ou não falar comigo,
Por isso serei breve.
Estou em um lugar no qual não
Posso me comunicar com o Arthur.
Ele então me enviou por SMS
Essa mensagem (e copiei o que ele disse.)
Eu fiquei confusa e resolvi te mandar...
Um abraço...”

                Ai veio a resposta 15 minutos depois:
“Não entendi :S.
Tanto o que ele quis dizer quanto
O motivo de ter me enviado isso.
Tem algo a ver comigo?”
                Eu respondi de volta:
“Não sei, te enviei porque eu creio
Que tenha algo sim a ver contigo.
Mas não sei, pode ser pira da minha
Cabeça.”
                Já havia me arrependido de ter mandado isso a ele, porque eu sabia que ele seria frio. E não deu outra, a resposta dele foi tão fria quando aquela tarde de Agosto!

“A ta. Abraço.”

                Passaram-se alguns dias, eu pra variar tentava evitar olhar pra ele, não sei ser era por falta de maturidade ou o que, mas não era a mesma coisa depois que nos separamos. Ele também me evitava bastante, eu percebia sempre que haviam situações na qual tínhamos que estar pertos, no mesmo local...
                Certa vez fiquei sabendo que ia ter show em Uberlândia, estava a Tati e a irmã dela conversando na sala, e eu com o Toni no colo:
-Então Giu, o Bruno, primo do Leo também virá pra cá só no dia do show mesmo.-diz Tati
-Entendi. Ai vai ser lindo como os outros!!!
-Eles adoram fazer show aqui em Uberlandia, pois já estão em casa né!
                Era show deles, do Victor & Leo. Fiquei sabendo assim. Esse tal Bruno tinha 23 anos, era lindo, trabalhava com política em Belo Horizonte. Tive a oportunidade de conhecê-lo no Réveillon desse ano. Mas o que me deixou surpresa não era o show deles, e sim a data, que era bem no dia do meu aniversário.
                Chamei minha amiga Isa, ela veio, chamei também a mãe do finado Arthur, ela veio com o tio dele, ficaram os 3 em casa, e pra favorecer o show seria num sábado. No dia eu estava tão nervosa, quanto fiquei no primeiro show que fui deles depois da fama. Estava me sentindo uma verdadeira fã, que acompanhou a carreira dos ídolos desde que cantavam em barzinhos, tão pobres quanto eu, e hoje sinto orgulho.
                Me arrumei como se fosse minha festa de 15 anos, que por sinal não tive. Iria fazer 20 anos, não teria comemoração nenhuma naquele dia, pedi que fosse assim. Ganhei presentes e um almoço porque insistiram muito. O Leo e o Vitor não puderam ir pois estavam o dia todo no escritório com a equipe, mas ia vê-los a noite e já seria um presentão um show deles bem no dia do meu aniversário.
                Chegou a hora... nem preciso detalhar alegria, o show foi maravilhoso, e o Leo me deu parabéns do palco. No final eu, a Paula e a Isa fomos no carro com o Vitor, a Paula ia na casa dele pegar umas coisas dela que estava lá e nos chamou pra ir junto, por mais que quisesse evitar ele, fui.
                No carro fomos conversando, e ele foi meio calado, e no prédio, ainda na recepção o celular da Paula toca, era o Washington.
-Ai gente, vai subindo, o Washi vai passar aqui daqui 3 minutos me trazer uma bolsa, ele ta chegando já.
-Tudo bem, vamos subindo meninas.-diz Vitor
-Ah deixa a Isa me fazendo companhia.
                E ela ficou, aff. Entrei no elevador com o Vitor, rezei pra já ter alguém no elevador, mas não tinha. E pra minha alegria o elevador travou.
-Ah não acredito!-diz Vitor
-E agora?
-Aconteceu já uma vez, daqui a pouco ele sobe.
-Que droga. Não podia ter acontecido isso.
-Porque? Só porque estou aqui?
-Ai Vitor, nada disso.
-Sei.
-Você pensa tudo errado.
-Não, eu gosto de verdade, só isso. Você ta estranha demais comigo.
-Você que ta estranho. Dói sabia?
-Podia ser diferente. Mas você não quis Dani.
-A culpa sempre é minha, sempre. Para de brigar comigo só um minuto Vih, eu gosto de você!
-(...) Desculpa.
-(...)
-É sério, hoje é seu aniversário, me da um abraço. Parabéns, te desejo tudo de bom, muita saude e Deus na sua vida! E luz, que você ta precisando...
-Obrigada, senti ironia ai!
-Rsrsrsrsrs. É, foi uma indireta.
-Quem ta precisando de luz é você!
-Todos nós precisamos ser iluminados a cada instante minha flor.
-Aff, ta bom, ta certo...
                Abraçando ele, senti aquele perfume, aquele corpo e lembrei de tudo. Ele olhou nos meus olhos, ainda abraçado comigo, sua mão veio ao meu pescoço, outra na minha cintura, me puxou pra mais junto dele e me beijou. E o chato do elevador destravou, mas nem ligamos, subimos, e quando parou, saímos.
-Nossa, desculpa.
-Você não devia ter feito isso Vitor.
-Você que não devia ter deixado!
-Agora a culpa é minha? Você que me beijou!
-E você deixou, e gostou que eu sei!
                Ele abriu a porta e entramos, eu fui na cozinha beber água e quando me virei dei de cara com ele, e ele me beijou de novo, dessa vez foi mais intenso... Ai alguém abriu a porta, era a Paula com a Isa.
-Vishhhhh, atrapalhamos alguma coisa?-diz Isa
-Hahahahahha. O amor é lindo! Vitor onde foi que deixei minhas coisas?
-Ah Paulinha procura ai, to ocupado.
-Vitooor, eu não sei onde você guardou!!!
-Aff, pera ai Dani.
                Ele foi no quarto dele e entregou uma caixinha pra Paula e uma bolsa e me abraçou.
-Bom, o Washi ta esperando lá embaixo, vamos embora com ele, daí você não precisa levar Vih.
-Ah, tudo bem então. Agradeça ele.
-Pode deixar. Então meninas, vamos?
-Nãooo... a Dani fica...
-Mas Vih, preciso ir.-diz eu
-Mas a gente precisa conversar amor.
-Eu sei, mas...
-Liga e avisa que vai ficar. Te levo embora amanhã.
-Tem visita em casa, não posso.
-Dani, por mim você pode ficar, só vamos embora amanhã meio dia, a gente se vê ainda.-diz Isa
                Daí fiquei. Quando saíram olhei pro Vih e sorri. Ele veio e me abraçou de novo.
-Precisamos conversar. Nossa história tem que continuar. Senta ai...
                Sentamos na mesinha que ficava na sala, um de frente pro outro. Olha, a conversa durou uns 40 minutos, foi interrompida por meu mau estar, fui ao banheiro e vomitei. Não queria dormir lá justamente por isso, com medo dele descobrir sobre a possível gravidez!
-Quer tomar algum remédio? Ou um chá? Você não ta bem...
-Não adianta...
-Sua mãe comentou com a minha que você não anda bem esses dias Dani, foi ao médico já?
-Não fui, ainda nem tive tempo Vitor.
-Hum, tem que ir hein!
                Depois fui mais uma vez no banheiro, quando voltei ele parecia preocupado e querendo perguntar algo, conhecia aquele jeito de menino curioso dele.
-Você esconderia algo importante de mim por medo?
-Como assim?
-Não sei...
-Porque ta perguntando isso?
-Porque eu acho que esse mau estar seu não é atoa, e pelo que minha mãe disse a respeito do que a sua falou pra ela... a sei lá, deve ser besteira da minha cabeça.

Continua..


32-A entrevista e a separação futura!



E se foi pro hospital com o menino. Ironia ele voltar pra lá né? Ele só esqueceu de avisar que uma equipe de TV iria entrevistar eles lá pra falar sobre o acidente do Vitor. Alias, querem saber a causa do acidente? Estão curiosos? Então, alguns minutos depois o advogado do Vitor junto com o Assessor foram lá conversar com ele e dar umas dicas do que pode ou não ser dito na entrevista, em seguida veio a equipe.
                Reservamos um espaço pra isso, o escritório da casa do Leo. Falando nele, ele ia chegar depois com a Tati e o Antônio, enquanto isso andava a entrevista...a entrevistadora se chamava Ana. Não vou detalhar, mas por cima algumas perguntas foram essas:
Ana: - Victor, você pode nos contar como foi estar fora dos palcos por esse tempo?
Vitor: - Ah bicho, foi ruim, porque estar nos palcos é o que eu amo. E não foi só isso que senti falta... tem meus amigos, minha família, pessoas que amo.
Ana: - Sei, e em relação aos fãs, o que você sentiu quando soube do apoio que eles davam, sejam por internet ou até mesmo os que iam no hospital?
Vitor: - O que dizer dos fãs? Eles são tudo pra gente, e me emocionei muito com isso. Agradeço do fundo do meu coração, pois vocês foram essenciais para minha recuperação, sei que muitos fãs estarão me assistindo, então queria tomar esse espaço para agradecer. Obrigado mesmo!
Ana: - Em algum momento você pensou que não ia sair dessa? Ou pelo menos que iria ficar com algum trauma e sequelas?
Vitor: - Jamais, eu sempre penso positivamente. Acho que nessas horas a força de viver é maior do que qualquer outra, e se você tem fé em Deus, tudo andará pra melhor situação possível! Eu fiquei algum tempo desacordado e não tive consciência pra pensar nessas coisas, acho que a ficha cai só agora, o susto passa e você acorda de um, digamos, sonho ruim.
Ana: - Entendi. E você tem lembranças marcantes de quando esteve lá no hospital, teve tempo de aprender algo com isso?
Vitor:- Tudo que acontece em nossa vida é pra nos ensinar algo. Algumas coisas me marcaram lá sim, as pessoas entravam no quarto e as vezes eu não conseguia saber quem era, mas eu sabia que tinha alguém lá, eram pessoas da família geralmente pois as vozes eram familiares e eles me contando pude esclarecer tudo agora. Tenho vagas lembranças de estarem lendo pra mim coisas que as fãs escreviam, coisas bonitas, poesias. Teve a Dani também, minha grande amiga, que tocou violão e meu olho se enchia de água, o Leo cantava, meus pais ficavam a beira da minha cama falando comigo, minha irmã Paula lia livros pra mim, entre outras pessoas, isso me marcou muito, porque pude perceber que não to largado nesse mundo hahahahahhaha.
Ana: -Hahaha. E uma pergunta Victor, que acho que a maioria quer saber... Você está namorando? E não nega, toda vez quando alguém te pergunta você disfarça, queremos um sim ou não agora.
                Ele olhou pra mim que estava atrás da câmera, pois não iria aparecer, e meio que perguntou com o olhar: “Digo ou não?” Fiz que sim com a cabeça. Que por mim estava tudo bem.
Vitor: -Estou. Eu estou muito feliz, estou acompanhado, mas não posso dizer o nome dela. Ai já seria demais. Na hora certa todos saberão, é uma questão de preservar a imagem.
Ana: -Tudo bem, tudo bem, não insistiremos. E quanto ao acidente, qual foi a causa? Pois na TV foram várias versões, mas só você que estava dentro do carro pode dizer.
Vitor: -Ah cara, resumidamente foi aquilo que disseram, eu estava fazendo a curva quando um carro passou com um farol muito alto, eu perdi o controle, sai da pista, tentei frear antes, mas o carro capotou. Depois não vi mais nada, eu senti uma dor forte no peito e na cabeça.
Ana: -Quanto a sua imagem, você acha que por ter raspado o cabelo, estar mais magro, mais inseguro, isso vai prejudicar seu relacionamento com os colegas de trabalho, com os fãs ou até mesmo com seu irmão?
Vitor: -Bicho, eu espero que não. Hahahahaha. Acredito que eles me respeitam como pessoa, e não importa a imagem. Se os fãs por exemplo são verdadeiros, gostarão de mim do mesmo modo, agora depende muito de como vou agir agora, não estou tão inseguro assim, foi um susto sim na minha vida, provavelmente não entrarei em um carro pra dirigir tão logo, mas passa.
                Resumidamente foi isso a entrevista, tiveram outras perguntas não menos importantes, mas não cabe citá-las. No final, quando acabaram de gravar e estavam agradecendo ele, a Ana perguntou:
-Aqui pra gente, a Dani é sua namorada?
-Rsrsrsrs.eu ri e fui lá abraça-lo.
-Hahaha, é sim.
                Nisso o Leo chegou, e perguntaram onde ele estava, quando respondeu “no hospital” todos riram hahaha. Tomaram um café e foram embora, ai na mesa o Vitor:
-E ai Matheus, vamos jogar futebol agora? Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
-Ah tio, não sei quem ta pior, eu ou você agora kkkk.-diz Tato
-Ele não vai poder tio, ele ta com a perna machucada.-diz Toni
-Hahaha eu seu meu anjo, o tio também não pode.-diz Vitor
-Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.-ri Leo do nada
-Uai, rindo de que amor? –diz Tati
-Bobo alegre HSUAHUSAHUSA.-diz eu
-Do Vih, ta careca hahahahahah. Ficou muito engraçado.-diz Leo
-Há-há-há... deixa eu ligar pra “graça” pra ver se ele me atende! Bobo.-diz Vitor
                Os dias passaram. O Vitor se recuperou rápido do susto, e das lesões, subiu aos palcos no mês seguinte, quando acabaram as férias dele.
                Certo dia estava em casa, em um domingo, e recebi uma ligação. Era a Bruna, que trabalhava comigo na equipe Vida Boa, no camarim, que uma vez rolou comigo pelo corredor do hotel por causa do Vitor kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.
>Alô?
>Dani? É a Bruna...
>Bruna?
>Sim, da equipe, lembra de mim mais não menina?
>Hahahaa desculpa, claro que lembro. Faz tempo que não nos falamos!
>Faz uns 6 meses!
>Pois é. Desde que saiu da equipe também...mas e ai, o que anda fazendo da vida?
>Menina, to parada agora. Rsrsrsrs.
(...) Assunto vai, assunto vem...
>Porque mesmo você saiu da equipe Bruna?
>Ah Dani, o mesmo motivo: Vitor! Ainda amo ele, e não adiantou ficar longe dele, de vez em quando ainda nos falamos por telefone, mas ultimamente ele anda estranho. Acho que ta amando, você que é amiga, sabe quem abraçou o coração do poeta dessa vez?
                Me deu um gelo, não sabia o que responder, então a primeira coisa que me veio na cabeça foi dizer:
>Bruna, nem sei viu. Te juro!
>Hum, só isso que queria saber. Não esperava isso de você, mas não foi minha amiga agora né?
>Hã?
>Dani, eu joguei o verde. Ele me falou que tava com você, mas como amiga pensei que fosse me contar, poxa, eu não acredito!
>Ah... eu... Desculpa. Bruna eu fiquei com medo de te magoar, justamente porque é uma amiga...
>Não vem com essa, sempre foi assim, você me via dizendo que o amava e ainda me dava forças, concelhos, quando na verdade você também gostava dele, e claro, quem ele vai preferir? A pobre arrumadeira de camarim que não ganha o suficiente nem pra me manter direito, ou a amiga de infância dele que trabalha com a família? Lógico que é você... aff.
>Bruna, para...
>Quando eu tiver bem te ligo de novo, era só isso que queria saber, tchau, nos falamos...
                E desligou. Ai liguei pro Vitor e disse a ele sobre isso, e começamos a brigar.
(...)
>Só acho que você devia me contar que anda conversando com ela né Vitor!
>Aff, você não confia em mim? Ela é minha amiga também, não posso conversar com minhas amigas?
                Sempre brigávamos, por motivos bobos, mas o amor era mais forte e digamos que superava tudo. Os meses foram se passando, e a intensidade dos shows tava grande, gravação de CD naquele ano e tal, até que estourou na mídia que estávamos juntos, incluindo meu nome que até então ninguém sabia quem era “a namorada do ViCtor Chaves”. Era tanta intriga da parte de algumas fãs que se achavam donas dele, fui ofendida em shows por algumas. Também tinha as “amigas de internet” dele que ele ficava de bate papo e vivia estranho sempre que falava com elas. Foram juntando vários fatores, até que um dia um foi desiludindo do outro. Ele ficou chato demais, estranho...mudou comigo, e eu mudei com ele, e da ultima vez que brigamos foi pra valer.
-Tudo bem Vitor, você não quer enxergar a verdade, mas é isso que to dizendo, você mudou e muito.
-Se eu não sou quem você achava que fosse, é melhor a gente terminar então uai!
-Eu não to falando isso...
-Mas ta querendo isso! Você ta diferente também, o Leo já me disse isso sabia?
-Então tá Vitor, vai lá com suas amiguinhas porque elas sabem te fazer feliz, pois quando você fala com elas se sente bem, já eu só trago dor de cabeça por você.
-Quer saber? Vou mesmo. Não é mais como antes, eu tentei tá? Várias vezes... mas já que quer assim, Boa sorte pra você!
                Eu claro, chorando, disse:
-Tudo bem, mas não me procura quando precisar de ajuda, não me procura pra te ajudar a compor, e que eu não sirva mais de inspiração pra você!
-Também não é assim que as coisas funcionam, ta sendo infantil!
-Vitor, eu sempre vou ser infantil pra você, olha pra você e olha pra mim, eu disse que não ia dar certo!!! Você vive num mundo diferente do meu, e olha a sua idade e olha a minha, por muito tempo eu fui quase sua filha, ai fiz a cagada de me apaixonar e deu errado!
-Amigos sempre seremos! Eu espero...
-Mas nunca vai ser a mesma coisa, você sabe disso.
-É você quem ta dizendo.
-Vai embora Vitor, por favor, é melhor.
-Eu vou Dani, mas quando você quiser que eu volte, vou pensar muito no seu caso, isso se já não disser não de cara. Ta bom? Tchau. Goodbye my lover.
                E saiu, chorando, mais saiu. Eu nem preciso dizer que me acabei também né? Eu perdi o chão... fiz uma música naquela noite!


Pensei que fosse fácil estar ao seu lado, Mas eu enxerguei um outro ser
Não que você seja diferente, Meu erro foi não te conhecer
Você é tão normal, isso me deixa mal, Criei uma ilusão de um alguém perfeito
Você é frio às vezes, e não é igual, Aquela pessoa linda de se ver

Comecei a não querer o teu amor mesmo te amando
Amor onde os dois querem estar certos, aos poucos se acabando
Poderia amar qualquer outro
Mas é você, só você me faz viver

Te disse adeus com vontade de te ter pra sempre
Sorri pra ti quando era o choro que me tomava
Fui embora querendo voltar de repente
Eu voltei querendo me separar
Eu aprendi a te amar de qualquer jeito
Porque no mundo ninguém é tão perfeito
Muito menos igual...
Ser diferente é tão normal...


Você não é quem eu sempre sonhei, mas é em quem confiei amar
Sinto sua falta aonde for, a qualquer hora, em qualquer lugar
Aprendi que ninguém é perfeito, um dia vai me amar de igual pra igual
Vou te esperar, pra sempre, porque ser diferente é tão normal...

                Ele não ficou sabendo dessa música, claro. E foi a partir dela que comecei a levar a sério esse negócio de cantar. Eu e a Luiza, que trabalha na casa do Leo e que também cantava fizemos uma dupla, eu fazia segunda voz e tocava, ela também tocava e fazia primeira voz. Nos apresentamos em dois restaurantes, um barzinho e duas festas de aniversário em 2 meses. Foram dois meses que me fizeram apagar um pouco o Vitor de mim, mesmo ainda sofrendo e amando ele.
                O Washington, namorado da Paula cantava também algumas musicas que eu tinha feito, só que voltadas para o rock, inclusive ele dava maior apoio, ele, a família e o Leo, que ao ouvir essa música ai que fiz sacou na hora que foi pro Vitor, e mostrou pra ele, mas sem dizer que fui eu, ele amou, porque descreveu exatamente o que ele também estava sentindo, ele queria gravar e perguntou de quem era, quando o Leo disse, ele largou o violão e saiu chorando. Brigou com o Leo depois, mas foi homem pra entender que estávamos sentindo a mesma coisa, porém ele me evitava ainda mais.

Continua



31-Agora ele acredita no Arthur
    
            Eu gelei. Me deu um frio, um vazio...
>Eu to indo praí agora Paula.
>Voa...
Me deu tontura, desliguei o telefone, a Isa:
-Dani, o que aconteceu? Fala...
-O Vitor...capotou o carro.
-Ai meu Deus!!!!
-Por isso sentiu que o Arthur estava aqui, talvez quisesse nos avisar Isa.
-É, vou te pegar uma água!
-Nãaaaaaao eu não quero água, eu quero ir pra Uberlândia.
                Meus pais ficaram aflitos com a noticia. Fomos os 5 pra Uberlândia! Mas porque 5? Porque o espírito do Arthur estava com a gente sempre. Já me deram calmante lá em casa, mas isso não me tirou o direito de ir chorando pro hospital. Eu tava com medo, muito medo.
                Chegando lá, na sala de espera, encontrei a Tati com a Paula num sofá, com cara de choro e aflitas, e o Leo com a Marisa em outro sofá, chorando...os dois! Meus pais sentaram, a Marisa levantou e me abraçou, daí sentei do outro lado do Leo e ele foi falando e chorando:
-Ele não ta nada bem Dani. Nada...
-Oh Deus...-diz eu
-Quebrou o braço, teve ferimentos internos, ta desacordado...
-Mas ele vai ficar bem.-diz Eu
-Se Deus quiser Dani.-diz Leo
                Aquela noite passamos no hospital. Só meus pais que voltaram pra casa, e a Taty, por causa das crianças. O Washington foi lá e buscou a Paula. O Ronald, pai deles chegou de Belo Horizonte pela madrugada. Tava frio e o tempo passava devagar. A fome de noticia era grande e os enfermeiros diziam sempre a mesma coisa “ele ainda está desacordado devido a medicação e só saberemos do estado definitivo dele quando ele acordar...”. Esqueci de falar também que repórteres estavam lá também de plantão, feio urubu na carniça, mas devido a circunstancia isso era só um detalhe pequeno.
                Pela manhã já se via fãs rodeando o hospital e seguranças de plantão para não deixá-los entrar, para não causar mais conflitos. O único que deu entrevista foi o Leo, e não disse muita coisa pra não se emocionar outra vez e chorar. Nos jornais, na mídia e no Brasil a noticia do momento era essa: “Sertanejo Victor Chaves sofre acidente na rodovia próximo a Uberlândia na noite de segunda feira. O cantor está desacordado, em estado grave.”
                Sim, era grave o estado dele, e se ele não acordasse poderia ser dado um estado de coma. O pior é que eu não conseguia comer, dormir... guerreiro foi o Leo, que mesmo com isso tentava acalmar a todos, fazia a gente comer, e acreditar que o Vitor ia ficar bem.
                Nos deixaram ver ele, eu tinha que estar preparada pra isso. Eu entrei com a Paula lá, somente duas pessoas podiam entra por vez. Chorei viu... Depois os outros entraram, o Leo passou mal, coitado. Ia-se revezar os horários pra alguém ficar acompanhando o Vitor, principalmente a noite. A sorte é que estavam de férias e o Leo não ia ter que fazer show sozinho. A Isa teve que voltar pra casa dela, mas foi com o coração na mão também, rezando e mandando energias positivas pro Vih!
                Pra nossa sorte o Vitor acordou, mas não falava nada, só abriu os olhos. Mas já foi uma grande coisa! Isso aconteceu depois de três dias. Eu passei uma tarde lá do lado dele, levei meu violão, disseram que eu podia tocar pra ele ouvir, ai fiz isso. O olho dele brilhava, eu me sentia bem com isso, e sentia que ele tava melhorando. Porém em um momento que eu estava na minha casa, ligaram e disseram que ele teve umas complicações e foi levado de novo pra UTI. Como já era tarde meus pais acharam melhor eu ficar em casa e ir no hospital no outro dia. Naquela noite, chorando no meu quarto, ouvi o Arthur.
~Hei, não chora.
~Arthur?
~Queria te dar um abraço, mas eu não posso.
~Ele vai ficar bem?
~Dani, não sou tão sábio assim.
~Protege ele Arthur.
~Eu só posso proteger ele se ele acreditar em mim Dani, mas ele não acredita.
                Nisso minha mãe abriu a porta do quarto. O Arthur sumiu. E eu peguei no sono também...
                Quem tava triste também eram os filhos do Leo, tadinhos, não entendiam muito bem, e rezavam pelo tio todas os dias. Os fãs davam maior força por internet, alguns iam no hospital, isso nos dava muita força. Já havia passado 12 dias e no 13° tivemos a noticia que ele melhorou, coincidência: 13 era o numero de sorte do Vitor hahaha. Ele já estava conversando com as pessoas, mas falava pouco, pois se cansava fácil.
                A amiga dele, Júlia, ficou sabendo do acidente, mas não pode ir vê-lo, porque no dia do aniversário dela, no qual íamos, ela teve que viajar pra Espanha, pois o avô dela havia falecido. Mas ela voltou e foi vê-lo. Eu soube e levei o presente que ele ia dar a ela, entreguei e ela me abraçou agradecendo, me deu forças, disse pra eu acreditar que ele ia ficar bem. Me surpreendi porque pensei que ela não ia gostar que estivéssemos juntos. Aprendi com isso, a não julgar as pessoas, e senti um peso na consciência pelo que fiz aquela vez, do bilhete no carro que fez ela brigar com ele. Eu prometi contar a ele, quando ele melhorasse.
                O que a mídia não conseguiu foi fotos dele no quarto, e não sabiam que, rasparam o cabelo dele, pois o acidente provocou um pequeno corte na cabeça, nada demais, ai teve que raspar, pra dar 2 pontos. Uma coisa foi certa: ele tinha mais lesões que o carro dele kkkkkkkkkkkkkk. Aquela Range Rover amassou um pouco e ficou com uns arranhões, também pelo preço deveria ser bem resistente, a tudo hahaha. E para infelicidade dos pobres, já tava novinha de novo porque mandaram pro mecânico e eletricista, e ficou pronto em uma semana.
                Tivemos a boa noticia: Ele iria receber alta! Mas porque eu escreveria um capitulo em que ele sofre o acidente e já melhora? Tudo no mesmo capitulo? Na verdade o foco não é o acidente, e sim o que vou contar agora!
                O médico disse que ele as vezes ria e falava sozinho, e quando perguntavam com quem ele estava conversando, ele dizia que era com um anjo. Fez todos acreditarem em uma quase morte, pois se a pessoa conversava com anjos é porque já estaria indo pro céu, não? Bobeira pra alguns, fé e religião para outros. E pra mim era simplesmente arte do Arthur kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. Eu quis rir com o doutor contou, mas não podia.
                No dia que ele saiu daquele hospital foi um choque, muitos fãs choraram e o visual dele impressionou também. Não era o mesmo Vitor, ele tava magro, cabelo raspado, braço enfeixado, quase não sorria. Foi andando pro carro, mas com muletas e ajuda do Leo e os seguranças. Foi direto pra casa dele, ia ter acompanhamento do médico 1 vez ao dia lá e alguém ia ter que ficar com ele. Como eu tava cuidando do Matheus e do Antonio, eu não podia, e não tinha ninguém pra ficar lá, então ele foi pra casa do Leo.
                Comecei a conversar com ele, ainda tava meio vegetando.
-Já passou, agora você ta em casa.
-Graças a Deus meu anjo.
-Eu fiquei torcendo por você todos os dias, te amo demais.
-Obrigado, eu te amo mais. Eu ouvi você tocando violão pra mim, ouvi vocês conversando comigo...
-Que bom meu lindo.
-Haha. (...)
-Tenho que te falar uma coisa.
-O que?
-Sobre a Julia, sua amiga...
-O que tem ela?
-Lembra da história do bilhete Vih?
-Lembro sim.
-Sei quem foi que fez aquilo.
-Queeeeeeeeeeem?
-Só me diz uma coisa antes: Você perdoaria quem fez isso?
-Eu não guardo mágoas, mas ficarei um pouco chateado.
                Abaixei a cabeça. Mas ele me fez olhar pra ele, e disse:
-Só que eu ficaria mais chateado, se você não me contasse...
-Desculpa Vih, eu não queria ter feito aquilo. Eu só fiquei com ciúmes, eu já gostava de você...
-Mas não precisava ter feito aquilo.
-Eu prometi te contar porque seria injusto, e porque também no hospital eu vi que a Jú é uma ótima pessoa, poxa, me arrependo, desculpa.
-Tudo bem, me da um abraço.
                Abracei ele.
-Kkkkkkkkkkk.
-Que foi Vih? Ta rindo de que?
-O Arthur, hahah ele é legal!
-O QUEEE?
-Desculpa ter desacreditado. O Arthur existe, está entre nós e se não fosse por ele talvez eu ainda estivesse naquele hospital! Aprendemos com a vida a todo instante Dani.
-Com certeza!
-Hei, eu to sem cabelo, você ainda vai gostar de mim?
-Ahhhhhhh você não fez essa pergunta UHASUHSAUHSAUHSUHS.
-Te amo!
-Eu também...
                (...)
-Gente, eu vou pro hospital, o Matheus acabou de cair, cortou a perna, vai ter que dar uns pontos...
-Ah meu Deus....-diz eu
-Haha, ê Matheus, vai lá Leo!!!

...continua

30: Ai Deus...

               Era nesses momentos que o mundo parava, só o tempo que não era a favor, pois voava... Se pegássemos um violão e um papel, dali saia as mais belas canções, pois dois jovens apaixonados, juntos inspirados, faziam do momento uma linda melodia...
                Quando a realidade batia a nossa porta, já estávamos cansados por ter aproveitado aquele curto espaço de tempo, intensamente. Mas vamos sair um pouco da filosofia. Fomos tomar um banho porque eu tinha que ir embora, e ele arrumar as coisas pra ir no aniversário da “amiga Jú” em São Paulo. O aniversário ia ser só na quarta, mas terça ele ia ficar no estúdio ensaiando quase o dia todo, então nem ia ter tempo pra arrumar as coisas dele. Já nem esperava ele me chamar pra fazer companhia, isso porque estávamos namorando agora, também não iria me sentir bem lá, pois eram amigos dele, não meus.
-Nossa tenho que ligar pro Maicon!
-Seu amigo?
-Isso. Ele também vai comigo. Como segurança e amigo.
-Também? Quem mais vai?
-Uai, você né.
-EUU?
-Claro, não entendi o espanto. Rs.
-Não é que...
-Dani, estamos juntos né. Eu não iria pra lá se não fosse comigo.
                Que bonitinhooooo *--------------* tipo assim, não dava pra disfarçar aquele sorriso bobo na cara!
-Mas Vih, são seus amigos, sei lá.. eu vou ficar ‘boiando’ lá.
-Que nada, só conheço a Jú mesmo e a amiga dela lá, mais ninguém.
-A você conhece as amigas? E os amigos não né...?
-Aff. É aquela menina que tava com ela quando a conheci lá no hotel aquela vez lembra?
-Hum, lembro.
-Você tem ciúmes da Jú? Kkkkkkkkkkk.
-Não!
-Tem e faz tempo que eu sei.
-Haha. Só um pouco.
-Viu só. Rs. (...)
-Que foi Vih?
-Ah, nada não, pensei uma coisa aqui mais deixa pra lá.
-Diz.
-Não. É coisa boba haha. Enfim, vamos? Eu te levo pra casa.
-Não ta tarde, posso pegar um ônibus, não quero te incomodar.
-Aaaaah para. Vamos!
                Fomos. Tipo, a Júlia ia adooooorar a minha presença nessa festa né? Não queria ir, mas também ia ser tenso deixar que ele fosse sozinho. Antes de sairmos da casa do Vih, minha mãe me ligou, dizendo que tinha alguém me esperando em casa. Ai o Vih:
-Quem será que é?
-Não sei, deve ser algum amigo.
-AmigOO?
-Uai????
-Hum...nem falo nada.-diz ele
                Quando chegamos não sei quem tava mais curioso. Entramos pela sala e...
-ISAAAAAAA!!!!
                Corri e abracei, minha velha amiga Isabela, que conheci lá em São Paulo quando ainda era uma criança! Ela foi me visitar, eu nem acreditei!
-Oi Dani! Tudo bom meninaa!!! Que saudade!
-Tudo e você?
-To ótima.
                Daí ela foi e abraçou o Vitor.
-Vitor, que saudade de você!
-Aaah, senti saudade também! Quanto tempo hein?
-Nossa...muito tempo kkkk.-diz Isa
-Gente, senta ai.-diz minha mãe
-Obrigado Nete, mas eu já vou indo...
-Fica um pouco. Sei que você não dorme antes das 10h, por mais que tenha que acordar cedo amanhã!-diz eu
-Rsrsrs. Mas tenho que arrumar minhas coisas.
-Você arruma isso em meia hora.
-Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. Não me conhece né?
-Aff, mas é pior que mulher pra arrumar as coisas, nunca vi! –diz eu
-Rsrsrsrsrrs. Mas eu fico um pouquinho então, botar assunto em dia, né Isa?
-Com certeza, fica ai um pouco sim.-diz Isa
                Não havia contado ainda pra Isa que estávamos namorando, ela sumiu um tempo da internet, e não havia ligado pra ela. Ai pelo fato dele ter sentado do meu lado e me abraçado, ela perguntou:
-Estão juntos?
-Uhum.-diz eu
-Estamos namorando!-diz Vih
-Ai que legal! Nossa fico feliz por vocês, de verdade. Eu estou namorando também, mas ele não pode vir pois trabalha. Adivinhem o nome dele? Arthur!
-Arthur? Nossa!-diz eu
-Hahahahaha.-diz Vih
-Gente, se eu dizer uma coisa, não vão rir de mim?-diz Isa
-Imagina, diz ai.-diz eu
-Sabe, de uns tempos pra ca, uns 2 anos já na verdade, parece que sinto o Arthur, nosso falecido amigo sabe? É tão estranho! E tem mais... a não, mas nem vou dizer, que a outra parte deve já ser ilusão minha.
-Vocês se comunicam?-diz eu
-É, meio por ai, mas como sabe?
-Acontece comigo!
-AAAA meu Deus, de novo isso? Gente, vocês viajam demais na maionese, na real!
-Vitor? Você nunca acreditou nisso não é?
-Dani, a parte que espíritos existem e estão entre nós, eu até acredito, mas que eles se comunicam com qualquer ser humano, já é meio difícil não acha?
-Eu também pensava assim e foi você que me fez mudar de ideia.
-Gente, eu procurei um médium, ele não soube responder essa questão. Provavelmente não era um médium de verdade! Sei lá...é muito estranho isso.-diz Isa
-Haha, eu não acredito!-diz Vitor
-Ta bom, não acredite então.-diz eu
-Rsrs ai ai. Não fica brava Dani, eu tenho minha opinião ué. –diz Vitor
-Ta bom.-diz eu
-Mas então gente, eu vou indo...
-Mas já?-diz Isa
-Tenho que ir. Hei, porque vocês não vão lá no escritório amanhã a tarde? Vocês podem nos ver ensaiando...-diz Vitor
-Eu trabalho meu bem kkkkkk.-diz eu
-Ih, é...verdade. Isa, até que dia você vai ficar?-diz Vitor
-Amanhã a noite já vou Vitor.-diz Isa
-Sério? Ah, vai lá no escritório então, daí a Dani sai da casa do Leo e já vai lá, e depois vamos todos juntos embora.-diz Vih
-Por mim ta ok. Que horas você vai Isa?-diz eu
-As 23h sai o avião, rs. Acho que dá pra eu ir lá a tarde.-diz Isa
-Beleza, a gente vai pra SP amanhã a noite, nosso avião sai as 22h30. Haha.-diz Vitor
                Ai ficou combinado né, de manhã a Isa ia comigo na casa do Leo, e a tarde ela iria pro escritório. Eu só iria as 16h. Mas enfim, o Vitor saiu de casa após despedir dos meus pais e da gente, pegou a estrada pra cidade. Estávamos numa alegria em casa, relembrando de momentos da infância, quando 40 minutos depois do nada a Isa diz:
-Estou com dor de cabeça... e sentindo calafrios...
-Credo Isa, quer um remédio?
-Não, Dani...é o Arthur, ele ta querendo dizer alguma coisa!
-Aiai...mas o que será que é?
O celular toca, levamos um susto, atendi, era a Paula, chorando...
>Dani?
>Oi nega, tudo bom?
>Não...
>O que foi, você ta chorando?
>Dani, o Vitor...
                Quando ela falou “o Vitor” meu cérebro entendeu: “o Vitor precisa de você agora...” Talvez seja por isso que sentimos o Arthur...
>O que aconteceu Paula?
>O Vitor capotou o carro vindo daí, ele ta no hospital...desacordado...(e chorou).
               
*continua

29-Estamos namorando!



                A Luiza se assustou, vi que o olho encheu de água.
-Fica tranquila. São espíritos, e são do bem...
-Para! Isso não existe...-diz Luiza
                Daí pra assustar o Vitor chega.
-Oi, to entrando...
-Aaaaaaaaai que susto!!!-diz Luiza
-Nossa Vih, assustou a gente!-diz eu
-Hahah Olá meninas. (Cumprimentou). O que estavam fazendo pra assustarem assim.
-Sentimos calafrios... São espíritos, pois estávamos falando disso.
-Não são, gente, isso não existe! Não tem como.-diz Luiza
-Dani? Não é assim também. Espíritos podem ser que existam, mas não têm contato direto com nós, seres humanos.
-Como assim, mas você mesmo disse que...
-Não vem ao caso, era outro assunto. Eu não acredito em certas coisas, já devia saber né?
-Hum. Não entendo você!-diz eu
-Rsrs. Relaxa. Luiza, quer um copo de água? Se acalma, não existe nada aqui.
-Não, obrigada Vitor.
-O Leo ta bravo com você.
-É eu sei. Vim aqui por que me disseram que estava aqui.
-Quem disse?
-Liguei lá na casa do Leo ai a Ana disse que vieram pra cá.
-Hum. E porque ele ta bravo com você?
-Porque eu não quis contar uma coisa pra ele. Depois te explico.
-Tudo bem. Vamos andar um pouco lá pra fora Vih?-diz eu
-To evitando o Leo senão ele vai ficar me questionando hahaha. Mas podem ir, eu vou lá na sede, assistir um filminho, sei lá. To meio gripado, sem disposição sabe?
-Eita Vitor, kkkkkk.
-Pois é.
                Fomos lá pra fora, a Luiza adorou a fazenda, apresentei meus pais que estavam trabalhando por lá, a ela. Depois o Leo foi embora, nem falei que o Vitor tava lá, o Leo nem entrou na casa dele da fazenda, afinal ele ia voltar depois com a Tati, iam almoçar lá. Minha mãe tava ajudando a cozinheira a preparar o almoço, chamaram a gente (eu e meus pais) pra almoçarmos lá também, como de costume quando estão lá. Mas enquanto o Leo ia a Uberlândia e voltava, trajeto que dava uma hora devido ao trânsito e pelo fato de morarem no centro, fiquei fazendo companhia pro Vih na sala.
                O Vih tava jogando vídeo game na sala, pior que criança, sentei lá.
-Nossa Dani, to com dor aqui na perna.
-Por causa do ponto né? (Resultado do machucado lá de Rio Claro, fez um corte pequeno na perna dele, ai deu ponto.)
-Uhum. Olha aqui, ta vermelho em volta.
                Ele tava de bermuda, daí me mostrou a vermelhidão.
-Poxa, ta feio isso ai. Você ta tomando remédio?
-To sim.
                Minha mãe entrou na sala, pra me dar um recado.
-Dani, o Leo foi pra cidade com os meninos e você não foi? Tinha que ir pra cuidar ou senão ficar com os meninos aqui!
-Ele disse que não precisava mãe.
-Hum.
-Ivonete, sabe se tem algum remédio pra dor ai?
-Dor de que Vitor?
-Olha aqui a perna dele mãe.
-Nossa, ta feio isso ein. A Dani contou sobre o acontecimento...Vou ver se tem algum remédio ali Vitor. Ô Dani, tira a mãe da perna dele? Que isso? Uai!
-Kkkkkkkkkkk. Foi mal.-diz eu
                Ai minha mãe saiu.
-Ela não sabe que voltamos?
-Ainda não contei.
-Tem que contar né?
-Pois é. O que o Leo queria saber de você? Que estão bravos um com o outro.
-É que o Washington fez o favor de comentar com ele sobre a gente. O Leo perguntou se foi bom, se você gostou de lá, ai o Washi disse que foi ótimo e que eu e você curtimos até demais. O que deu a entender que voltamos, porque a gente foi meio assim um com o outro né?
-Verdade.
-E daí o Leo chegou em mim e perguntou se voltamos, eu desconversei, ele perguntou se rolou alguma coisa. O Washi deve ter dito algo viu...
-Putz.
-Mas eu vou conversar com o Leo, fica tranquila, ele vai entender.
-Tomara.
                Ai deu hora do almoço. Sentamos todos na mesa pra comer, as crianças tavam comendo na sala e vendo TV. Conversa vai, conversa vem, a dona Marisa que estava também lá, veio com a Tati e o Leo, comenta:
-E vocês dois hein Vitor? Quando marcam o casório? Kkkkkkk.
-Hahahahahah.-Ri Vitor
-Não, porque o Vitor tinha comentado que estão meio juntos né?-diz Marisa
-Estão????-diz minha mãe
-Ué, voltaram?-diz meu pai
                Eu queria sair correndo naquele momento ou matar o Vitor. Mas escolhi ser civilizada e levar a bronca com os sermões.
-Ah pois então, acho que ta na hora de todo mundo saber, é melhor assumir. Estamos namorando.
-Que lindooo! –diz Tati
-Sr. José, to pedindo a mão da sua filha em namoro...senhor permite?
-Kkkk. Permito, mas juízo vocês dois ein!-diz meu pai
-Digo o mesmo!-diz minha mãe
-Dani, você será muito bem vinda na família, apesar que já a tempos é da família né? –diz Marisa
-Obrigada Mah.-diz eu
-Eu digo o mesmo do Vitor, será muito bem vindo na nossa.-diz meu pai
-Obrigado Zé! Sogrão hahaha.
-Vish Maria, “sogrão” é tenso, da impressão que to ficando velho. Kkkkkkkkkkkkkkkkk.
                Riram, o Leo não deu uma palavra.
-Amor, que cara é essa?-diz Tati
-Nada não, Vitor, Dani, quero que sejam felizes juntos viu? É o que mais espero. Que um cuide do outro, sempre.
-Pow bicho, valeu.
-Obrigada Leo.
                O Leo continuou em silêncio durante o almoço. Depois começou a chover, a Tati foi ver TV com as crianças e com o Leo, a Marisa ficou batendo papo com minha mãe, ai o Vitor e eu estávamos olhando a chuva da varanda.
-Tenho compromisso daqui a pouco, não vou poder ficar...
-Haha, tudo bem.
-Vamos comigo?
-Não posso Vih, to cuidando dos meninos.
-Não to vendo você lá cuidado deles... kkkkkkkkkkkkkkkk. To brincando, hoje eles estão com o pai e a Tati não vai trabalhar a tarde!
-Mesmo assim né Vitor, vai que os dois querem sair ou sei lá.
-Saem nada. Conversa com eles.
-Mas onde é que você tem que ir?
-No shopping comprar um iPad novo e um perfume pra dar de presente a uma amiga que fará aniversário essa semana. Você podia me ajudar nisso?
-Hum...amiga...
-Hahaha relaxa, é a Xuxa.
-XUUXAA?? Aff, não creio!
-Hahahahaha mentira, é outra amiga. Mas vamos, por favor?
-Tenho que falar com a Tati.
                Falei, me liberaram, ai fui em casa tomar um banho, o Vitor foi também sem segundas intenções, só com terceiras, quartas e quintas... Mas meu pai tava lá em casa já, foi impagável a cara de desilusão do Vitor, que teve que me esperar na sala, ao invés do quarto. Depois fomos, passamos no apartamento dele antes, e seguimos pro escritório, ele foi só pegar a guitarra dele que lá estava. Em seguida partimos pro Central Shopping Uberlândia...
                Lá fomos na loja da Apple, comprar o iPad, acho que eu engasguei umas 18 vezes com os preços das coisas lá, iPhones, iPads, iMacs e afins... tinha um iMac (um computador) que custava quase 9 mil reais!!! Enquanto ele negociava eu ficava observando duas garotas que estavam em frente a loja olhando pros seguranças e pro Vitor, esperando a melhor hora pra bater uma foto. E como no shopping não é permitido o uso de câmeras fotográficas, estavam bolando um jeito de conseguir um clique com ele.
                Ele comprou o aparelho e foi saindo, sem perder tempo as meninas o chamaram pra foto. Mesmo estando de óculos escuros e boné, mais pessoas o reconheceram e foram lá também. Calculei uns 15 minutos só. Fomos então comprar o perfume da amiga dele, que até então ele não me disse quem era realmente, escolhemos um legal lá, ai quando chegamos lá no apartamento dele eu perguntei:
-Qual o nome da sua amiga mesmo? Ela é daqui?
-Não, de São Paulo. É a Júlia, lembra dela?
                Eu quis matar ele, mas respirei fundo, engoli a bola de fogo causada por ciúme interno, e disse:
-Hum, lembro, lembro bem!
                Só que havia me lembrado de uma coisa, da vez em que tentei impedir que ele e ela dormissem juntos, colocando aquele bilhete na porta do carro dele, dando a entender que outra mulher o esperava em seu apartamento, ai a Júlia brigou com ele, só que na mesma semana estavam numa boa outra vez. Enfim, ele não descobriu quem foi, e tinha sido eu, imagina o peso na consciência! Só que eu nunca podia esperar que...
-Dani, lembra daquele bilhete que colocaram no meu carro, que me fez desentender com a Jú?
-A.. AA siim, lembro. Que que tem?
-Ainda não descobri quem foi!
-Vish. A mas esquece isso, não vale a pena.
-Tem razão. Vamos pensar em coisas boas, tipo eu e você sozinhos em casa!
-Ui, mas Vit...
                Fui interrompida a fala, com um beijo dele já vindo por cima de mim no sofá! E eu iria fazer o que? Impedir eu não ia...
Continua... 

28-Não é morte, é passagem de vida...


                Passou. Fomos para Uberlândia depois daquele final de semana, que não deixou de ser uma aventura das boas. Era férias, então pra ganhar um dinheirinho extra eu cuidava dos meninos o dia todo (Tato e Tony). Na casa do Leo também trabalhavam a Luiza, que era a diarista, vinha 3 vezes por semana, encarregada de passar e lavar, a Ana Lara, que limpava a casa e vinha todos os dias e a Lurdes, cozinheira. Tinha também o motorista e os seguranças...
Enfim, na segunda feira tava eu conversando com a Luiza, enquanto o Antonio jogava vídeo game com o Leo e o Matheus estava dormindo. A Tati estava trabalhando em seu consultório de nutrição, vinha só para o almoço. A Luiza estava reclamando:
-Ai Dani, não sei sabe... eu to fazendo um curso de maquiagem profissional, muito bom, e termina essa semana, o rapaz lá da escola de maquiagem disse que me arruma um emprego em Uberaba como maquiadora, preciso ir lá fazer um teste nessa quarta, mas o que vou dizer pra dona Tatianna?
-Ishe. Ah, mas fala a verdade.
-Mas ai ela vai entender que não quero mais trabalhar aqui, e se não der certo lá, o clima aqui vai ficar ruim.
-Explica pra ela certinho, tipo, explica que é seu sonho (é né?)
-É sim, eu amo maquiagem.
-Então, explica que é seu sonho e que você quer fazer um teste só, mas se não der certo, continua aqui.
-Porque pra ela mandar eu embora é fácil, sou só diarista, entende? É complicado. E entrei faz nem 2 meses aqui...
-Entendo.
-Ai Dani, me ajuda? Não sei, não vou ter coragem de falar com ela.
-Fala com o Leo.
-KKKKKKKKKKKKKK. Capaz, menina, tenho mais vergonha ainda. Não conheço ele direito, o vi poucas vezes, converso o necessário só por vergonha, imagina se vou falar isso.
-Hahaha, eu te ajudo. Ele é um amor de pessoa, vamos lá?
-Será??? Será que devo?
-Sim, porque daí ele conversa com a Tati né?
-Verdade, maridão convence ela né? Kkkkkkkkk
-Ahahaha isso mesmo.
                Fui até a sala e chamei o Leo. Ele veio:
-Ai meu Deus, vocês tão com cara de que assassinaram alguém e vão confessar pra mim. Kkkkkkkkkkkkkkkkk-diz Leo
-Hahaha eu assassinei aquele doido do seu irmão. Ta? Você não liga não né?-diz eu
-Não, não...favor que fez! HAHAHA. Brincadeira, depois você vai cantar lá comigo e tocar violão e ta tudo certo bicho! Rsrsrsrs.
-Bobo kkkkkkkkkkk.  Não assassinaria aquele “trem” lá por nada nesse mundo kkkk.
-Hahaha ele já quase se assassinou em Rio Claro né? Por causa de manga bicho...não, não...tinha que ser o Vitor!!! PQP..aha, enfim.
-KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK.Que doideira.-diz Luiza
-HUAUHASHUAS. Mas então Leo, assim... fala ai Luiza...
-Que vergonha, rs...
-Paaraaa, vergonha de mim?? Pode falar, relaxa...
-Rs é que assim, eu tava fazendo um curso de maquiagem Sr. Leo, ai termino ele essa semana, e o rapaz lá da escola me disse pra ir fazer um texto em Uberaba na quarta, para ser maquiadora numa empresa lá. É meu sonho trabalhar nessa área sabe?
-Hum. Poxa, a Tati também gosta muito de maquiagem...
-É? Que legal. Rs, mas então, só que se eu passar nesse teste não vou mais trabalhar com vocês, mas eu gosto muito daqui e se não der certo lá não quero sair daqui, mas eu não to trocando, entenda...
-Entendo sim. Flor, fica tranquila, a gente entende. É seu sonho não é? Então corre atrás! A gente fica na torcida e se não for dessa vez, fique aqui conosco e tente uma próxima. Né Dani?
-Com certeza.-diz eu
-Aiin Leo, digo, Sr. Leo...
-Hahaha, só Leo. ;D
-Rrsrsrs. Ta, Leo, fico muito grata pela compreensão. De verdade viu?
-Ah que isso, a gente tá aqui pra apoiar sempre um o outro. Viu, meninas eu vou acordar o Matheus e fazer eles tomarem banho, pra irmos na fazenda ta? Vocês querem ir?
-Ah já que insiste eu quero Leo kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.-diz eu
-Hahahaha cara de pau UHASUHSA.
-Eu não posso, ainda tenho que passar as roupas das crianças Leo.
-Passa mais tarde, eu virei buscar a Tati aqui na hora do almoço, ai você vem comigo. Vamos?
-Vamos Luiza, daí você conhece minha casa. Kkkkkkkk.-diz eu
-Ai gente, ta bom, mas depois vocês expliquem pra Tatianna ein?
-Pode deixar flor.-diz Leo
                Ele saiu. Olhei pra Luiza, ela olhou pra mim, e me abraçou ahaha.
-Obrigada amigaaaaa!
-Rs de nada. Não falei que ele era compreensível?
-Demais. E... que a Tati não ouça, mas ele é cheiroooosooo!!!
-Kkkkkkkkkkkk pode crer, muito.
                Ai fomos pra fazenda. Deixei que a Luiza fosse na frente, só pra ir fazendo bagunça com os meninos atrás. Cantamos Patati Patatá e Xuxa.
-Nossa, que dia vocês três vão gravar CD???-diz Leo
=Hahahah kkkkkkk SAUSAHHUAS.-rimos
-Rsrs. Só vocês. Vou colocar Luan Santana agora, pode ser?-diz Leo
-Podeee paai.-diz Tato
                Começamos a cantar, até a Luiza entrou na onda. Chegamos na fazenda, ai o Leo foi andar de cavalo com os meninos.
-Venham andar de cavalo ai depois, apresenta a fazenda pra ela Dani.
-Podexá. Leo, não liguei pro Vitor, ele vem aqui hoje?
-Ah to bravo com ele.
-Porque?
-Ele não me contou uma coisa...
-O que?
-Haha, liga pra ele e pergunta, porque eu não sei.
-Kkk, ta né. Vem Luiza, moro ali. Nem repara a “zona” hein rsrsrs.
-Ahh que isso, tu não viu minha casa.
-Acredite: Nada é pior que meu quarto! Hahahaha.
-Kkkkkkkkkk.
                Entremos e tal, fomos no meu quarto. Adivinha o que ela viu primeiro lá? Meu violão!!!
-Aaaaaaaaa você toca? Não tinha me falado...
-Toco rs. Amoo!
-Sério? Nossa eu canto sabia? Cantava com meu pai, mas ai ele ta com um problema na garganta, fez cirurgia e não canta mais.
-Nossa, que chato :S
-É. Mas eu amo música.
-Duas então. Kkk.
-Hei, quem é esse da foto?-diz Luiza
                Pegou justo a foto minha com o Arthur... respirei fundo pra falar.
-Era um amigo. O Arthur.
-Ele é de onde? Daqui?
-Na verdade hoje ele mora em todos os lugares, não sei se no céu também. Ele faleceu quando tínhamos 14 anos, era meu amigo de infância.
-Nossa. Nem sei o que falar.
-Qualquer dia te conto a história dele...minha e dele.
-Rsrs. Hummmm, e essa? Sua e do Vitão? Vocês tem algum rolinho né? Confessa...
-Hahaha. Acho que não da pra mentir, porque meu sorriso e meu olhar entrega... eu amo ele!
-Que liiindooo. *----* Nossa, você nasceu com estrelinha na bunda né? Pra ter essa sorte...
-Kkkkkkkkkkkkkkkkk.
-Minha vida é tão difícil... você ta no céu Dani.
-Você é feliz?
-Sou, apesar de tudo...
-Então, isso que importa! Já passei por tanta coisa... já chorei demais, agora minha vida pode estar boa, mas amanhã ninguém sabe.
-Rsrsrs. Pois é. Eu perdi meu pai sabe? Sei o que é a dor de perder quem a gente ama. Nossa, senti um calafrio segurando esse porta retrato do seu amigo...
-Ele está entre nós!
-Você é doida Dani, credo. Kkkkkk
-Haha, mas é sério. Você não acredita? As pessoas não morrem, passam de vida e continuam entre nós...Seu pai está entre nós.
-Não, não está.
-Relaxa, custei acreditar nessas coisas também. Tenho alguns livros aqui que podem te ajudar a entender isso...
-Para, você é espírita?
-Não. Mas eu...
-Você não sabe sobre meu pai, ele não está aqui, não estáaa!!!
                De repente um lápis que estava sobre a mesa do meu computador cai no chão...


Retomando:            Nos beijamos de novo, depois fomos andando pela margem do rio, estávamos meio longe das barracas, mas iluminados pela luz da lua. Não sentia medo com ele. Deitamos na grama olhando a lua, ele, nada esperto já tava aproveitando a ocasião em que estávamos sozinhos e já veio me provocando. Só que dessa vez foi mais forte o que sentíamos, e sem nos controlar deixei que ele me conduzisse naquela noite.
                Sem mais detalhes, só digo que me entreguei sem medo e que ele foi cuidadoso pra caramba, nunca ia esquecer daquele momento com ele, só com ele e mais nada... A testemunha era a lua, a natureza, a noite. Talvez seja esse o motivo de eu gostar da noite, e da lua!

continua amanha xD

 27-As mangas!

                Ah Vitor, parece que te amo... e agora é pra valer.  Começamos ali e terminamos na barraca, quando as 8 horas foram nos acordar, nem eu nem ele queria levantar dali de tanto sono. Mas levantamos, o bom humor era contagiante, e minha vergonha também, principalmente quando olhei pra cara do Vitor de manhã kkkkkkkkkkkkkkkkk. Não sei se isso é normal, mas sei lá, eu nunca tinha feito isso antes, e com ele foi a primeira vez, então...
-Nossa, vejo que o casal ta de bom humor!!!! –diz Washington
-Então né! Dani, vá me contando kkk. –diz Paula
-Gente, pelo que ouvi ontem antes de dormir a noite foi muuuuito boa!=diz Marcelo
-Hahaa, a noite foi maravilhosa, melhor impossível!!! Né Dani?-diz Vitor
                Pronto, ele havia conseguido me deixar com mais vergonha!!!!!
-Hehe, pois é.-diz eu
                Riram. Ai sentamos pra tomar café...ou melhor, comer frutas. Sugeriram então que fossemos caminhar por uma trilha do outro lado do rio, dizia o Marcelo que era lindo lá.
-Não to com uma boa sensação gente.-diz Paula
-Deixa disso nega, vamos logo.-diz Vitor
-É uma aventura e tanto! Vocês vão gostar.-diz Marcelo
                Tá, pegamos água, algumas coisas pra comer e fomos. Atravessamos o rio em um lugarzinho em que era baixa a correnteza e raso. Do outro lado havia uma mata, a principio parecia bem fácil de ter acesso dentro dela, mas ao entrarmos percebi que era meio fechada.
-Marcelo, você tem certeza que é uma boa ideia?-diz eu
-É sim, já vim outras vezes, nem o Lucca ta com medo.-diz Marcelo
-Essa mulherada ta muito mole pro meu gosto hein.-diz Washi
                E continuamos caminhando pela trilha que tinha lá, o calor tava ficando insuportável, estávamos já suados, e pra animar íamos contando piada. Dizia o Marcelo que se andássemos mais um pouco chegaríamos á um vilarejo de índios que tinha naquela região, ele conhecia o povo pois já foi lá outras vezes, e era um local aberto para visitação e apreciação da cultura.
                De repente o tempo se fechou e começou a ventar, pra chover.
-Aff, droga, desculpa falar pessoal, mas vamos ter que voltar, senão o rio enche e a gente não consegue passar depois.-diz Marcelo
-Aa... e essa aldeia que você falou, dos índios ai, fica muito longe daqui Marcelo?-diz Washi
-Acho que fica a uns 40 minutos daqui, a gente já ta andando faz quase 2 horas, não é?
-Sim, por ai. Então vamos voltar...-diz Paula
-AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAahhh. –Grita Lucca
-LUCCAAA? O que foi filhooo?-diz Marcelo
                Olhamos e vimos o menino no chão. Fomos até ele.
-Uma cobra pai, ali!!!
-Vai pra lá, vamos voltar, deixa a bichinha quietinha ali no lugarzinho dela.
                Eu fiquei atrás do Vitor, e a Paula atrás de mim. Duas medrosas kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. Fomos voltando, eu estava assustada com receio de encontrar outro bicho peçonhento no caminho. Chegamos lá cansados, e já com chuva, ai o Vitor:
-Caramba, olha aquele pé de manga lá do outro lado, porque a gente não pegou quando tava lá.????
-Pow, da tempo, corre lá pegar.-diz Washi
-Vamos lá Paula? Vamos Dani?
-Vamos. Mas, será que da tempo?-diz Paula
-Da sim!
-Bom, qualquer coisa a gente mata ele Paula...kkk-diz eu
-A gente vai ficar dentro da barraca, por causa da chuva, não demorem se não quiserem pegar uma gripe daquelas!-diz Marcelo
                Atravessamos né, sentimos que o rio já estava subindo e o tempo se fechando cadê vez mais. O espertão do Vitor subiu no pé de manga e foi pegando as frutas. Ai a gente juntou tudo pra levar dentro de uma bolsa, o Vitor colocou nas costas e fomos atravessar o rio né.
-Gente, ta meio forte já a correnteza, mas ainda ta raso, então segurem em mim, e vamos.-diz Vitor
                Estávamos quase do outro lado, a Paula saiu primeiro da água, depois eu, mas ai veio um pedaço de pau com a correnteza e bateu na perna do Vitor, o que fez ele cair, segurando apenas com uma mão numa pedra que ficava na beirado do rio, mas tava estava escorregando, com a outra mão ele segurava meu braço e eu segurava ele pela camiseta, quase enforcando ele. Pra me sustentar a Paula me segurou, foi tudo tão rápido, mas o medo nos faz pensar, numa fração de segundos, no que fazer.
-Não me solta...pelo amor de Deus.
-Vitor, não to aguentando.
                E ele tava engolindo água! O barulho da chuva não deixava que o pessoal ouvisse a gente. Acho que foi Deus que fez o Washington sair de dentro da barraca... ele gritou o Marcelo e os dois foram lá e tiraram o Vitor da água, mas, ele já estava desacordado, devia ter engolido muita água, ficou sem ar, sei lá, eu CLARO, já comecei a chorar, e a Paula tava desesperada.
-Acoooorda Vitor, poha cara, acordaaaaa!-diz Washi
-Droga, vamos tirar ele da chuva, leva pra barraca.-diz Marcelo
                Levaram, ai lá ele deu uma engasgada, cuspiu um litro de água e acordou.
-Caramba...-diz Vitor
-Você ta bem rapaz?-diz Washi
-Aaai, não encosta na minha perna, ta doendo!!!
-Bateu algo na perna dele Marcelo, acho que foi um pedaço de pau.-diz Paula
-Paula, vai lá com o Lucca, ele ta sozinho na outra barraca, o Vitor vai ficar bem, vai lá também Dani.-diz Marcelo
-Não, vou ficar aqui!-diz eu
                A Paula foi lá com o Lucca.
-Acho que foi isso mesmo, algo bateu na minha perna, bicho ta doendo demaaaais!
-Calma, pow, sem brincadeira, vou pedir pra você tirar a calça pra gente ver se cortou, se machucou muito...-diz Washington
-Nem, não precisa não! Kkkkkkkkkk. Vão pra lá que eu vejo aqui, a Dani ta aqui pra me ajudar.-diz Vitor
-Hahahahah, mas é caipira mesmo hein? Vamo embora Washington!
                Daí quando eles saíram, o Vitor tirou a calça, fez um corte, mas não tava sangrando mais, acho que ele já tinha perdido o sangue lá no rio.
-Nossa Vih, a gente tem que ir no médico.
-Chama o pessoal lá, daí a gente vai embora, ta?
                Seguimos pra cidade, no caminho paramos, o Vitor precisou vomitar. Chegando lá ele:
-Gente?????
-Que foi?-diz Paula
-As mangas? A bolsa com as mangas, trouxeram?
-KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK. Só pensa na comida. Trouxemos sim hahaa.-diz eu
                Levamos ele num hospital, fiquei lá com ele enquanto o Marcelo foi na casa dele com o pessoal, ai voltaram e trouxeram roupa limpa pra mim e pro Vitor. Acredita que arrumaram uma enfermeira mega gostosa pra atender ele? AFF!!! Ai ele ficava olhando pro traseiro da vaca ainda...bati nele.
-Aiii, que foi?
-Por que você fica olhando pra bunda dessa ai?
-Ué, ela passou e sem querer olhei, não há nada demais.
-Afff. Você é impossível!
-Ai para Dani. Ta com ciúmes?
-EU NÃO TO COM CIUMES, SE EU TIVESSE COM CIUMES EU TAVA GRITANDO, MAS EU NÃO TO.
-Claro, claro, não está...aham... sei! (...) Daniiii, olha pra mim...
-Que que foi?
-Eu posso olhar pra quem for nesse mundo, mas eu amo é você!
                *------------------------------------------------------------------* Eu derretia nessas coisas, o coração acelerava demais.
-Sei!
-Sério minha flor...
-Bom, vamos lá, ta na hora de dar alguns pontos nesse machucado né? O doutor ta esperando ali na outra sala, vamos lá.
                Ai ela levou ele, e eu fiquei ali esperando, e pensando no Vitor, digo, na vida...


Retomando: -Ô Leo... ai, meu celular ta tocando, >Alô?
>Oi, Dani...é o Vitor, vem Ca, cheguei em casa e vi uma foto do Arthur aqui em casa, o que ela ta fazendo aqui, será que você esqueceu aqui?
>DO ARTHUR??? Não... ué...
>Que estranho, tem algo escrito atrás, vou ler pra você...
...

26- Diga sim a ele!

>Ta bem.
>Ta escrito “Não quero nada em meu caminho, esse amor sempre foi meu, de mais ninguém. By: Arthur.”
>Isso ta escrito atrás da foto?
>Sim. Acha que pode ser alguma música que ele fez ou sei lá?
>Talvez, mas por que ele escreveria esse pedaço atrás de uma foto dele? E mais, o que essa foto estaria fazendo ai?
(...) Ele silenciou-se.
>Vitor?
>Oi, to aqui.
>Então?
>Dani, ta muito estranho isso, você tem certeza que não trouxe por engano essa foto aqui?
>Tenho, não levei. Nem sei que foto é...
>Uma que o finado está montado em um cavalo...
>Hum, eu não tenho essa foto dele não! Credo, que estranho.
>Demais, demais. Enfim, vou tomar um banho. Depois a gente vê isso, te ligo amanhã cedo.
>Ta.
                Desliguei e tal, com cara de assustada.
-Que foi?-diz Leo
                Contei mais ou menos pra ele.
-Entendeu?-diz eu
-Credo kkkkkkkkkkk. Entendi. -diz Leo
-Tenso.
-Sim.
                O Matheus veio até a gente.
-Pai, vamos? To com saudade da mamãe.
-Rs, vamos filho. Fala tchau pra Dani.
-Não!
-Matheus????
-Ela beijou o tio! E não pode, são como irmãos.
-Não é bem assim Tato. A gente gosta um do outro e por is...
-Minha professora ensinou que quando duas pessoas convivem uma com a outra a bastante tempo, se tornam irmãs, mas de pais diferentes! E irmãos não se beijam.
-Kkkkkkkkkkkkkk. Filho, mas tem certos casos em que essa convivência faz com que um goste do outro de maneira diferente, como namorados sabe? Ai acontece isso.
-Hum. Não devia ser assim.
-Por que não? Ê Muleque, em casa a gente conversa, te explico. Vamos agora.-diz Leo
-Vamos.
-Tchau tato.-diz eu
-Tchau!!!-diz Tato
-Té mais Leo, da um abraço no Antonio.
-Dou sim, obrigado. Tchau.

        Passaram-se alguns meses. Final de ano, meu curso acabara, tentei vestibular para musica numa faculdade e de agronomia em outra, esperava um bom resultado. Contamos para minha mae sobre meu 'rolo' com o Vitor. Nao tinhamos compromisso sério, e nas duas vezes que brigamos ele andou ficando com outras sirigaitas, o que fez com que eu ficasse triste com ele.
         Ele tentou algumas vezes ir pra cama comigo, mas nao sei  o que acontecia comigo, travava, sei la, e nao deixava ele fazer nada. Foi inclusive um dos motivos de nossas brigas.
         Eu comecei a ler sobre espiritismo e pude crer que o espírito do Arthur estava entre nós, mas eu nao conseguia me comunicar com ele, apesar de senti-lo.  O estranho é que o Vitor sentia também, mas nao queria acreditar! Outro motivo de nossas brigas!
          A dupla entrou de férias, estava meio afastada do Vitor, ai em uma quinta o Washington, namorado da Paula propôs de irmos para Rio Claro-SP na casa de um amigo de infância dele, e conhecido nosso, o Marcelo.
          Topei, precisava me divertir, iamos ficar lá sexta e sábado, voltaríamos no domingo de manhã. O Washi foi em casa me buscar com a Paula, pensei que íamos os 3, mas dai ele passou no Apto do Vitor! Sim, o Vih ia...quis fugir daquele carro, mas o pior é que eu gostava demais daquele chato do Vitor!
           Foram conversando sobre tudo, e eu e a Paula quando nao estávamos dormindo ou cantando, estamos falando sobre estudos e livros. Saímos na madrugada e chegamos as 10h da manha em Rio Claro. Era uma bela cidade, conhecida por ter o céu mais azul... Só conhecia o Marcelo por internet, mas pessoalmente era uma comédia em pessoa, deu certo com o Washi e o Vih. Ele era rockeiro, cantor e professor.
          A mulher dele, cantora também, se chama Isabela, ela foi dizendo:
-Temos dois quartos, voces sao casais né?
-Sim, somos.-diz washi
-Eu e o Vitor nao.-diz eu
-Mas a gente pode ficar no mesmo quarto...-diz Vitor
-Gente, que vocês acham de acamparmos hoje no sítio? A gente pescava, tomava banho de rio, fazia fogueira e acampava! -diz Marcelo
-Boooa caraa! Por mim tudo bem, e por voces?-Diz Washi
         Topamos, pegamos tudo, botamos dentro dos carros e fomos a tarde. A Isabela nao foi, ficou com a filha mais nova. Ja o filho mais velho, o Lucca, foi.
          Nos dividimos em 3 barracas, e claro, tive que ficar na mesma que o Vitor. Conforme combinado, pescamos, nadamos no rio de agua bem limpinha e depois tomamos banho na casinha que tinha lá no sítio. A noite fizemos fogueira e tudo mais, o Washi e Paula foram dormir (na verdade foram fazer outra coisa, mas abafa), o Lucca tambem foi dormir, ai ficou o Vih e o Marcelo conversando. O Vih sentou do meu lado.
-Ta com frio?
-Um pouco.
        Ele me abraçou.
-Bom gente, vou dormir tambem, ja são quase 2h da madrugada. rsrs-diz Marcelo
-Ahahaha. Estou ainda sem sono...-Diz Vitor
-Ah eu nao, eu ja to com sono também.-diz eu
-Vai me deixar sozinho aqui Dani?-diz Vih
-Uiii, deixa eu deixar o casal a sós kkkkkkk.-diz Marcelo
         E foi pra barraca dele. O Vitor virou-se de frente pra mim, mexeu no meu cabelo, e falou:
-A gente anda muito afastado um do outro.
-Pois é.
-Eu gosto de voce, eu nao quero que continue assim, sinto sua falta.
-Nao parece.  A gente mal briga e voce ja ta ficando com outras por ai.
-Nao é bem assim.
-Claro que é. Eu é que sinto sua falta, e enquanto voce fica la com outra eu fico que nem boba chorando, quando mais preciso de voce, voce nao ta comigo.
-Minha vida é corrida, as vezes faço coisas por impulso, me desculpa Dani. Só tem um jeito de essas coisas nao acontecerem, sabe qual é?
-Qual?
-Ficarmos juntos!
-Ja tentamos e voce viu no que deu.
-Nao, a gente só ficou, a gente teve só um casinho, rolo...eu to dizendo que isso tinha que ficar sério.
-???
-Olha, to desprevenido, porque quando o sentimento vem, nao escolhe lugar, mas...voce quer namorar comigo?
-O QUE?????? REPETE? KKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
-Não ri de mim. Namora comigo? Eu queria que esse momento fosse acompanhado de flores e um bom vinho, mas como ja disse, to desprevenido...E entao? Aceita? Vamos nos resolver?
                Que romântico, que lindo, que perfeito... Ta Dani! Para!!! Acordaaaa pra vida...
-Aa... voce tem certeza disso?-diz eu
-Porque, voce nao tem?
-Ai que ta, é o que eu mais quero, mas tenho medo.
-De que?
-De voce nao ter certeza disso, estar fazendo por impulso, e se arrepender depois.
-Ahahhaaha. Fica tranqüila meu anjo...
-Vitor!!!
-Dani???
-Eu não sei Vitor... talvez eu precise pensar.
-Pensar? Bom... tudo bem. Vou ali pegar uma blusa pra você.
-Ta.
                Ele se levantou e foi. Naquele momento sozinha senti medo, e um arrepio. Já não me espantaria se fosse o Arthur, e era ele mesmo. Tentei conversar:
-Arthur? É você? Estou te sentindo, me responde...
                Levei um susto quando finalmente ele respondeu:
=Você pode falar comigo?
-VOCÊ FALOUUU!!!!
=Calma. Rs. Sim, eu falei, e você consegue me ouvir agora, esperei tanto por isso.
-Mas como eu posso te ouvir?
=Duas explicações: Você acredita em mim, então me vê. Você só vê o que quer...as coisas são assim. Ou você é um médium.
                Fiquei sem palavras. Olhei pra barraca onde estava o Vitor.
-Ele também pode falar com você? O Vitor?
=Não. Ele não acredita suficientemente em mim. Ele não acredita muito nem em seus próprios sentimentos...
-Como assim?
=Não pergunte o que não quer achar a resposta. Ele te fez um pedido, o mesmo que eu te fiz ainda no plano espiritual em que você está.
-???
=Ele te pediu em namoro. Também pedi quando estava vivo. Você me pediu um tempo e... o resto você já sabe. Eu nunca tive essa resposta, você não quer fazer o mesmo com ele né?
-Ai credo, você me da medo...
=Hahahaha. Normal. Mas só te digo isso Dani, estou aqui para proteger você, ele te ama, então não o deixe na dúvida, o coração de um homem pode morrer aos poucos se não receber o amor que precisa ... Decida-se antes que seja tarde e um coração se perca no mar de ilusões. Não fale pra ele sobre mim, deixa que ele me descubra.
                Fiquei assim de boca aberta, o Vitor veio e o Arthur sumiu.
-Dani, que foi, você ta gelada menina...
-É que...nada, bom, é o frio né? Rs.
-Kkkkkk. Toma sua blusa.
Nos beijamos e ficamos ali um pouco abraçados. Ele falou no meio ouvido:
-De quanto tempo você precisa pra pensar? Não querendo te apressar claro...
-A sim, claro que não, sem pressa alguma né? ASHUUASHUHSA
-Kkkkkkkkkk.
-Já pensei.
-Já???
-Sim. Aceito.
-Sério?
-Uhum!
                Nos beijamos de novo, depois fomos andando pela margem do rio, estávamos meio longe das barracas, mas iluminados pela luz da lua. Não sentia medo com ele. Deitamos na grama olhando a lua, ele, nada esperto já tava aproveitando a ocasião em que estávamos sozinhos e já veio me provocando. Só que dessa vez foi mais forte o que sentíamos, e sem nos controlar deixei que ele me conduzisse naquela noite.
                Sem mais detalhes, só digo que me entreguei sem medo e que ele foi cuidadoso pra caramba, nunca ia esquecer daquele momento com ele, só com ele e mais nada... A testemunha era a lua, a natureza, a noite. Talvez seja esse o motivo de eu gostar da noite, e da lua!

......continua amanhã 03/04

25-Não te entendo Leo!



  Retomando:              Na sala ele me beijou, ouvi passos se aproximando, mas não tava nem ai, quando então:
-Heeeei, tio? Dani? Que isso?-diz Matheus
-Puta merda kkk!-diz Vitor
-Não é nada Matheus... nada demais!
-Eu vou contar pro meu pai!
-Matheus, volta aqui... MAATHEEEUUUS!! Aff-diz Vitor
                Ele saiu correndo lá pra fora.

-Ele vai contar mesmo?-diz eu
-Vai, com certeza.-diz Vitor
-Ta, e agora?
-Acho que pro Leo não vai ter problema, ele vai brigar comigo, mas só. Agora você sabe que dá problema se todo mundo ficar sabendo.
-Sei. Mas porque o Leo vai brigar com você?
-Uai, ele vai dizer que só estou te iludindo e blábláblá. O de sempre sabe?
-Hum.
-Acho que não preciso te falar que apesar de tudo a sociedade ainda tem preconceito, seja por questão de idade ou...
-Poder aquisitivo! Seeeei beeem!!! Nossos mundos são diferentes Vitor.
-Não são, se você não quiser que seja.
-Você é bem mais velho que eu.
-E? Não vejo problemas nisso. Você vê?
-Ahh...não, eu acho. Mas a questão é que se meus pais ficarem sabendo, talvez não aceitem. Acho que não vai pegar bem pra sua família também.
-Não importa o que vão dizer. Você não é mais criança, muito menos eu, cuidamos de nós mesmos, não é?
                Nãaaao! Eu ainda grito minha mãe a noite quando tenho medo e durmo abraçada com meu urso de pelúcia, e daí??? Mas vamos pela idéia do Vitor, não vou contrariar né?kkkkkkkkkkk
-É sim Vitor.
                Nisso entra a minha mãe:
-Que cara de assustados são essas?-diz mãe
-Nada, é que...-diz eu
                O Leo entra com o Matheus e interrompe.
-Oi dona Ivonete, licença, RS. Queria conversar com os dois, tem como?
-Tem.-diz Vitor
-Vamos no meu quarto?-diz eu
-Por mim ta bem. Matheus fica ai, e bico calado ta bem?-diz Leo
-Ta pai. Eu vou brincar la fora.-diz Teus
-Não apronta hein? To de olho. Bem, vamos lá então.-diz Leo
                Fomos lá no quarto, eu sentei na cama com uma almofada no colo, o Vitor sentou a cadeira da mesinha do notebook e o Leo sentou do meu lado na cama. Eu parecia aquelas adolescentes pegas pela mãe após ter feito algo errado na escola, prestes a levar bronca. O Vitor tava sério, com um jeito que se o Leo falasse muita bobagem pra ele, ele dava uma voadora, porque afinal a vida é dele, ele é o irmão mais velho e ele se cuida sozinho. Kkkk.
-Então, só queria saber se o que o Matheus me disse é verdade.
-Sim, é.-diz Vitor
-E você não me falou nada por que Vitor?
-Ué bicho, preciso falar?
-Vocês estão namorando escondido?
-Não.-diz eu
-Ficando, Leo. Só que a gente não comentou nada porque você sabe como são as pessoas.-diz Vitor
-Sei. Sua mãe sabe disso Dani?
-Não. E nem pode.
-Por que não? Então quer dizer que ela confia em deixar o Vitor vir aqui, ficar sozinho aqui com você pensando que são somente amigos, ai vocês fazem isso? Não ta certo sabia? Não sou ninguém pra dar lição de moral em você Vitor, mas você devia pensar um pouco né?
-Aiaiai hein?-diz Vitor
-Vocês pretendem levar isso sério?-diz Leo
-Da minha parte sim. É bom até que você saiba Dani.-diz Vitor
-Hummm... Leo, eu vou contar pra minha mãe, mas com calma. Não to fazendo nada de errado, eu já tenho 18 anos.
-Tem 18, mas você é uma criança Dani, uma criança. O Vitor foi como um pai, um irmão pra você em certa época, não to proibindo vocês de nada, mas...
-Não, se não ta proibindo ta fazendo o que? Leo, acorda, os tempos mudaram, eu to apaixonado, posso?-diz Vitor
                Que lindooooooooooooo, ele ta apaixonadooo!! Morri!!!
-Se virem ta? O Matheus ta chateado com vocês, porque ele é uma criança, não entende muito, mas pra ele vocês eram quase irmãos. Já dei dica, agora é com vocês.
-Leo, eu não to entendendo você!-diz eu
-Deixa Dani. Deixa ele!
-É, me deixa. To indo, daqui a pouco vou embora ta? Então tchau desde já.
-Tchau Leo...-diz eu
-Hum! Tchau!
                Ele saiu.
-Nossa, não entendi o Leo.-diz eu
-Haha, normal. Deixa pra lá. Dani, eu tenho que ir também, olha a hora, tenho um compromisso.
-Compromisso, sei...
-Sério, preciso resolver o quanto antes, é um problema com um cartão de um banco ai. Depois te explico melhor. Amanhã eu venho aqui de novo no fim da tarde, ai se quiser a gente aproveita e conta sobre nós pra sua mãe.
-Mas ta meio cedo, não ta?
-Melhor contar, por mais que não seja nada sério.
-Hum, ta bem.
                Ai ele foi, tomei um banho e fui lá fora, o Leo ainda estava lá, só que sentado embaixo de uma árvore vendo o Matheus andar de cavalo com um dos peões. Tomei coragem e fui lá, sentei ao seu lado.
-Leo?
-Oi?
-Não ia embora?
-O Tato quis ficar mais.
-Ah ta. (...) Que foi?
-Uai, nada.
-Sei. Você ficou mesmo bravo de saber sobre mim e o Vitor?
-Não fiquei bravo.
-Ficou.
-Não, eu não fiquei.
-Ai, você ainda ta bravo.
-To chateado Dani.
-Por que?
-Vocês ficarem até tudo bem, mas ele disse que quer levar a sério, e eu acho que ele não vai levar a sério isso de verdade.
-Porque não? Como você sabe?
-Eu conheço o irmão que tenho, ou ele ama de verdade, ou ilude. Não to querendo te desanimar, mas ele amou de verdade somente uma pessoa, as outras foram só paixões, algumas duraram bastante tempo, outras não. Então eu acho que ele só vai te fazer sofrer...
-Não vai não Leo... eu confio nele.
-Você não entende, tipo, ele é uma pessoa difícil, mais velho que você, pensa de outra forma, eu conheço você e também conheço ele, por isso afirmo que não vai dar certo. Não nego que ele esteja apaixonado, mas é que você ou ele vai sofrer no final.
                Quis chorar nessa hora, ou melhor, uma lágrima correu no meu rosto.
-Eu amo ele Leo...
-Você ainda não sabe o que é amar, o tempo vai dizer se isso é amor, porque quem ama nunca esquece.
-Eu sei, mas você ta me dizendo pra não ficar com ele?
-Só te falo uma coisa, vai ter que enfrentar muitos desafios pra ficar com ele, você sabe, e ele também, pra ficar contigo. Eu acharia melhor esquecer isso.
-Você nunca impediu ninguém de ficar com ele, porque pede isso pra mim?
-.... Ah, Dani, é que eu não...bom, pra mim você ainda é aquela menininha que morava do lado da minha casa, não consigo aceitar que você cresceu, é como um de meus filhos, preciso pensar direito, me desculpa. Você ainda vai entender o que estou falando.
-Ô Leo... ai, meu celular ta tocando, >Alô?
>Oi, Dani...é o Vitor, vem Ca, cheguei em casa e vi uma foto do Arthur aqui em casa, o que ela ta fazendo aqui, será que você esqueceu aqui?
>DO ARTHUR??? Não... ué...
>Que estranho, tem algo escrito atrás, vou ler pra você...

Continua amanha***


24-Volta aqui Matheus!



 ..retomando: Dormi cedo, mas quando foi ali pelas 3h da madrugada, acordei com sede, fiquei calada na cama porque estava ouvindo algo! Era um som, de violao, vindo da sala. Nao tive coragem de ir ver, claro, gritei minha mae, e o barulho parou.

.
 Minha mae foi ver o que eu queria, aproveitou e me trouxe um remédio. Levantei e olhei na sala, não havia ninguém lá, apenas meu violão fora da capa, e eu tinha deixado ele dentro da capa num cantinho, ele estava em cima do sofá quando olhei!
-Mãe, alguém mexeu no meu violão, eu nao deixei ele assim...
-Vai dormir que voce ta precisando Dani, vai. Amanhã tem que acordar cedo.
-Aff, mas... ai, deixa.
       Fui deitar, nao consegui dormir, claro. Eram 3 e meia, liguei o computador e entrei no MSN, o Vitor estava online. o.O
-Vitor, online esta hora?
-Oi. Então, eu entro sempre depois do show, quando chego no hotel, pra falar com algumas pessoas...
-Com a "Julia" né?
-Aaa, também.
-Sabia!
-Ela é minha amiga.
-Eu sei. Aquela feia...
-Para, ela não é feia!
-Nao, imagina... parece a Fiona, namorada do Shrek!
-Ahahha nao achei graça. Para de falar assim dela. E voce ta acorda essa hora porque?
-Deixa quieto. Só perdi o sono mesmo...mas ja to saindo.
-Sei. Olha o que a Julia me disse: "Vih, quero te ver logo, mas estou trabalhando muito. Venha pra Sao Paulo logo, pra gente se ver."
-Hum! Vai lá!
-Aff. Mas é serio, vou ou nao?
-Vai sim... e não volte mais.
-Credo Dani.
-Ué??
-Você nao confia em mim nao?
-Nao é essa a questao.
-E qual é entao? Aiaiá hein. E voce ainda nao disse porque esta acordada. Devia estar dormindo sabia?
-Sabia. Eu ia te contar, mas vou dormir agora, preciso. Vai lá conversar com a Julia.
-Ciumenta voce né? Para de drama.
-Nao é drama. Poxa, eu nao to bem, e quando preciso conversar com voce, vem me falar de "Julia"...
-Desculpa.
-Derruba o copo no chao e depois tenta juntar os pedaços?
-Voce nao ta bem. E ta chata tambem. Por que hein?
-...
-Dani???
-Que?
-Aff, nada. Vou sair do msn. Tchau.
-Depois eu que sou infantil...
-Nao sou infantil, só nao entendo as mulheres!!! Querem tudo na sua hora, nao explicam nada e cobram resposta...
-Ai eu nao acredito que a gente ta brigando por coisa boba no MSN.
-Entao me diz o que ta acontecendo.
-Ouvi 3 vezes o Arthur... ele falou comigo, eu senti isso, e sim, estou acreditando que ele esta aqui, mas acredito tambem em alguns momentos que isso tudo é ilusao da minha cabeça.
-Ahaha, como assim?
       Expliquei tudo a ele, e ele riu.
-Impossível ele ter falado com voce...
-Nao era voce quem disse acreditava nessas coisas? Entao?
-Em termos Dani, em termos... nem tudo tem minha crença, desacredito em certas coisas.
-Aff.
     Estava trabalhando no dia que o Vitor chegou. Cheguei como de costume as 11 e meia na casa da Tati, o Leo estava lá já brincando com o Antônio. Mas tarde o Vitor ligou dizendo que estava na fazenda, o Leo foi pra lá com o Matheus dai e me levou. Chegando lá troquei de roupa e tomei um banho, quando sai do banho o Vih estava me esperando na sala.
-Demorou no banho hein? Kkk Sua mae disse pra mim esperar, ela pediu pra avisar que saiu.
-Ah sim. E voce, ta bem?
-To anjo, e voce?
-To otima! Apesar de tudo. vem ca, deixa eu te mostrar uma coisa.
-Aiai, o que?
       Levei ele no meu quarto, e mostrei o violão novo que havia comprado.
-Nossa, que lindo. É bom esse violao hein!
-Haha. Toca ai.
-Vou roubar ele de voce ahahaha.
-Nem pensa Vih kkkk.
-Rs.
       Sabe aquele momento que as vozes se calam e voce fica olho a olho com a pessoa? Entao, aconteceu isso, e o Vitor só deixou o violao de lado, estávamos sentados na cama, porta fechada...ai ele me beijou. Entre beijos ele disse:
-Tava com saudade de voce.
-Tava?
-Muita.
         Tava meio calor ali no quarto sabe, e nao sei se foi porque ficamos vários dias sem se ver, mas ele tava menos tímido do que da ultima vez. A coisa foi ficando mais “quente” digamos assim, coração tava a mil, e eu nao conseguia pedir pra ele parar, mas antes que ele fizesse qualquer coisa, o medo e o nervosismo me fizeram falar:
-Vitor, para...
-Nao...
-Para, é sério.
-Uai, que foi?
-Nada, é que... sei lá...
-Dani? Kkkkkk
-Vamos com calma né?
-Hahaha, ah é isso? Ta bem então, desculpa, me empolguei.
-Tudo bem.
-Situação aqui ta feia, mas tudo bem kkkk. Da minha camisa ai.
-Rsrrsrsrs. Cadê sua timidez Vitor?
-Sumiu ahahhahahahha. Ja a sua ainda ta estampada em voce...
-Kkkkkk.
-Eu vou tirar essa sua timidez, voce vai ver Dani.
-Haha vai nessa.
-Você não vai resistir! Eu sou lindo Haha
-Convenciiiidooo.
-Eu não ASUHHUAS.
-É sim, e muito. E...tira essa mão daí.
            Não pensem bobeira, ele só estava com a mão na minha perna.
-Nossa, por que essa insegurança?
-Não sei, é que... ah , vamos la pra sala?
-Kkkkkkkkkkk. Vamos.
            Levantei meio sem graça, ai ele levantou e disse:
-Relaxa, nao precisa disso, só tem que confiar em mim.
            Na sala ele me beijou, ouvi passos se aproximando, mas não tava nem ai, quando então:
-Heeeei, tio? Dani? Que isso?-diz Matheus
-Puta merda kkk!-diz Vitor
-Não é nada Matheus... nada demais!
-Eu vou contar pro meu pai!
-Matheus, volta aqui... MAATHEEEUUUS!! Aff-diz Vitor
            Ele saiu correndo lá pra fora.

Continua amanha


23- Será que é verdade? Ou ilusão?
(retomando)... Me levaram pra cidade no hospital, enfaixaram meu braço, só abri o pulso, graças a Deus, de tanto que foi o cansaço, dormi ao chegar em casa.

     Dormi feito um anjo naquela noite, ainda bem, do contrario iria criar ilusões e expectativas na minha cabeça... sobre o Arthur, sobre o Vitor... Acordei convencida de que o ocorrido do dia anterior era somente coisa da minha cabeça, menos a parte em que fiquei com o Vitor, por que aquilo foi mágico, melhor que da primeira vez, lá em Florianópolis. O fato é que eu e o Vitor vivemos em mundos distantes, em pensamentos, idades, ideais e principalmente financeiramente falando. Nossa amizade sempre foi de irmãos, e por isso foi difícil cair a ficha de que estava apaixonada por ele.
      Corri atrás de alguns compromissos ainda naquela manhã, os meninos provavelmente já tinham ido viajar de novo. Acabei arrumando um cursinho de música pra fazer, não era muito caro e era bom. Eram todos os dias da semana, das 8h as 11h, ficava bom pra mim, eu acordava as 7h e pegava o ônibus as 7h e meia no portão da fazenda, era um ônibus que passava de 2 em 2 horas na estrada que ia pra cidade, a passagem era $1,30, mas eu não pagava por pegar o passe na prefeitura, que dava direito ao estudante utilizar o meio de transporte publico grátis.
     Amei o cursinho, era ótimo, estava retomando os estudos aos poucos, precisava agora arrumar um emprego, para ser mais independente. Certo dia da semana a noite, estava eu na minha humilde residência, no meu quarto pra ser mais especifica, e a Tati me liga:
>Alo, Dani?
>Oii Tati, tudo bom?
>Sim querida, e você?
>To bem.
>Ai, eu fiquei sabendo que está fazendo curso né? Fiquei feliz por estar estudando de novo, e você ta gostando?
>To amandoooo Tataa, é otimo!
**(Nao sei se ja comentei, mas os amigos e a família chama a Tati de Tata).
>Aii que ótimo Dani. Sua mae comentou comigo que voce ta querendo trabalhar, eu tenho uma proposta pra voce, mas nao sei se vai querer, e nao irei ficar chateada se nao quiser...
>O que é?
>Assim, sabe a Laura, babá dos meninos?
>Sei sim...
>Entao, ela tambem esta fazendo um cursinho, só que na parte da tarde, entao de manhã ela fica com o Antônio, enquanto o Matheus ta na escola, e a tarde ela ficava com o Teus, ai eu queria saber se voce quer ser babá do Matheus, ele vai amar, ele te adora...
>Ahh, serio? Nossa Tataa eu iria adorar cuidar dele.
>É só das 12h30 até as 5h, porque dai as 5h eu chego do consultório e fico com ele.
>O horário é bom sim Tati, mas saio do curso as 11h e almoço...
>Almoça em casa, fica direto se puder. Ai voce volta a tarde, se nao ficar muito corrido pra voce.
>Nao quero incomodar...
>Para, nao vai incomodar de modo algum, eu agradeço muito se aceitar.
     E ficou assim, meu novo emprego: cuidar do Matheuzinhoo! O primeiro dia foi legal, quando o Tato chegou do colégio, pulou de alegria ao me ver. A Tati me deixou uma listinha do que fazer, ela almoça em casa sempre e manda o Toni pro colégio, e no almoço me explicou umas coisas também.
      A rotina do Matheus: Almoçar quando chega da escola, depois brincar um pouco, as 3h ele tira um cochilo e as 4h30 toma banho e vai fazer os deveres de escola. A Tati chegou quando eu estava ensinando ele a fazer umas continhas de matemática, estava acabando já.
-Olá, cheguei.
-Oi mamaaaaaee.
-Oi Tata.-diz eu
-Meus amores, estao estudando? Ai que fofos...
-Terminei ja mae o dever, posso brincar lá fora até o meu irmao chegar?
-Pode, quando a van buzinar ai na frente, me chame pra abrir o portão, ok?
-Ta mae.
-E eu ja vou indo Tati, o ônibus passa 5h30 ali na esquina, vou arrumar minhas coisas.
-Ah tudo bem. Pelo jeito o Tato adorou tudo isso né? E voce, gostou?
-Amei. Agradeço mais uma vez...
-Ah Flor, somos da mesma família nao é? Uma ajuda a outra! Combinamos o salário amanha, pode ser?
-Pode, nao se preocupe.
     Fui pro ponto do ônibus. Sentada lá o Vitor me liga:
>Oi anjo?
>Oi Vih, tudo bom?
>Melhor agora, e voce?
>Rs, to ótima.
>Rs. Me conta as novidades...
>To fazendo curso, como te falei, cada dia melhor e to trabalhando com a Tatianna.
>No que????
>Babá do Tato.
>É? Nossa, que legal. Ta gostando?
>To sim, amando. E alem do mais preciso do dinheiro. Sabe como é né?
>Mas vem ca...voce nao precisa de dinheiro. Tem seu pai, tem eu...
>Ta doido, claro que preciso, nao quero depender de ninguém.
>Voce que sabe. Mas sabe qual o ruim disso? Voce vai estar ocupada nas segundas, terças, quartas, e geralmente é nesses dias que estou em casa e posso te ver.
>Mas da pra voce me ver, tem a noite...
>A noite eu saio geralmente, e volto tarde.
>Aaa, esqueci que voce tem seus compromissos com as suas amigas né?
>Nao meu anjo kkkk. Eu to brincando. Ficaremos juntos, a nao ser que eu tenha marcado compromisso com amigos.
>Sei!
>É serio. Ah e a gente precisa procurar o Medium que te falei né? Sobre espíritos...
>Nao!!! Pra que? Deixa quieto isso vai. Foi bobeira da minha cabeça o que aconteceu naquele dia.
>Hum, sei. Mas beleza, se nao quer, nao vou insistir. Minha linda, posso te confessar uma coisa?
>Pode.
>"Linda, só voce me fascina, te desejo muito além do prazeer (8)" Conhece essa musica?
>Siim! É linda rs.
     Ficamos conversando até eu entrar no ônibus. Quando cheguei em casa, minha mae me deu o recado de que a Isa, minha amiga, tinha ligado. Retornei a ligação e ela me disse que estava preocupada com a mae do finado Arthur, dona Ângela, porque ela nao conseguia dormir direito e estava sendo perturbada por algo. Ela ficou sabendo por meio de um telefonema do tio do finado...Fiquei pensando dai no que o Vitor havia me dito, mas continuei acreditando que era uma bobagem.
      Peguei meu violão e fui na varanda dos fundos tocar. Meus pais foram na casa de um outro empregado que morava ali na fazenda também. Estava sozinha, ja eram 8h da noite. Comecei a tocar uma musica que aprendi na infância, do Roupa Nova, a mesma que o Vitor havia cantado no telefone mais cedo.
     Do nada senti aquele cala frio de novo, e mais uma vez parei de tocar, só que dessa vez alguém tentou falar comigo:
-Hei, voce nao me escuta? Estou aqui...me responde, não fica com medo, senão nao consegue me ver...
     Achei ser ilusão de novo, o que realmente ouvi nao foram essas palavras claras, ouvi sussurros meio abafados que pareciam com elas, de modo que as compreendia dessa forma. Senti algo tocar a minha mao, e um friozinho na nuca. Fui correndo pra dentro e deixei o violao na sala. Chorando liguei pra minha mae, nao contei nada, inventei que estava apenas com medo. Dormi cedo, mas quando foi ali pelas 3h da madrugada, acordei com sede, fiquei calada na cama porque estava ouvindo algo! Era um som, de violao, vindo da sala. Nao tive coragem de ir ver, claro, gritei minha mae, e o barulho parou.

Continua amanha

22-O espirito ...

...       Me dava um gelo no coração, me perdia no olhar dele...e sem esperar, ele me beijou. Minha vida se resumiu naquele instante, nada mais importava, nada!
 
            Desejei que aquele beijo durasse para sempre, na lembrança ele iria durar com certeza!
-Não quer entrar um pouco, tomar um café?
-Acho que vou aceitar, rs.
-Haha, vamos.
               Entramos em casa meio abraçados, minha mãe:
-Que significa isso?
-Ué, nada mãe, só estou abraçada com meu amigo.
-Hhahha. Desculpa Ivonete.-diz Vitor
-Seei, tem algo que eu não saiba, e queiram falar?
=NÃO!-diz eu e o Vitor ao mesmo tempo kkk
-Senta Vi, mãe tem cafézinho quentinho ai?
-Acabei de fazer, deram sorte. Sirvam-se.
               Depois do café o Vi:
-Dani, cadê seu violão?
-No meu quarto...
-Posso pegar?
-Claro, vem cá.
-Rs.
               Aqui, vai tocar?
-Não, não. Você vai... Aquela que fez, sabe?
-EUU? E a vergonha???
-Aaaaa, vergonha de mim? Para né! Canta pra mim, vai?
-Rs, ta bem.
               Comecei a tocar e cantar, mas do nada senti um arrepio...um vento frio vindo da janela, que nem mesmo estava aberta, parei.
-O que foi, Dani?
-Não sei, senti um calafrio...
-Credo! Bobeira...
-Não, Vi, me deu medo agora.
-Dani, relaxa.
-Vamos pra lá? não to me sentindo bem aqui.
-No seu próprio quarto? Eita! Ta, vamos.
               Levantei e deixei meu violão na cama. Em cima da estante que havia no meu quarto, tinha uma foto, que caiu no chão quando nos levantamos, o barulho do porta-retrato caindo ao chão me assustou, me agarrei no Vitor, e dessa vez eu juro que não foi se aproveitando! Kkkk'
-Calma, é só um porta retrato que caiu.
-Não, não é só um porta retrato, nele tem a foto do finado Arthur, minha e do Arthur....
               O Vitor ficou em silêncio, e eu chorona como sempre já estava com o olho cheio d'agua. Ele me largou e foi lá recolher do chão o porta retrato, colocando-o no lugar.
-Pronto.
-É estranho.
-É o Arthur, ele está conosco.
-Ai Vitor, para, credo. Eu to com medo poxa!
-Medo de que? Senta aqui, vou te explicar.
-Ta.
-Seguinte, eu leio muito sobre isso, sobre espiritismo, e aprendi que as pessoas não morrem, apenas passam de vida, isso quer dizer que o Arthur está em um plano espiritual acima de nós e/ou entre nós, entende? Ele está aqui pra nos proteger, pra nos ajudar, principalmente você. Eram amigos, e talvez ele esteja aqui ainda pois não conseguiu passar para a luz, provavelmente porque ficou preso a algo na hora de sua morte...
-Não, ele não está aqui Vitor, ele morreu, ele se foi...não tem como, não viaja cara.
-Dani???
-Falando assim você parece ser um médium, sei lá, um espirita!
-Hahaha, médium é outra coisa, depois te explico, eu conheço bem sobre esses assuntos...
-To com medo de você!
-Para! Não precisa, pra que medo?
-Pelo que está me falando, e não fale mais, porque senão vou lembrar de tudo outra vez, é difícil pra mim, sabia?
-Desculpa. Mas olha, se quiser te ajudo a entender isso, a gente pode procurar um médium, conheço um, alguns conversam com espíritos, são como fossem o "padre" da igreja católica, ou o "pastor", sabe, e...
-Para, chega...por favor.
-Ta bem. Eu vou embora...
-Já?
-Uai, você ta com medo de mim!
-Desculpa.
-Hum. Mas tenho que ir mesmo. Amanhã viajo bem cedo.
-Ta certo...
-Mas pensa no que te falei, tá? O Arthur está entre nós, e se der mais manifestos assim, pode ser que queira algo, que talvez só você saiba a resposta.
-Vitooooooooor.
-Ta, ja to indo, desculpa kkkk. Da um beijo.
                   Fiquei com medo do que ele disse, e dele também. Confesso que fui até a porta com ele e lá mesmo fiquei, do lado de fora, pensando na vida. Estava com receio de retornar ao meu quarto depois disso, resolvi andar de cavalo um pouco, mesmo não sabendo. Peguei um manso, assim não haveria tanto perigo, e sai por uma estradinha de chão lá da fazenda...
Tudo estava bem, era umas 5h mais ou menos. Senti quando parou de ventar e mesmo assim um frio de novo por mim passava. Estava calor, e qual seria a lógica daquele frio então? Me veio o bendito nome na cabeça: Arthur! Ouvi um barulho como se fosse um tiro, e o cavalo disparou e, mesmo segurando firme eu não pude aguentar e cai. Continuei onde estava, bati as costas em algo e não conseguia me mexer, estava num lugar onde não havia sequer uma alma vivia, pra ser ironica. E pra ser mais ironica ainda pensei numa alma que tivesse ali, mas morta, a do Arthur.
Não sabia se sentia medo ou dor, não conseguia gritar ninguém, ai alguém me disse:
-Se levanta, isso foi um tombo de nada hahaha.
Consegui me virar, e vi que não havia ninguém ali, pensei: Isso é coisa da minha cabeça, medo faz coisas.
-Dani???? -grita o Carlão (um dos empregados da fazenda)
Ele foi até mim e me ajudou a levantar.
-Menina, o que aconteceu?
-Aaaaaaaaaaaai não mexe no meu braço, na minha mão...ta doendo demaaais!
-Desculpa, lincença, vou te levar pra casa, vai ter que ir pro hospital, acho que quebrou a mão ou abriu o pulso...ta inchando isso.
-Eu cai do cavalo, ele disparou.
-Percebi. Ele ta parado ali o cavalo...
-Pensei que tivesse longe já.
-Nada, ele ficou te olhando sofrer aqui no chão kkkkk. Brincadeira, vamos lá.
Ele me ajudou a ir, porque tava meio mancando. Quando olho pra traz vejo algo que, não sei se foi de novo ilusão minha ou realidade, vi o Arthur montado naquele cavalo, e rindo com aquela voz de muleque...Fui chorando embora! KKK
Me levaram pra cidade no hospital, enfaixaram meu braço, só abri o pulso, graças a Deus, de tanto que foi o cansaço, dormi ao chegar em casa.


             21-  De lua eu te chamo...

                Ainda não havia dado um nome pra essa canção que acabava de fazer, por que afinal ela misturava vários sentimentos, e...bom, peguei o violão e fui pra casa. Resolvi voltar lá pouco depois pra ver o pôr do sol, com o violão claro. Ai eu dedilhava aquela música, cantava os versos dela:

Hoje eu quero te amar, levar você pra ver o mar
Hoje eu quero que a canção, entre no seu coração
Tudo o que me faz compor, é você, o seu amor
Porque quero só você, sem você não sei viver

Mas pode haver mil canções melhor que a minha
Mas essa tem algo especial pra ti
Pois escrevi com meu pensamento em você
Por mais que o amor seja difícil de escrever

Refrão:
Você me toma e minha canção te doma,
juntos vendo o amor nascer
Somente o mar pra nos ver nesse som
Somente a lua pra me enlouquecer

Pra te esconder, pra não falar seu nome
Eu criei o mais simples codinome
E de lua eu te chamo na canção
Pra iluminar o teu sorriso e não...

Não perguntarem, quem é você
Não vou falar, sabe por quê?
Pra não ter o perigo de roubar o que eu preciso
Preciso só te ter


                A letra era simples, mas foi feito com a alma, perguntei a mim mesma em voz alta “é...como poderia ser o nome dessa música?” E responderam:
-De lua eu te chamo! O que acha?
-VITOR????????????? Que susto...
-Rsrsrs.
                Não sabia o que fazer naquela hora, afinal ele tinha ouvido a música, e se ele perguntasse pra quem era? Não podia dizer que fiz pensando nele!
-Gostei da música, você que fez?
-É, foi, hehe.
-Muito boa, parabéns.
-Valeu Vih. Ué, cadê a...Júlia?
-Ta ali em casa com o Leo e a Tati.
-O Leo voltou?
-Sim, foi buscar a Tati.
-Hum. Vih, ainda não descobri pra quem você cantou a música ontem...
-Nossa kkkk.
-Se não foi pra Júlia, foi pra quem?
-Você sabe pra quem foi a música, assim como eu sei pra quem está direcionada essa que acabou de fazer!
-SABE?
-Sei. Rsrsrs. Bom, vou entrar, tenho que levar a Júlia embora. Ah, e somos somente amigos ta? Só isso!
-Hum, sei. Vimos vocês se beijando...é colorida a amizade?
-Ficamos só, não tem nada demais. Acontece.
-Você não tem jeito! Rsrsrsrs.
-Hahahaha. Vou lá, acho que amanhã não venho pra cá, me liga qualquer coisa. Ou eu entro no MSN rápido, não sou disso, mas confesso que usei uma vez e viciei rsrsrsrs.
-Hehe, beleza. Tchau então.
-Tchau. Inté mais...
                Ele me deu um abraço, geralmente ele só da um beijo no rosto... vai entender! Kkk. Tava bem calor, a noitinha sentamos na beira da piscina pra conversar, a Paula, Leo e família, eu e meus pais. O Vitor tinha ido já pra cidade com a Júlia!
                A Tati e o Leo tinham se resolvido, porque estavam conversando numa boa. Os meninos resolveram brincar de pega pega, e eu e o Leo entramos na brincadeira! Sim, éramos mais crianças que o Tato e o Toni...Ai estamos correndo e tal, quando vê eu paro na beira da piscina, e falo:
-Putz, cansei...ta calor demais! Rsrs.
-Calor? Quer refrescar?-diz Leo
                Ele perguntou isso e me empurrou pra piscina, só que eu segurei o braço dele, foi os dois pra dentro da água. Detalhe: Não sei nadar! Kkkkkkkkkkkkkk. Eu não soltei dele, claro que engoli um pouco de água e ele teve que me tirar de lá!
-Mas olha só! Quem é mais criança ai?-diz minha mãe
-Leo, você não tem juízo? Pra que fazer isso?-diz Tati
-Hahaha, ah amor, é só brincadeira.-diz Leo
-E quase me afogou ainda Tati!-diz eu
-Bate nele.-diz Paula
                Os meninos quiseram entrar na água também, ai o Leo ficou na piscina com eles, e eu fui tomar outro banho. Rsrsrs. Depois peguei meu notebook e fui lá fora, entrei no MSN, e adivinha quem estava online? Vitor! A frase do MSN dele tava assim: “Quem amamos as vezes está tão próximo, e a gente não enxerga, ou não admite.”, ai coloquei a frase do meu MSN assim: “As vezes não admitimos as coisas por insegurança...por medo de perder quem a gente gosta. Estou confusa.” Ai ele me chamou no MSN:
=Está confusa porque flor?
=Ah, é que...sei lá, sabe quando a gente acha que gosta de uma pessoa, mas não tem certeza?
=Sei, mas porque não tem certeza?
=Não sei, não consigo definir o que estou sentindo.
=Hum. Mas se você gosta de alguém, deve falar.
=Você gosta de alguém, não é Vitor?
=Sim. Mas eu tenho uma razão pra não dizer...quero que a pessoa diga primeiro.
=Aff... e de quem você gosta?
=Já disse, quero que a pessoa diga primeiro que está apaixonada, depois eu digo. Rsrsrs .
                Se eu entendi bem, isso quis dizer que...não, será? Será que ele gosta mesmo de mim como a Paula disse? Mas eu não ia nunca conseguir dizer nada pra ele a respeito.
=Hum... Vitor, amanhã você vai estar na sua casa?
=Vou, acho que vou dar uma saída as 2h, pra caminhar um pouco.
=Legal. Será que eu podia caminhar com você? Eu preciso conversar com você, mas por MSN não dá!
=Pode, vai ser bom. Venha sim, me liga quando estiver chegando, ta?
=Ligo sim. Então, vou saindo aqui. Tchau, beijo.
=Beijo, boa noite.
                E sai. Só falei com ele também no MSN! Kkkkkkkk. O Leo ia dormir na fazenda, a Paula também, fiquei vendo vídeos depois com o Matheus. No outro dia fui cedo com o Leo e a Tati pra cidade, me inscrever em algum curso de música, aprender teoria sobre violão, e conceitos sobre músicas, pra fazer o vestibular mais pra frente e entrar em alguma faculdade. Almocei na casa deles, quando foi 1 e meia o Leo me levou no Apartamento do Vitor. Cheguei 1 e 45 lá, ele estava se arrumando, tava sem camisa.
-Fica a vontade Dani, vou colocar uma camisa rsrs, por respeito.
-Rsrsrs. Fica a vontade, a casa é sua, haha.
                Afinal ele sem camisa era bem melhor...Enfim, esperei uns 10 min, ele passou um perfume, colocou uma camiseta e um shortinho preto. Ai senhor...Judia não!
-Vamos?
-Sim.
                Descemos, ele pegou o carro e fomos até o parque do sabiá, estacionamos e fomos andar, ele de boné e óculos escuros pra evitar tumultos.
-Calor bicho!
-Pois é né Vitor!
                Conversa vai, conversa vem, 10 minutos depois, ele:
-O que queria conversar comigo?
                Cadê coragem nessas horas, pra falar? Ele deu uma parada pra comprar uma água numa barraquinha, daí parou pra beber, me comprou uma também. Daí voltou a perguntar:
-Hein? Sobre o que queria conversar comigo, que disse ontem no MSN?
-Eu não sei como falar, então...deixa pra lá.
-Não, me conta.
-Não Vih...melhor não.
-Dani? Conta!
                Fiquei em silencio, meio disfarçando.
-Ta, depois você conta! Mas daí não vale fugir do assunto.
-Tudo bem.
                Caminhamos mais um pouco, ai fomos pro carro. Ele se secou com uma toalha, e fomos.
-Se esperar eu passar em casa tomar um banho, depois te levo pra casa, ai você não incomoda seu pai. Pode ser?
-Pode sim.
                Chegando lá ele tomou banho, enquanto fiquei vendo TV. Depois fomos pra fazenda, e quando chegou lá ele parou o carro, e perguntou:
-Então, agora você me fala, sobre aquele assunto pendente?
-Ai Vitor, eu não consigo...
-Rsrs. É só fazer o mesmo que eu, cante “pensando bem...”.
                Tipo...fiquei mas sem ar ainda! Naquela hora entendi tudo, ele havia cantando Amigo Apaixonado naquela noite pra mim! Eu fiquei sem jeito, ele colocou a mão no meu rosto:
-Não fica tímida! Rsrs.
                Me dava um gelo no coração, me perdia no olhar dele...e sem esperar, ele me beijou. Minha vida se resumiu naquele instante, nada mais importava, nada!

20-Uma canção pra você...

Fui ate a mesa, me sentei e fiquei pensando no que tinha feito. Fou legal, mas e se o Vitor descobrisse? Logo fomos embora, dormir. No outro dia estava de bom humor, acordei as 11 com o Tato pulando em cima de mim:
-Acorda sua preguiçosa, vamos pra fazenda!!!
-Hum, mas ja?
-Ja sim, acabei de acordar meu pai e minha mae, somente o Toni ta dormindo, mas a mae vai acordar ele!!! Vai, levanta...
-Ta bom, ta bom, mas sai de cima de mim seu chatinho!
-Chata é você! kkkk
          Levantei, tomei um banho naquele banheiro chique do quarto de visitas (é bom dar uma de rica por alguns minutos rsrrsrsrsrsrs), ai desci. A Tati tava tomando café sozinha, com uma cara... já o Leo tava do lado de fora brincando com o Lobus, cachorro deles.
-O leo tomou café já Tati?
-Nao sei.
(...)
-O que aconteceu?
-Nao aconteceu nada, é que os homens se acham donos da verdade! Aff que ódioooo!!!
          Ela falou e saiu. Fiquei sem entender, mas ela e o Leo deveriam ter discutido.
-Papai, a mamae disse que ela nao vai pro sitio com a gente.-Toni
-Eu ja sei filho, ela vai almoçar na sua avó, mas tarde vou levar vocês dois la tambem. Dani, ta pronta?
-To Leo. Ja vamos?
-Sim, cade o Tato?
-To aquiiii. Vamooos! Tchau mae!
-Tchau mamae.-diz Toni
-Tchau Tati, ate mais.-diz eu
-Tchau crianças, tchau Dani, olha elas la viu? rsrs. Beijo. 
         Fomos, no carro o Leo foi em silencio, os meninos foram falando de filmes no caminho.
-Leo, que foi? To estranhando seu silencio...
-Nao é nada.
-O que aconteceu entre voce e a Tati?
-Nao quero falar sobre isso Dani...
-Papai, por que voce nao ta conversando com a mamae?-diz Tato
-Caramba, eu ja disse que nao vou falar! Isso nao é assunto pra criança!
-Calma Leo, nao grita com o menino. Ele só ta preocupado, e eu tambem.
-Desculpa. Mas nao insiste, nao vou dizer.
-Ta certo entao...
          Chegamos na fazenda, o Leo pra variar foi andar de cavalo, eu fui em casa ajudar minha mae na faxina, depois do almoço fui andar com os meninos pela fazenda, quando foi 4h o Leo levou eles embora, alguns minutos depois o Vitor chega com a Paula e a Juliaaaa!!!!!
         Eu estava sentada tocando violao na sombra de uma arvore quando chegaram, mas dai como ficaram passeando perto dali, minha atençao se voltou a eles. O Vitor e sua melaçao...aff...eu achava essa Julia horrivel, sem tipo, sem graça, nao sei o que ele viu nela. Levei um susto quando a Paula sentou do meu lado:
-Posso te fazer companhia amiga?
-Oi Paula, pode. Tudo certo?
-Nem tudo...
-O que aconteceu?
-Eu e o Washi terminamos.
-Nossa...fiquei surpresa agora.
-Pois é, temos nossos motivos, mas apesar de tudo nao posso negar que estou muito triste, sabe?
-Entendo...que tenso!! Hoje parece que o dia nao amanheceu bem, eu levantei de bom humor, mas parece que os outros nao srrsrsrsrs.
-Rsrs. Mas por que? Aconteceu algo com mais alguem?
-O Leo e a Tati estao estranhos um com o outro.
-Nossa, serio? Puxa...Mas eles se resolvem!
-Verdade.
-Aff, ja viu essa nova amiguinha do Vi?
-Sim, infelismente. Estavapresente quando ele a conheceu!
-Serio? Nossa, achei ela muito sem sal!
-Eu tambem...
         Contei sobre o episodio do dia anterior, pois a Paula nao tinha ido na festa de ontem e nao viu a confusao do bilhete, rsrsrs. Ela riu demais.
-Mas to com medo dele descobrir Paula.
-Dani, se fez bem feito ele nao vai descobrir. 
-Tomara!
-Torço pra ele ficar é com voce!
-COMIGO? Por que? Como? Nao...
-Sim, voce gosta dele, da pra ver o brilho dos seus olhos quando fala o nome dele, e o modo como cuida dele livrando-o dessas piriguetes!
          Fiquei sem ter o que falar. Olhei pros dois que estavam nao muito longe dali.
-E quer saber, acho que ele gosta um pouqinho de ti...
-Por que?
-Ah..nada rsrsrsrs. Voce pensa muito nele, fala muito nele, adora quando esta perto dele e fica com um sorriso bobo vendo ele contar os "causos" dele, hahhaha, de mim voce nao esconde!
-Que bobeira, eu nao gosto dele.
-Nao, claro, voce é apaixonada! kkk
-kkkkk nao sou nao haha. E mesmo se eu fosse, acha que eu teria chance com ele?
-Acho que sim. Ja ficaram alguma vez?
-Ja! Uma vez em Floripa, e nao faz muito tempo.
-E nao sente saudade do beijo dele, do abraço dele? Nao fica pensando nisso de vez em quando?
-É, mais ou menos...rsrsrs.
-Se entrega, é amor.
-Kkkkkkkk. Vamos com calma, eu preciso pensar.
-Bom, enquanto pensa, vou me distrair e andar a cavalo.
-Ta bom.
          Fazia sentido o que ela disse. Mas eu nao podia estar gostando dele, por varios motivos...Nao, nao podia! Mas...e se eu me apaixonar mesmo por ele? Ele nao gosta de mim, ate parece. E olha a diferença de idade, sou uma criança ao lado dele! Uma pergunta nao se calava na minha cabeça: pra quem foi a musica Amigo Apaixonado que ele cantou? Diz ele que eu sabia a resposta, mas de verdade eu nao sei. Pode ser pra Bruna, que o ama, pode ser pra alguma das amigas que temos em comum, ou pode ser pra antiga e sempre paixao dele, a "pulinha". Sim, ele nao me engana, ele a ama.
          Do nada vejo que ele sumiu, com a tal Julia. Peguei o violão de novo naquela hora, e comecei a dedilhar pro rumo, e dizer algumas palavras ao vento...bicho, peguei meu celular e deixei gravando, consegui compor uma música ali! Letra, melodia... não ficou uma composição “a la Victor chaves” , mas deu pro gasto...só que me assustei quando percebi que a emoção que coloquei naquela canção era forte, e direcionada ao Vitor...

#cont. amanha

19-O bilhete no carro!

                O Vitor se ajeitou, tocou uma corda do violão, e falou:
-Gente, quero que entendam que quem está cantando aqui agora é o Vitor, e não o artista, Victor!
                Ai ele começou a tocar...pelo dedilhado da introdução, já percebi a música, e falei:
-Amigo Apaixonado!-diz eu
-Nossa, mas então ta amando mesmo o Vitor?-diz Taty
                Correu uma lágrima no olho da Bruna!
-Bruna, não chora, por favor!-diz eu
-Você gosta dele?-diz Marisa
-Desculpe, mas eu o amo!-diz Bruna
-Ô minha querida... ele é assim, enrolado! Sempre foi! Você eu adoraria ter como nora!-diz Marisa
                Ela sorriu. Me deu uma profunda vontade de ir lá na frente, pegar aquela Júlia pro pescoço e esfregar a cara dela no chão... MAAAAS...vamos entender né, afinal a escolha é do Vitor.
-Mas espera, porque é que o Pedro está cantando também essa música? Pra quem?-diz Marisa
-Pra Dany, é óbviu! Kkkk, o Leo me contou que vocês tem, ou tinha, um “casinho”, hein Dany?-diz Taty
-Aa...então, tínhamos, não temos mais.
                Fiquei meio sem jeito. Quando terminaram de cantar, todos gritaram, uns disseram “Tão apaixonadooos”, daí o Vitor deixou o violão e sentou de novo em uma mesa, com a Júlia. Deu na cara que foi pra ela, eu fiz leitura labial quando ela disse “obrigada”, só que ele apenas sorriu, não disse nada.
                O Matheus veio correndo:
-Mãe, onde tem banheiro aqui?
-Ai, como explicar...-diz Taty
-Quer que eu leve ele Taty? Sei onde é.-diz eu
                Ai foi eu, a Bruna, a Carmem e o Matheus no banheiro, no caminho, o Tato:
-Dany, sabia que o tio Vih vai sair a noite com aquela amiga dele?
-Séééériooo???-diz eu
-É, eu não gostei dela!-diz Tato
-Ninguém gostou kkkkkkkkkkkk.-diz Carmem
E no banheiro  enquanto ele fazia “xixi”, nós conversávamos.
-Gente, tive uma grande idéia!-diz eu
-Ai, la vem...kkk-diz Bruna
-Conta, conta.-diz Carmem
-Me arrumem um batom, um papel e uma calcinha!
                As duas riram!
-É sério, faz parte da minha idéia!-diz eu
-O batom tem aqui na minha bolsa.-diz  Carmem
-Ai, tenho um pedaço de papel na minha bolsa!-diz Bruna
-Ta, e a calcinha?
-Hei, tem uma jogada aqui no banheiro! Kkkkkkk –diz Matheus saindo de lá
-Hahaha, perfeito.
                Peguei o papel e escrevi “Estou te esperando no seu quarto amor. Não demore Vitinho. Te amo...” Elas não entenderam. Ai com um pedaço de arame que achei lá, peguei a calcinha que o Matheus achou no chão do banheiro.
-Matheus, olha pra mim, não pode contar pra ninguém isso ta? Pra ninguém!
-Mas que você vai fazer Dani?-diz Tato
-Também queremos saber, eu não to entendendo nada.-diz Bruna
-Venham comigo que vão entender!-diz eu
                Fomos meio escondidas e saímos pelos fundos, caminhamos até o carro do Vitor, joguei a calcinha de modo que ela ficasse presa no retrovisor do carro dele, e o papel dei um jeito de prender com um pedaço de fita que encontrei lá no banheiro.
-Entenderam? Ele levará ela pra algum lugar a noite, certo? Ai quando vierem pro carro, ela verá isso, ele ficará confuso pra saber quem escreveu o recadinho, e ela não vai querer sair com ele! Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk –diz eu
-Nossa, você é mau! Kkkkkkkkkkk Mas ameeeeei a idéia.-diz Bruna
-Também!-diz Carmem
-Não entendi...-diz Tato
-Nem queira entender, mas resumindo Matheus, é pra evitar que o tio Vih fique com aquela mulher feia.
-Ahh ta, então ta bom.
-E ó, segredo nosso ein?-diz eu
-Ta bom Dani.
                Ai voltamos na maior cara de pau pra lá. Tudo corria muito bem, até que o Vitor some com a Júlia, contei exatamente 23 minutos, até o Leo aparecer na mesa e dizer:
-Gente, o Vitor ta o bicho! –diz Leo
-Porque amor?-diz Taty
-Não entendi direito. Ele foi pro apartamento dele sem a Julia, parece que discutiram por algum motivo, achei que fossem sair juntos!-diz Leo
Segurei pra não rir. Já eram 1 e meia, quando foi 2h meus pais foram embora, eu iria ficar mais um pouco, a Tati pediu que eu dormisse na cidade, na casa deles, por causa do Tato e do Toni, que eram um grude comigo. A Bruna foi embora também e deu carona pra Carmem. Quando foi 2 e 10 o Vitor voltou, e sentou com a gente na mesa. O mau humor estava estampado na cara dele.
-Que foi filho?-diz Marisa
-Ah mãe, fizeram uma sacanagem sem tamanho comigo!-diz Vitor
-Como assim? Fala pra gente, estamos em família aqui.-diz Marisa
-Colocaram um bilhete no meu carro dizendo que estavam me esperando no meu apartamento. A Júlia viu, e não quis ir comigo, discutimos até. Quando cheguei em casa não tinha ninguém lá, ou seja, aramaram. É alguém que estava aqui, com certeza, alguém que não gosta da Júlia.
-Nossa filho, mas quem ia fazer isso?-diz Marisa
-Não sei!
                Não sei se foi por causa da minha consciência que estava pesada, ou sei lá por que, mas deu impressão que ele falou olhando pra mim, como se suspeitasse de mim. Fiquei quieta, pior foi quando ele falou:
-Eu faço até idéia de quem seja, sabe mãe, mas melhor não comentar, não tenho certeza se essa pessoa seria capaz, mas se foi ela, vai se arrepender.
                Quis sair correndo e chorando nessa hora. Mas por dentro ainda estava comemorando o fora que a Júlia devia ter dado nele.
-Mas diga ai Vitão, a música que cantou foi pra Júlia?-diz Taty
-De verdade? Não, não foi. Cantei pra outra, mas não sei se fiz certo.-diz Vitor
-Por quê?-diz eu
-Porque não sei Dani.-diz Vitor
                Ficamos conversando um pouco, daí fui de novo com o Matheus e com o Antonio também no banheiro, quando estava saindo de lá o Vitor veio:
-Dani, podemos conversar?
-Ah, sim Vitor...Matheus, leva teu irmão pra lá pra mesa.
-Ta.-diz Tato
                E foram, ai sai lá fora com ele. Ele ficou de frente e falou:
-Dani, de coração, não sei quem fez isso do bilhete, e seu nome passou na minha mente sim.
-Por que? Eu?
-Sim, você quando era pequena fazia essas coisas, nega?
-Mas eu fazia por brincadeira, na inocência.
-Espero então que tenha crescido, e não seja capaz de fazer mais isso. Não quero mais pensar que seja você a autora desse episódio do bilhete. Mas se caso foi você, diga, não quero que minta pra mim, ta?
-Não fui eu.
-Bom que não tenha sido!  
                Meu coração ficou na mão aquela hora!
-Pra quem foi a música Amigo Apaixonado?
-Você sabe a resposta, é só pensar.
                Falou e saiu. Eu fiquei de boca aberta. De verdade eu não sabia pra quem tinha sido a música! E o pior: Estava me sentindo muito culpada pelo bilhete no carro dele! Começou a tocar Viva La Vida do Coldplay, entrei e vi o Vitor ensinando o Matheus a dançar, tinha vários amigos meio dançando essa música. Fiquei observando...
Poxa, eu gostava tanto do Vitor, e por mais que ele fosse chato, eu não deveria ter feito aquilo mesmo!

#Continua amanha (domingo)

18: A Julia!!!

                Pois bem, olhei pro Leo, olhei pro Vitor, ambos estavam sentados na mesa comigo.
-O que foi Dani?-diz Vitor
-Nada, é que...bom, minha tia de Londrina, me perguntou se tinha como enfiar eles no camarim pra ver vocês, mas eu acho meio inconveniente, até porque é meio injusto...
-Espera, eles quem? Sua tia e mais quem?-diz Leo
-Meus primos e mais quem vir com ela. Também não sei quantas pessoas.
-Ah, claro que da, mas no camarim não, tem como eles irem no hotel? Lá a gente recebe, afinal se é sua família, também é nossa!-diz Vitor
-Ai Vitor, mas tu não conhece as figuras... kkkkkkkk. Certeza disso?
-Claro, pode dizer que eles vão nos conhecer, ta?-diz Vitor
-Ta bom né.
                Enfim, respondi a mensagem da minha tia, ela mandou outra dizendo que me amava e que eu era uma das melhores sobrinhas, porque será né?
-Aff....-diz Vitor
-Que foi?-diz Leo
-Uma menina me ligando, sabe aquela que tava na piscina ontem Dani? –diz Vitor
-Qual delas?-diz eu
-A Julia.-diz Vitor
-Hummmm, mas você já passou seu numero pra ela?
-Sim, eu gostei muito dela. Mas agora ela fica me ligando!
-Bem feito. Nem conhece direito e já vai passando o número.-diz Leo
-Não tenho só esse número ok? Eu gostei dela, e quem sabe seremos amigos, e ninguém tem nada com isso.
-Aff, você é grosso ein. Putz.-diz eu
-Viu, não sou só eu que falo isso pra você Vitor.-diz Leo
-Aaa, me deixa.              
                E saiu, foi atender a Julia. Eca! Ta, fomos pra Londrina, dormimos e as 5h a minha “querida tia” me liga dizendo que já está em Londrina, e perguntando o endereço do hotel. Passei e tudo, ai desci lá embaixo. Bicho, imagina uma tropa de gente! Mentira, não era tanta gente assim, eram só 5, glóoooriaa kkk: Minha tia (Neuza), Meu tio (Amadeu), meus primos (João e Eder) e minha avó (dona Dina).
                Minha tia e minha avó me deram aqueles abraços apertados e aqueles beijos melequentos no rosto, perguntaram se minha mãe ta bem, meu pai...enfim, quando consegui falar, pedi pra me acompanharem até meu quarto. Meus primo João fazia mil perguntas, e meu primo Eder era o que eu havia me apaixonado quando tinha meus 14 ou 15 anos, nem lembro. Kkkkkkkk. Ele já estava casado, mas veio sem a mulher pro show porque estavam brigados!
                Subimos, lá se jogaram uns no sofá e outros na cama, meu tio era o que menos falava, coitado, não davam oportunidade.
-Gente, fica a vontade, vou ligar pros meninos virem aqui, ta?
-Espeeeeeeera, deixa eu ficar bonita primeiro!-diz Neuza.
-Fica bonita? Tem jeito? –diz Eder
                Eu morri de rir, todos riram né.
-Ai menino, fecha a boca. Não dê opiniões, deixa a mãe arrumar o cabelo.-diz Neuza
                Liguei pro Vitor, depois pro Leo, ai vieram. Até sentei, porque a “sessão abraços” foi longa...Liguei a TV, mas ai o Leo:
-Dani, vem aqui conversar com a gente, vai ver TV? Não gentil isso...faz favor.Rsrs.-diz Leo
                Fui, com vontade de matar ele. Ouvi uns 4 sermões da minha tia, do tipo “você tem que estudar mesmo...”, “a música pode te dar um grande futuro...”, “...antigamente as coisas não eram fáceis assim...” e assim por diante, era incrível, pior que o Vitor pra dar sermões. Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. A diferença é que o Vitor fala corretamente, e não usa termos como “nóiz vai” “nóiz fumos” e “nóiz vortemos” ... minha tia já usa, e muito. kkkkkkkkkkkkkkkkkkk. Mas não posso falar nada, porque meu português é uma porcaria, e de vez em quando digo umas frases tipo essas hahahahahha.
-Mas então, adoooramos conhecer vocês, e sinto que esse show vai ser o melhor da minha vida!!!-diz Neuza
-Claro, é o único né mãe? –diz João
                Outra vez morremos de rir.
-Menino, cala a boca senão te dou um “esfregão” no meio “dozotro” ein.
                Meu Deus, queria sumir devagarzinho nessas horas. Não era bem vergonha... ta, era, mas tem que dar um desconto, parente a gente não escolhe! 1 hora e meia depois eu fui me arrumar, ia sair as 8h, mas antes dei uma passada na casa da minha tia, que não era muito longe dali. Ai ela me deu uma carona depois até o local do show, e já ficou por lá.
                Eles ficaram em um camarote, e fiquei com eles, porque acima de tudo eu amava minha família, rsrsrsrs. Ta, estava eu lá, curtindo o show e tal, quando olho e vejo o Pedro ali perto, conversando com uma garota. Fiquei só observando, ele não tinha me visto. Ele ficava abraçando a menina, e quando vê se beijam!!!!
                Eu queria gritaaaaar de felicidade, mas não pude! Sim, felicidade, porque pelo menos ele sairia do meu pé! HUASHUSSUHHSAU’. Ta, faltando 15 minutos pro show acabar, eu fui no camarim, o Pedro tava lá com essa menina e com a Bruna.
-Oi gente...-diz eu
-Oii.-diz Bruna
-Oi, o Dani, essa aqui é a Carmem, minha amiga, tipo, ela vai trabalhar na equipe.
-Ah, olá, tudo bom Carmem?
-Tudo e você?
-Bem. –diz eu
-Ela vai entrar no seu lugar Dani, o Alexandre nos apresentou ela mais cedo, mas você não estava aqui.-diz Bruna
-Ah, é , é que eu estava com alguns familiares que vieram pro show. Rsrsrs.-diz eu
                Era incrível a cara de pau do Pedro. Mas nem comentei com ele sobre o que vi. O incrível foi que em apenas dois dias (meus últimos dois dias na equipe), eu, a Bruna e a Carmem nos tornamos amigas, fofocavamos juntas haha, e falávamos das qualidades do Vitor, porque cá entre nós, ele tinha defeitos, mas era ótimo falar das qualidades dele, a mente fluía!
                No dia da minha despedida na equipe, fizeram uma festinha, aproveitamos a ocasião que estávamos em Uberlândia, ia ter outro show lá. Teve uma hora que fiquei a sós com o Pedro, e ele tentou me beijar, e eu neguei.
-Ué? Que foi?
-Nada, eu não posso...
-Porque? Dani, eu vou ficar muito tempo longe de você agora! Não me nega um beijo.
-Pedro, você beijou outra...que eu vi!
-Hã?
-Não se faz de tolo, você beijou a Carmem, eu vi cara.
-Viu? Mas poxa... ah, já que falou, também vou falar, já soube que você ficou com o Vitor também, então estamos empatados, e eu não gostei nada. E outra, não estamos juntos como você mesma disse. Não tem nada a ver.
                Fiquei sem graça.
-Tem razão. Mas olha Pedro, vou jogar a real com você, o que sinto por você é amizade, somente amizade. Eu estava conversando com a Carmem, e poxa, ela achou você uma pessoa legal, bonito... e você combina com ela, que tal?
-Sabia! Olha, eu gosto muito de você, e se não quer tudo bem. Mas se um dia quiser, pode apostar que vou estar em outra, ai será tarde pra você, ta?
                Falou e saiu, eu fiquei meio assim,  porque ele saiu bravo comigo, mas senti um alivio, porque foi como tirar “um peso” das costas! Mudando de assunto, o Vitor não havia chegado ainda, e quando chegou, queria que ele voltasse e viesse de novo. Vou explicar, ele chegou com a tal Julia, que conheceu no hotel em Curitiba, então preferia que ele voltasse, e chegasse sozinho lá.
                A Bruna foi chorar no banheiro, e eu fui acalmá-la. Era tenso, mas fazer o que né? Ele é solteiro, então tem o direito de ficar com quem quiser. Eu fiquei longe dele com a Bruna, pra ela não ver os dois se beijando. Ficamos eu, a Taty, o Antonio, a Dona Marisa  e a Carmem conversando em um canto. Enquanto os homens bebiam cerveja em outro. Quando eu menos esperava, o Pedro se pronuncia na frente de todos:
-Gente, gente, atenção aqui. Eu e o Vitor queríamos cantar uma música. Bom, eu não canto bem, então deixo que ele faça a primeira voz.
                Riram.
-Isso ai gente.-diz Vitor
                Ai o Vitor sentou com o violão, o Pedro pegou o microfone, a Julia sentou la perto pra vê-los cantar. Aff, essa Júlia...ninguém estava gostando muito dela.
-Quem é essa Julia, Dani?-diz Dona Marisa
-Ah, é uma fã que o Vitor conheceu lá em Curitiba!-diz eu
-Nossa...! Não fui com a cara dela!-diz Marisa
-Acho que ninguém aqui foi. Rsrsrsrrss.-diz Bruna
-Psiu, vamos vê-los cantar! Depende da musica a gente já saberá pra quem é...-diz Tati

Continua amanha xD

17-Clima pesado na equipe

 ....Liguei pra minha mãe, contei tudo, inclusive que ia sair da equipe pra estudar!

Bom, minha mae disse que era melhor conversarmos em casa, melhor. Eram 3h e 35, com certeza o Vitor ainda estava dormindo, ou estava almoçando, resolvi nao ir falar com ele, com a Bruna eu nao ia falar mesmo. Fui na cobertura do Hotel me distrair , eu precisava ficar um pouco sozinha pra pensar. Tava um calor sem igual, e olha que Curitiba costumava ser frio. Algumas crianças brincavam na piscina que tinha la, havia tambem duas garotas sentadas vigiando as crianças
     Elas conversavam sobre musica, e uma citou que iam no show dos meninos aquela noite, pensei: elas nao devem saber que estao hospedados nesse hotel, entao tomara que o Vitor nao resolva dar uma "nadada" bem agora...
     Mas parece que quanto mais voce deseja algo , mas ao contrario acontece, eu me sentei e alguem colocou a mao no meu ombro:
-Dani, bom?-diz Vitor
-Ai...voce aqui? Nao, nao estou bem.
-Ja estou sabendo, voce brigou com a Bruna por minha causa e vai sair da equipe...
-Exatamente...mas olha Vi...
-Nao fala nada agora, esquece isso por hora ta. Nao quero me estressar com nada, quero relaxar, o Leo ja falou demais na minha cabeça!
-É sempre assim mesmo!
Nisso as meninas que estavam sentadas ali perto gritaram:
-Victoooor...
     Ele foi la, ficaram conversando, ele estava sem camisa e de bermuda, ia entrar na piscina. Quando ele pulou na agua, as meninas tiraram a roupa e entraram tambem, na piscina uma amarrava direito o biquine da outra na frente dele, pra ele ficar olhando...mas deu uma raiva delas!
     Uma delas ficava meio em cima dele, nem dava espaço pro coitado nadar. Aff.
-Dani, nao vai entrar?
-Nao!
-Entra...a agua ta boa! hehe
-Nao quero Vitor.
-Eita. Tudo bem, entao quero apresentar minhas amigas aqui, essa é a Julia e essa é a Gabriela, e meninas, aquela é minha amiga Dani, da nossa equipe.
-Prazer Dani.-diz Julia
-Ola Dani.-diz Gabi
-Prazer é meu!
     Falei e fechei a cara, nao tava gostando nada dessas gurias em cima do Vitor. Mas eu nao estava com ciumes dele, apenas achei muito alvorosso da parte delas, e ele mal conheceu as duas e ja chamou-as de "amigas".
     A noite, la no Teatro, local onde aconteceria o show, resolvi ver eles dando uma ensaiada, pra nao ficar com a Bruna no camarim. O Marquinhos tava meio pra baixo porque estava com problemas em casa, o Jander tava de mal humor, o Pedro tava chateado com o que estava acontecendo, o Alexandre tava estressado e nao saia do telefone, e o Leo ainda tava brigando com o Vitor:
-Leo, o arranjo dessa aqui podia mudar, olha, se voce observar bem, daquele jeito que te falei fica mais gostoso de ouvir...
-Vitor a gente ja fez quase uma turne inteira com a musica desse jeito, se mudar agora nao vai ter sentido, eu acho que ta bom sim desse jeito!
-Nao ta, voce nao percebe que nao ta legal?
-Que isso bicho, pra que esse stress?
-Porque sera? Hoje voce me acordou cedo pra me encher de confusoes...
-Confusoes que voce arranjou!
     Estavam falando sobre o acontecido de manha, sobre eu, a Bruna e Vitor! O Vitor saiu nervoso pra la e ficou um clima chato na equipe. Acho que antes do show eles se desculparam porque estavam sorrindo um com o outro. Fui lá no camarim, e vi a Bruna chorando sentada nem um banquinho lá. Resolvi deixar o orgulho de lado, e fui falar com ela:
-Bruna? (...) O que foi?
-Saia daqui, por favor. Eu quero ficar sozinha!
-Tem certeza que não quer conversar? Olha, vamos esquecer o que acon...
-Para, não tem como esquecer. Se coloca no meu lugar? Eu amo aquele homem e você que era minha amiga foi e ficou com ele, ai brigamos, e eu não queria ...
-Ainda somos amigas, não éramos. Você não me deu a chance de falar ainda.
-Não quero ouvir.
-Bruna?
                Ela se levantou, e do nada me deu um abraço apertado, sentido sabe. Eu não entendi porque ela fez isso, mas daí ela começou a falar:
-Dany, me ajuda, eu não agüento mais. Há mais coisas nessa história que você ainda não tem conhecimento.
-Tipo o que?
-Eu já fui uma das “ficantes” do Vih, éramos pra ser namorados, mas não deu certo.
-Nooossaa! Dessa não sabia! Mas não deu certo porque?
-Prefiro não comentar, só sei dizer que ele é uma pessoa difícil demais de se ter ao lado, quase impossível, mas eu ainda sim o amo, e queria que ele me desse outra chance. Eu fiquei com muito ciúmes de vocês, não por ter ficado só, mas por ser minha amiga, me senti traída, ou sei lá...não sei se consegue me entender.
-Consigo. Olha, quero que saiba que eu não tenho e não quero nada com ele, só fiquei mesmo.
-Tudo bem, e o Pedro?
-Ah, não sei... é oque te falei, o que sinto por ele é amizade, e ele diz que está apaixonado. Preciso pensar...
                Nessa hora os seguranças abrem a porta e os meninos entram, o show já havia terminado. O Leo em tom irônico:
-Vitooooor, você viu se vai chover? Porque olha, as duas deixaram o orgulho de lado e estão conversando!!! Kkkk
-HAHAHAHAHHAHAHA. Mas é isso ai, ta tudo certo entre vocês?
-Sim.-diz Bruna
-É, ta sim. Agora.-diz eu
-Que ótimo.
                Na hora de ir embora, estávamos esperando o Vitor no carro, do lado de fora. Rs. O Leo tava contando uns “causos” pro motorista, que dó. Kkkkkkkkkkkkkkkk. Ai fui e abracei ele, porque tava frio e ele tava com uma blusa enooorme.
-Ô flor, ta com frio?
-Haha, to.
-Quer minha blusa?
-Precisa não, obrigada.
-Esfriou do nada....-diz o motorista
-Pois é bicho! Já falou com sua mãe hoje Dani?
-Liguei pra ela mais cedo. To morrendo de saudade dela.
-É, você lembra quando era pequena, que você vivia brigando com sua mãe? Viu como mãe faz falta?
-Verdade, e ela deve sentir minha falta também.
-Não tenha dúvidas! Mas se sair da equipe vai ficar mais tempo com ela.
-E menos com vocês! :/
-Rsrs. Sim. Mas a gente se vê sempre, pelo menos eu, porque o Vitor já sabe né, vai direto pra SP, ou pra outros lugares, quase nem fica em Udia nas folgas.
-Haha, ele é caso perdido kkkkkkkk.
-Hahahahaha. Falando nele, ta vindo, agora vamos embora dormir, finalmente. Rs.
(...)
-Vamos gente, desculpa a demora.-diz Vitor
                E fomos pro hotel, eu não sei se foi porque comi ao chegar lá e fui dormir, ou se foi por causa dos acontecimentos do dia, mas comecei a ter pesadelos. Detalhe, quando estava em casa eu chamava minha mãe, sim, é um comportamento infantil, mas minha mãe me acalmava. E eu estava no hotel e não tinha mãe pra chamar, não ia ligar pra ela de madrugada, então peguei meu celular e fui até o nome do Leeeo, e siiim, liguei pra ele! AUHSSHAUHAUSHUASHUAS.’
>Alô?
>Leo, é eu!
>Ah, oi “eu” kkkkkkkkk. Nome?
>É a Dani ow.
>Aaaah, é que to meio dormindo, SABE! Kkkkkkkkkkkkkkkkk. Que você precisa?
>É que, tipo...sabe, é...assiim, eu tive pesadelo e não consigo dormir, que eu faço?
-Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. Não ouvi isso! HUSHSUAHUSA’ Sério?
>Para de rir, é sério.
>Dani, olha a sua idade, ainda tem medo de assombração? Hahahahhaa.
>Não é de assombração! (...) Ta, é um pouco. Maaas vai dizer que você também não tem medo?
>De assombração não, porque isso não existe. O que existe são somente espíritos que tentam nos ajudar. São bons. Agora é 3 e meia, diz a lenda que esse horário as almas vem pedir oração, senta e reza pra elas.
>Leeeeeeeeeeeeeeeeo! Aff, me deixou com mais medo ainda.
                Me deu um desespero, comecei a chorar. (Sim, eu era medrosa e você deve estar me chamando de boba essa hora, mas todos nós temos medos...ta? kkk)
>Aff digo eu né. Dani, para, não existem essas coisas. Dorme vai.
>Agora não consigo!
>Eita... ta, to no 8° andar, quarto 805. Traz travesseiro, o sofá é todo seu!
>Valeeu Leo!
>Vou te acordar mais cedo pra você arrumar suas coisas, você tem exatamente 3 horas e meia pra dormir.
>Rsrsrs. To indo já.
                Cara, preferia ter ficado com os espíritos no meu quarto, porque o sofá do quarto era terrível pra dormir. Além de pequeno, era duro e não tinha um bom cheiro. Sem contar que o Leo tava roncando, Deus me livre, eu arremessei meu travesseiro nele, e mesmo assim ele não parou! Dormi, e ele me acordou com uma travesseirada, tentei matar ele mas não deu, porque o sono me dominava.
-Vai logo, arruma suas coisas e desce pra tomar café, vou trocar de roupa.
-Pra que cidade vamos mesmo?
-Uai, vamos pra Londrina, sua antiga terrinha rsrsrss.
-Ah verdade. Meus primos vão no show! Kkkkkk. Bom, vou indo lá.
                Peguei o travesseiro e fui. Arrumei minhas coisas e desci, comi tanto. Essas comidas de hotel me fascinam, tem do bom e do melhor (varia de hotel pra hotel né), mas enfim, se não era o Leo me frear, eu engordava em 1 mês!
Já cedo recebi uma mensagem da minha tia de Londrina: “Oi querida, tudo bom? A tia queria dizer que vai no show, vou levar seus primos. Rsrs. Vamos em família, queria saber se tem como entrarmos no camarim pra conhecer a dupla. Bjo da tia.” Eu ficava sem jeito de pedir essas coisas pros meninos, porque parecia meio injusto com os fãs, e essas “tias” nunca aparecem, só aparecem em festas e ocasiões como essas, e pedindo as coisas ainda!

continua amanha: 17/02

 16-To fora!
                Quando chegamos em Curitiba e eu já estava tentando dormir no meu quarto, a companhia toca, era a Bruna, eu abri a porta, ela quase voou em mim:
-Daaaani como você pode fazer isso comigo, como, me diz, sua vaca?
- Hãaaa?? Que, calma, pêra ai, o que fiz?
-Como o que você fez? Você tem certeza que não sabe?
-Não... não sei, mas seja o que for isso não da o direito de você entrar aqui gritando no meu quarto.
                Eu tava calma e ela gritava feito louca.
-Não to nem ai pra ninguém, que se dane. Puta merda, você sabe que eu amo o Vitor e foi ficar com ele, porque?
-Você ama ele??? Espera, como sabe que eu..?
-Não importa como eu sei, alias, vou te falar, falei com ele agora pouco e ele me disse, você não tinha o direito...
                Eu estava com a sensação de que ia me ferrar, eu queria matar o Vitor por ter contado, mandar a Bruna calar a boca e sair correndo gritando a minha mãe, porque a Bruna dava 2 do meu tamanho!
-Bruna, calma, é que...
-É que você foi falsa comigo, eu amo aquele homem, você sabia disso!!! Ai que vontade de te dar um tapa...
-Da então! Caramba!!
                Pra que eu fui pedir! Condeno a atitude dela, mas a minha em termos também é condenável... Sim, eu não devia ter ficado com o Vitor, de forma alguma. Após levar um tapa de uma “amiga” da equipe em quem confiei várias coisas, empurrei ela dizendo:
-Quem você pensa que é pra fazer isso? Você ta louca?
                Não sei qual das duas foi mais infantil naquela hora, mas ela me puxou e quando vi já estávamos rolando no corredor do hotel! Uma senhora abriu a porta pra ver, e pra minha surpresa o Leo e o Alexandre estavam no mesmo andar e também abriram a porta.
-Minha nossa Senhora!-diz a Velhinha que estava vendo
-Dani? Bruna?-diz Leo
-Que ta acontecendo? Parem meninas!-diz Ale
                O Alexandre puxou a Bruna, e o Leo me puxou pro outro lado, ainda bem que separaram senão eu ia apanhar legal kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.
-Eu não to acreditando no que acabei de ver!-diz Leo
-Vocês tem noção que estão dentro de um hotel, já pensou se...
-Leeeeeeeeeeeeeo, vou pegar uma câmera, quero uma foto com você.-diz a Velhinha
-Rsrs...ok.-diz Leo
-Então, vocês já pensaram se alguém filma ou tira foto disso que fizeram? Sabem como é a mídia não sabem?-diz Ale
-É verdade. Por que estão brigando?-diz Leo
-Fala agora Daniele, fala, conta pra eles!-diz Bruna
-O que você fez Dani?-diz Leo
                Abaixei a cabeça.
-Não da mais pra ficarmos no mesmo espaço, ela sabe o motivo. Desculpa Alexandre, mas ou sai ela ou sai eu da equipe.
-Eu saio!
                Falei, virei as costas e entre pro quarto, tranquei, eles me chamaram mas eu não abri a porta. O Leo me ligou:
-Abre a porta, por favor? Eu quero falar com você.
-Não Leo, me deixa.
-Dani? O que ta acontecendo? Ein?
                Desliguei o telefone e fiquei chorando de nervosa. Sim, sou chorona... Pois fizeram questão de descer na recepção, pegar um cartão para abrir a porta do meu quarto. (Só explicando, caso alguém não tenha conhecimento, a maioria das portas dos hotéis são abertas com um cartão magnético ao invés de chave.) Enfim, pegaram uma cópia na recepção e foram abrir meu quarto, o Leo e o Alexandre.
-Que isso meu? Eu falei que não queria falar com ninguém!
                Eu já estava chorando, o Leo sentou do meu lado no sofá e o Ale de frente.
-Mas você vai sim falar com a gente sobre o que aconteceu.-diz Alexandre
-O que vi aqui hoje foi decepcionante, de você eu não esperava Dani, sinceramente.-diz Leo
-Eu peço desculpas, já disse que se é pra alguém sair eu saio, a culpa foi minha...
-Mas culpa de que? O que você fez?-diz Leo
-Pode falar, fica aqui entre a gente.-diz Ale
-Foi ontem, lembra Leo, que sai com o Vitor?
-Sim.-diz Leo
-Então, eu fiquei com ele, mas não devia, tem o Pedro...por mais que eu não esteja com ele, ele me pediu em namoro entende, e eu disse que ia pensar, ai fui e fiquei com o Vitor!
-Sabia que ia dar nisso, esse “passeio” do meu irmão!!!-diz Leo
-Ta, e em que parte a Bruna entra?
-Ela veio aqui gritando comigo, dizendo que amava o Vitor e que eu não podia ter feito isso com ela, porque a anta do Vih foi e contou pra ela que ficamos...
-Nossa mas o que ele tem na cabeça?-diz Leo
-Leo, que ela sempre admirou ele eu sei, mas não sabia que amava ele, entende? Ai meu, não sei o que deu na gente, começamos a brigar.
-Entendi.-diz Leo
-Bom, mas e agora? A culpa é mais dela que sua então, se bem que não ouvi ela ainda.-diz Ale
-E agora é que eu vou sair sim, meu ela já trabalha aqui desde o começo, e se ela ama o Vitor, ficar longe dele seria ruim, que fiquem juntos, não to nem ai. Eu mesmo saindo daqui vou ver sempre vocês...
-Puta merda, vocês aprontam hein!-diz Ale
-Eu não vou deixar você sair daqui Dani... você precisa...-diz Leo
-Leo, eu comecei a trabalhar pelo fato de precisar ajudar em casa financeiramente, mas agora meus pais estão em uma condição boa, agradeço mais uma vez por essa ajuda também, mas pensa comigo, eu preciso estudar cara.
-É verdade Dani, mas você tem certeza que quer mesmo isso?-diz Leo
-Tenho Leo...
-O que pretende cursar?-diz Ale
-Música ou Agronomia.
=FAZ MUSICA! –disse os dois ao mesmo tempo
-Mas eu penso que talvez se eu fizer música, não sei se vou ter trabalho quando sair da facul...
-Opa, mas isso a gente arruma, a gente que mexe nesse meio musical damos um jeito Dani.-diz Ale
-Hum, legal...   
                E ficou decido que ia sair da equipe, quando saíram do quarto fui tentar dormir. Somente tentar, porque ai fiquei pensando no Pedro, no Vitor, na Bruna...em tudo! Liguei pra minha amiga Isa e contei pra ela sobre tudo isso, ela como sempre não soube o que me falar pra ajudar, porque ficou confusa também. As 3h o Pedro liga:
>Posso ir ai falar com você? Por telefone não da...
>Pode.
                Ia ser uma longa conversa. Quando ele chegou eu estava tentando ver TV no quarto.
-Senta Pedro.
-Dani, como assim você vai sair da equipe?
-Você já ta sabendo?
-Sim, a Bruna contou pra todos quase...contou que brigaram, mas não disse o motivo!
-Não quero falar o motivo, desculpa.
-Tudo bem. Mas... e eu e você? Como fica?
-Pedro, independente de eu estar na equipe ou não, se tiver de ficarmos juntos, ficaremos.
-É complicado! Vamos ficar distantes, e não queria isso.
-Pedro, as vezes a vida nos coloca obstáculos, mas é através desse obstáculos que a gente cresce. É difícil, eu sei, mas tudo vai dar certo no final, e se não acontecer como a gente quer, é porque não era pra acontecer, não está no nosso destino.
-Você tem razão.  Bom, eu to na correria, tenho que ir... passei mesmo pra falar rápido contigo, depois a gente conversa melhor.
-Sim, ainda vou ficar até domingo com vocês.
                Ele sorriu, me deu um beijo no rosto e disse: “a gente ainda se vê”. E foi. Me troquei e pensei: Qual dos dois eu mato primeiro? A Bruna ou o Vitor? Ta...mas não ia fazer outro barraco, então...bom, não sabia o que fazer naquele momento. Liguei pra minha mãe, contei tudo, inclusive que ia sair da equipe pra estudar!

15-A linda Florianópolis!!!

,..
-Ah Pedro... eu gosto de você também, mas...
-Queria que fosse minha namorada!
                Estava torcendo pra ele não falar isso, porque eu não estava apaixonada por ele, a relação era de amizade! Oh My God! O que fazer?
-Ah, é..então. Mas tipo, Pedro, acho que você ta indo rápido demais, sabe...
-Sei, entendo, te deixo pensar, mas não posso esconder o que penso. Pelo menos agora você já sabe, flor, eu to apaixonado...
-Onw Pedro, desculpa por hoje. Mas é verdade, preciso pensar ta bem?
-Ta. Faz umas 2 semanas que a gente ta meio afastado, não fica, nem nada...
-É eu sei, mas é que ...
-Daniii, tamos precisando de você nega!-diz Leo vindo
-Vai lá, depois a gente conversa. –diz Pedro
-Ta bom.
                Dei um beijo no rosto dele e sai. Bom, no outro dia o show era em Florianópolis, estava eu como sempre no camarim, com a Bruna, mas ai ela saiu. O Vitor chegou sem o Leo e entrou:
-Cadê meu cafezinho?
-Ta aqui kkk, você é viciado ein.
-Haha, com certeza!
                Ele sentou.
-Senta, me acompanha ai no cafezinho.
-Rs, eu sento, mas não acompanho não, já comi no hotel mais cedo hahaha. E cadê o Leo?
-Ele ficou lá fora, tava no telefone. Acho que a Tati ligou.
-Hummm.
                Ele ficou olhando pra mim, eu sem jeito perguntei:
-Que foi?
-Nada.
-Me olhando assim por quê?
-Sei lá, rs.
-Aiaiaiai!
-E você e o Pedro? Se resolveram? Voltaram?
-Voltaram? A gente nunca esteve junto.
-Não?
-Não. A gente ficou algumas vezes, mas nada.
-Hum, que ótimo!
-Hã?
-Kkkkkkkkkkkkkkkkkkk. Brincadeira.
-Haha. Você ein! Nossa e cadê o Leo! Kkkk
-Deixa ele. Muita gente aqui é ruim, sabe?
-Vitor?????
-Hahahaha. É brincadeiraaa minha flor.
-Hum, sei!
                Levantei, ele levantou também, fui em direção a porta e ele tava indo atrás, ai me virei e fiquei cara a cara com ele. Não sabia o que fazer, ele olhando no fundo dos meus olhos, sério, cara de bravo...ai o Leo entra! SALVA PELO LEO. Kkkk
-Cheg... atrapalhei algo??? Rs
-Não, de forma alguma, entra Leo, está atrasado ein!
-Hahahaha. Um pouco.
                O Vitor virou e sentou de novo, começou a mexer no iPad dele, ficou calado, ai eu sai e eles começaram a atender fãs. Na hora de ir embora o Leo foi na frente, sentei atrás no carro com o Vitor. Ele:
-Dani, conhece Floripa?
-Um pouco, já vim aqui uma vez.
-Nossa, queria te mostrar um lugar! Topa?
-Ta tarde Vitor...-diz Leo
-Ah cara, é rápido, se você quiser, é claro Dani.
-Ah Vih, não sei se devo...
-Por favor? Eu gosto de lá, queria que conhecesse, vai gostar também...vamos?
-Tudo bem então.
-Hehe. Depois deixa o carro comigo viu Carlão (motorista).
-Beleza cara.-diz Carlão
                Levaram o Leo no Hotel, ai fui com o Vitor no tal lugar. Ele me levou na Lagoa da Conceição... eu já conhecia. Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. Lá tinha tipo de um observatório pra Lagoa, era mesmo bonito lá.
-O que achou daqui? Já conhecia?
-A noite não...já passei aqui, mas só passei! Não parei pra ver tudo isso.
-Rs. Aqui me trás paz.
                Eu sorri. Ele pegou o iPhone no bolso:
-Vem cá. (Pra tirar uma foto)
                Abracei com ele e quase morrendo já com aquele perfume dele, e enfartando...tirei a foto! O engraçado foi que ele tirou, daí estava vendo como ela tinha ficado, e continuou com a mão na minha cintura, daí ele guardou o iPhone no bolso e falou:
-Escuta a música...
                Tinha um bar próximo dali, tocando forró haha.
-Vamos dançar?
-kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk haha, eu? Não sei dançar não ow.
-Ensino! Vem?
-Não levo jeito Vitor.
-Dani?
-Aff, ta.
                Queria que a música nunca mais terminasse, era bom ficar assim com ele. Mas não, algo tava errado, na minha cabeça ficava assim “você está esquecendo do Pedro, você ta enrolando o Pedro, e o Pedro?...”, mas eu não tinha nada com o Pedro! A música acabou, começou uma lenta, mas ai o Vitor também não sabia dançar (ainda bem), mas ele continuou abraçado comigo.   
                Meu coração batia forte, eu tava com um friozinho na barriga, eu tava com a mão no cabelo dele, “brincando” com o cabelo dele...
-Deixa seu cabelo sempre grande, aquela vez que tu cortou fiquei até triste kkkkkkk. É lindo assim.
-Rs. Ta arrepiando isso hahahaha.
                Na hora eu tirei a mão do cabelo dele hahaha. Eu é quem estava arrepiando, porque ele falava e respirava perto do meu ouvido!!! Ele do nada colocou a mão no meu rosto e me beijou, do nadaa! Eu morri 1 zilhão de vezes. Mas ele tava comportado, sabia que esse “passeio” do Vitor não ia ser atoa. Ele parou e falou:
-Florianópolis é linda não é?
-ÔÔÔ! Demaaais! Kkkkkkk
-Depois do Arthur, você namorou mais alguém?
-Sim. Um rapaz chamado Henrique. Mas larguei dele porque eu gostava do Arthur, mesmo ele já estando falecido.
-Triste. Mas ô paixão de infância ein? Mais quantos vou ter que enfrentar?
-Por que? (foi uma pergunta idiota minha após uma cantada dele!)
-Por nada. Rs. (E isso foi gentileza dele que deveria estar pensando: Será que ela não entendeu a cantada ou está fingindo?)
-E você, ainda gosta da “pulinha”?
-Deixa o passado pra trás vai kkk, somos grandes amigos.
-Hhahaha.
-Falando sério, eu estava tão pra baixo esses dias, você levantou meu astral!
-Acho que não foi só o astral que subiu, mas tudo bem. Kkkkkkkk (até hoje não sei como minha timidez permitiu que eu dissesse isso.)
-Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. Desculpa, as vezes meu “autocontrole” falha. Rsrs.
-Hahahaha.
                Ficamos ali um pouco e depois fomos pro hotel, no elevador ele:
-Que andar você está?
-14°. E você?
-17°. Lá tem uma vista linda sabe, se quiser ficar mais perto do céu, pode subir lá.
-kkkkkkkkkkkkkkkk. Vitor!
-Hahaha, que foi? Rs. Então, amanhã eu te acordo como? Na minha cama ou na sua?
-Você liga. Eu na minha e você na sua. Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.
-Haha, valeu, vou dormir bem hoje depois dessa...
-Vitor!
-Brincadeira, te perdôo. Mas você tem certeza que não quer subir?
                (Nisso o elevador para no meu andar.)
-Melhor não né Vitor.
-Tudo bem então...
-Não faz essa cara. (Dei um beijo) Tchau, até amanhã.
-Até hoje né? Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
-Ah verdade, disfarça. Haha.
-Tchau. Hehe.
                Eram 4 horas, fui pro meu quarto, quase errei até a porta, deite pra dormir, digo, pra pensar nele, peguei no sono 5 e meia! 6 horas o Vitor me liga:
-Boooooooooooom diaaaa Flor.
-Me deixa dormir Pedro!
-PEDROO? Sou eu, o Vitor. AFF.
-kkkkkkkkkkkkkkkkk. Desculpa hahaha. Já to acordada!
-kkkkkkk. Ta na hora, levanta, vamos tomar café com o pessoal, quando chegar em Curitiba você dorme.
-Ta bom. A gente se vê la embaixo.
                Desci, fui lá na cantina do hotel, em uma mesa estava o Pedro, na outra o Vitor. Nas outras o resto do pessoal. Se eu sentasse com o Pedro, o Vitor ia me encher depois, se eu sentasse com o Vitor, o Pedro ia pegar no meu pé.
-Leo, Ale, posso sentar com vocês? –diz eu
-Pode Dani, claro.-diz Leo
                Não sei qual cara foi mais engraçada, a do Vitor ou a do Pedro.

#continua amanha

14- Bora Pra Uberlândia!







                Fui ler o bilhete que o Pedro havia me deixado: “Dany, acho que um presente que recebi esses dias, foi ter te conhecido, espero que sejamos sempre amigos pois você é uma pessoa muito interessante. A correria foi tanta que nem tive tempo de te passar meu telefone (031 99436443) , também fiquei meio acanhado em pedir o seu, por isso resolvi deixar esse recadinho em sua mala e não pergunte como fiz isso rs. Caso queira descobrir, me ligue. Beijos, Pedro.”
                Apesar de achar meio doido da parte dele, achei até bonitinho, e minha mãe me pegou lendo aquele bilhete:
-O que diz ai? Bilhetinho de quem?-diz mãe
-Rs, ai mãe, é um endereço de um, de uma loja de roupas que a Tati me indicou, lá em Uberlândia, sabe.
-Sei, mas não acredito, Dani, você não sabe mentir pra sua mãe, vamos, me deixa ver isso.
                Entreguei a ela e já fiquei com medo da reação! Ela com uma cara meio brava:
-Quem é Pedro?
-Um amigo, ele é da equipe dos meninos também e...
-Seu pai não vai gostar disso.
-Mas mãe, você não vai contar pra ele né?
-Desde que você não se envolva com esse rapaz. Dani, você acabou de entrar lá, poxa, ta meio cedo...
                Enfim, ouvi meia hora de sermão ali. Daí fui descansar um pouco, dormi e acordei só as 2 da tarde, almocei e fui tocar violão no meu quarto. Confesso que já fazia um bom tempo que não pegava aquele instrumento, o coitado já estava velho até, desafinado. Tratei de afiná-lo e fui tocar, abri minha pasta com algumas cifras, nisso cai algumas folhas no chão, do tempo em que estava no ensino fundamental, se não me engano, 8° série. Eu li alguns pra relembrar, e ria, era cada absurdo. Tinha alguns ‘poeminhas’ que fazia quando estava apaixonada... pelo Arthur!
                Putz, bons tempos. De repente pego uma folha que era do caderno que o Arthur tinha na 8° série, com a letra de uma música do Victor & Leo, Borboletas. E estava grifado a parte que dizia: “Divido entre dois mundos, sei que estou amando mais ainda não sei quem.” E no final um coração escrito dentro: “Dani & Isa, minhas melhores amigas”, estava claro ali o que ele estava sentindo, mas nessa época não estávamos juntos, ele estava com a Isa se não me engano.
                Bom, fui tocar outras músicas pra esquecer, porque se lembrar do Arthur era sempre muito difícil pra mim. Lá pelas 5h fui dar uma volta com meus primos e contar as novidades pra eles, chegando em casa tomei um banho e fui conversar com meu pai sobre o que o Alexandre tinha dito.
-Dani, nossa vida está aqui agora, não tem condições de irmos pra Uberlândia, eu falei que seria ruim se você trabalhasse lá né! Não falei?
-Sim pai, mas poxa...
-Mesmo que vendêssemos essa casa aqui, não seria o suficiente pra comprar outra lá e morar lá.-diz Mãe
                Ficamos falando disso e acabou em nada. Era mais ou menos umas 9h quando o telefone tocou, minha mãe atendeu, era o Leo ligando pra falar com eles um pouco. Fui comer algo, depois assistir TV, após o término da ligação meu pai veio e me falou:
-Acabei de arrumar um emprego em Uberlândia!
-Hããã????
-É, eu e o Leo conversamos, já trabalhei muito tempo de caseiro, de agricultor, em fazendas e tal, e o Leo ta sem administrador na fazenda dele, então vamos pra lá!
-Não creio! E quando?
-A Dani, mês que vem né, tenho que trabalhar e receber aqui, a Tati vai ver um emprego pra sua mãe também, pelo menos lá ela pode trabalhar e fazer uma faculdade, já que você não vai fazer agora né!
-Hum, boa proposta! Gostei...
                Parecia que a vida parou de nos dar rasteiras e estava melhorando, eu estava tão feliz com isso tudo. Entrei no MSN as 11h, e adivinha quem estava online? O poeta Vitor! Kkk. Sim, ele tinha MSN... mas estava com o Status ocupado, nem incomodei ele, daí do nada veio um convite, adivinha de quem? Do Pedro! Kkkkkkkkkkkkkkkkkk
                Aceitei, ai ele veio falar comigo, perguntando porque se não tinha visto o bilhete dele, e se vi porque não liguei. Haha, o Vitor também veio falar comigo, dizendo que foi ele quem passou meu MSN ao Pedro. Fiquei conversando com eles e com algumas amigas. Fui então dormir, já era quase 3 da madrugada, ai as 6h da manhã meu celular toca:
>Booooom dia minha lindaaa! Te acordei? Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
                Na hora pensei que fosse o Pedro, mas ele não ia me zoar assim:
>Aff Vitor, você não me acordou na melhor hora do meu sono!
>Hahaha, foi pra te encher o saco moça! Bom, eu fiquei até agora no MSN, então vou dormir ta bem? Tenha um ótimo dia.
>Seu chatooooooooooooooo, você vai ver, malaaa! Que raivaa Vitor!
>Hahahahahaha, também te adoro flor. Beijo, estou com muito sono sabe...kkkkkkkkk.
>Vai ter troco. Espere! Bom sono pra você que vou voltar a dormir!
>kkkkkkk. Ta bem, obrigado. Bom sono pra você também.
>Valeu!
                E desliguei. Acredita numa coisa dessas? Ah neeem. Apesar dessas coisas, ele era um fofo haha. Gostava tanto do Vitor e do Leo por isso. Dormi, quando foi as 9h o Pedro é quem liga, eu não atendi, mais tarde liguei pra ele. Ele tava muito no meu pé, não dava folga!
                Bom, ficou decidido então que íamos morar em Uberlândia! Cara, não era qualquer cidade, era Uberlândiaaaaaaa!!! Certo, iríamos morar na fazenda....que sonho! No dia que mudamos eu estava viajando, estava em Balneário Camboriú-SC, bela cidade, mas meu mau humor naquele dia foi o que acabou com toda beleza dela, pra mim. Sim, TPM, e bem nesse dia o Pedro resolveu ser chatinho, do meu ponto de vista. Foi no meu quarto no Hotel:
-Dani, não te vi o dia todo, você não ligou...o que foi?
-Nada não, desculpa não ter ligado.
-Poxa, me preocupo tanto com você e você não da a mínima pra mim.
-Aff, não precisa se preocupar tanto assim comigo. Na boa, você fica muito no meu pé, preciso de ar as vezes.
-Nossa! Você ta de mau humor? Não ta bem!
-Não, não to, to precisando ficar sozinha, desculpa.
-Ta.
                E saiu. Me irritei sem motivos com ele, ele só tava querendo meu bem...me arrependi depois. Mas tarde, já no local do show eu estava melhor, o Vih tava contando umas piadas pra mim e pra Bruna (maquiadora), ai teve uma hora que abracei ele e falei:
-Você é um fofo Vih.
-Hahaha...
                Nisso o Pedro chega.
-É assim né? A gente faz de tudo por uma pessoa, se preocupa com ela e ela não da a mínima, mas com outras pessoas se preocupa... Dani, você não era assim! AFF.-diz Pedro
-Pedro volta aqui...-diz eu
-Iiiiiiih! Vai atrás dele Dani.-diz Bruna
-Gente, que ciúmes. Hahaha.-diz Vitor
                Fui atrás pra conversar com ele.
-Pedro, o que ta acontecendo?
-Eu é que te pergunto! Poxa, comigo você diz que não ta de bom humor, ai o cara ai te conta uma piadinha e você chama ele de fofo, fica no pé dele...Nossa, se quiser eu te conto piadas, te faço sorrir, te tiro dessa TPM, mas não faz isso, eu fico com ciúmes.
-Meu, o Vitor é meu amigo, não tenha ciúmes dele. Eu sei o meu lugar... Desculpa.
-Gosto pra caramba de você Dani.
-Ah Pedro... eu gosto de você também, mas...
-Queria que fosse minha namorada!
                Estava torcendo pra ele não falar isso, porque eu não estava apaixonada por ele, a relação era de amizade! Oh My God! O que fazer? 

13: O Pedro!


                Depois de alguns minutos a Tati chega com os meninos, com a Paula e como Washington, como era um show onde tinham mesas e tal, não fiquei no camarim ou lá com o pessoal da equipe, como deveria, fiquei na mesa com eles e também o Pedro ficou com a gente, o Antônio adorava ele. Ele sentou ao meu lado, e sempre que ia falar comigo, usava a desculpa de que estava muito barulhento o lugar e falava no meu ouvido.
-Gente, que tal irmos depois em uma churrascaria?-diz Paula
-Ah, tem as crianças Paula, eles precisam dormir. Mas vão vocês, a Dani, o Pedro, o Vitor...-diz Tati
-Eu?-diz Pedro
-Claro rapaz, borá lá?-diz Washington
-Haha, demorou então uai.-diz Pedro
                Eu até tinha gostado da idéia, mas estava preocupada, por causa da reação que o Vitor teve quando viu eu e o Pedro sozinhos no camarim, não sabia se ele tinha algo contra o Pedro, ou sei lá. Quando terminou o show e finalmente estava na hora de irmos, o Vitor some. Estávamos esperando no carro já, a Tati, o Leo e os meninos já haviam ido. O Washington e a Paula iam em um carro, eu, o Pedro e o Vitor em outro.
                Olhei pra trás e vi o Vitor vindo com uma garota, meio abraçados.
-Olá gente, rs. Estão esperando há muito tempo?-diz Vitor
-Não cara, então, recebeu meu sms?-diz Washi
-Recebi, pra ir na churrascaria? Então, vamos sim. Gente, essa é a Luiza, minha amiga, ela vai com a gente.-diz Vitor
-Ok, o Pedro também vai.-diz Eu
-Hum.-Diz Vitor.
-Então, vamos?-diz Paula
                Entramos no carro, o Pedro foi na frente com o motorista, daí atrás foi eu, a Luiza no meio e o Vitor. Chegamos na churrascaria, e sentamos em uma mesa, e o Pedro sentou do meu lado, como se fossemos um casal. Pediram algumas cervejas e petiscos, eu não bebia, nem a Paula, pedimos um refrigerante. Ao som de ColdPlay, eu estava pensativa, meio no mundo da lua, mas depois comecei a rir com eles.
                Quem estava achando a dona do pedaço era a tal Luiza, amiguinha do Vitor. Fui no banheiro com a Paula, quando estávamos voltando o Pedro veio de encontro.
-Dani,  posso ficar um minuto a sós com você?
-Tudo bem, já estou indo. Rs.-diz Paula
-Ok.
                Fomos do lado de fora, sentamos em um banquinho, ai ele:
-Sabe o que? É que eu gostei muito de você, to afim de você e tal...
-Rs.
-Estamos e casais ai, e será que tenho uma chance com a moça? Rs.
-Hahaha. Tem, rs. (falei totalmente por impulso e por não saber o que dizer a ele, sempre fui tímida então essas situações por mais simples que sejam, são difíceis para mim.)
                Ai ele me beijou, depois levantamos e fomos abraçados pra mesa. Quando sentamos o Vitor beijou a Luiza, eu sempre morri de ciúmes dele, desde criança, agora então! O Pedro me beijou também.
-Êlaia, mas vão ficar beijando a noite inteira??? –diz Washi
                Rimos. Depois disso o Vitor ficou mais quieto, a Luiza com a Paula começaram a falar sobre livros e escritores, o Washington e o Pedro ficavam contando histórias engraçadas, e eu olhando pra lua. Ai o Vitor falou algo pra Luiza e beijou ela, depois disse:
-Gente, vamos indo.-diz Vitor
-Mas já?-diz Washi
-Deixa, deixa, vão se divertir um pouco, né Vitinho? –diz Paula
-Hahahahahha. Mas fica assim gente...Vocês vão dormir em casa né Paula?
-Vamos sim.
-Toma a chave aqui, vão chegar antes de mim, provavelmente. Rs. Washington... (e levou a mão na carteira...)
-Podexá que acerto tudo aqui cara, guarda isso ai e vai lá.-diz Washi
                Se despediram e foram. Ficamos mais um pouco e fomos também, levaram o Pedro pro hotel, porque ele não era de Uberlândia, era de BH, e depois o Washington levou eu a Paula pro Apartamento do Vitor. Chegamos lá e ligamos a TV, já eram umas 4 e meia, tava passando filme, a Paula fez pipoca e fomos assistir. O Vitor Chegou as 6 e pouco, porque acordei pra ir ao banheiro e ele tava na cozinha, mas nem falei com ele, voltei a dormir.
                Quando foi 10h o Vitor foi me acordar.
-Dani? Se arruma, vou levar você lá no Leo pra pegar suas coisas, a gente vai pra BH.
-Hum...ta bom. To morrendo de sono Vi.
-Haha, eu também. No avião você dorme.
                Levantei, me arrumei e fomos, a Paula ficou dormindo, lá na casa do Leo foi tudo bem rápido também, fomos para o aeroporto.
-Dani, a equipe costuma ir naquele jatinho lá, mas como tem lugar nesse, você pode ir com a gente, se quiser.-diz Leo
-Por mim tanto faz Leo.
-Vem com a gente então, só não deixa o Pedro te ver, senão vai ter que ir lá.-diz Vitor
-Hahahaha, ele te adorou pelo jeito Dani.-diz Leo
-Eles ficaram ontem Leo, na churrascaria.-diz Vitor
-kkk, ai gente!-diz Eu
                Compramos um lanchinho no aeroporto, eu sentei do lado do Vitor e o Leo de frente com o Alexandre. (empresário)
-É a primeira vez que anda de jatinho Dani?-diz Ale
-Haha, é sim.
-Ih, cuidado pra não passar mal.-diz Leo
-Rsrs. É verdade.-diz Ale
-Mas passa mal pra lá, em mim não ta? Kkkkkkkkkk brincadeira meu anjo.-diz Vitor
-E seu pai? Como está? Nunca mais falei com ele.-diz Ale
-Ele ta bem, não queria me deixar vir, porque é longe demais...
-Pior que é mesmo, e é sobre isso que queria falar com você, porque assim, é complicado pra você ir pra casa e voltar pra cá no dia do show, a gente tem 2 dias de folga na semana e como a maioria da equipe é de Uberlândia, só alguns de BH, tem mais tempo livre em casa, entende? Podia ver um jeito de você morar pra cá, no que seu pai trabalha?
-Ah, ele ta como pedreiro Ale.
-Então, se ele arrumasse um emprego em Uberlândia, podiam morar lá, era mais fácil.
-Ah, tem que ver com ele né, não é uma má idéia.
(...)
                Eu tava meio inquieta, ai o Vitor:
-Dani, da a mão... nossa, você ta gelada haha, pressão ta baixa, manda aumentar o ar condicionado ai, senão vai passar mal. –diz Vitor
-Rs...ta passando.
-Daqui uns 10 min chega já, é bem rápido.-diz vitor
                Quando chegamos no aeroporto eu tava caindo de sono. A equipe já tinha chegado, estavam já a caminho do hotel. E uma van estava esperando a gente já, a van e umas 4 fãs... Os seguranças liberaram foto, eu fiquei olhando só com o Ale.
-É sempre assim Ale?
-Sempre Dani. Rs. Mas isso é bom né?
-Com certeza!
                Eu dormi na van, eram uns 15 minutos até o hotel, dormi encostada no Leo. Os quartos no hotel eram pertos, no mesmo andar. Fomos almoçar primeiro, depois eu pelo menos, dormi até as 5 e meia, acordei, liguei meu notebook e fui ler uns emails, as 8h fui pro local do show e foi a mesma coisa da noite anterior.
                O que me deixava incomodada era o grude do Pedro em mim, ele estava sempre perto, era incrível. E assim seguiram 4 dias, ai fui pra minha casa, finalmente. E pra minha surpresa, quando abri a mala vi 1 bilhete, do Pedro!

            12-1° dia na equipe
Fomos ver um filme mais tarde, a Tati estava cansada, foi dormir com o Matheus, já o Antônio ficou na sala, no colo do pai dele, mas logo dormiu também. O Vitor foi pro quarto dele. O resto ficou na sala, em um sofá sentou a Paula e o Washington, no outro sentou eu, o Leo e o Antônio. Havia 20 minutos corridos do filme, quando o pequeno Antonio dormiu, o pai dele o levou para cama, depois voltou pra sala.
-Gente, desculpa, me deu um sono agora, acho que vou dormir, já são 11 horas.
-Rs, mas já? Kk –diz Washington
-Dany, fica a vontade lá no quarto, já já irei também. –diz Paula
Eu ia dormir no mesmo quarto que a Paula, o Washington não ia dormir na fazenda, ia embora mais tarde. Me levantei e fui na cozinha, ai vi a porta aberta e o Vitor sentado do lado de fora, fui lá:
-E aí Vitor? Pensando na vida?
-Pois é né Dani. Adoro a noite, ela me ajuda a refletir, sabe?
-Sei.
-Senta ai.
-Eu já estava indo dormir. Rs
-Mas já? Me faz companhia um pouco.
-Haha, tudo bem.
Ai sentei, meio sem jeito. Eu era tímida, ele também...dupla perfeita! Kkkk
-Namorando Vitor?
-Quem? eu? Haha... não estou namorando, mas não estou sozinho.
-Kkkkkkkkkkk. Você sempre diz isso.
-Pois é, mas dessa vez estou esperando o destino me dar uma resposta...
-Hummm!!!
-Hehehe. Acho que vou dormir também, ou escrever, sei lá. Você também precisa descansar, foi um dia longo.
Nisso o Washington aparece lá:
-Vitão, Dany, estou indo, vim falar tchau pra vocês.
-Falou bicho, até mais.-diz Vitor
-Tchau Washington.-diz eu
(...)
-Amanhã vamos cedo pro Escritório, daí voltaremos pra almoçar, ai as 9h iremos pro Camarú, que é o local do show. Você não precisa levantar cedo, creio que o motorista passe pra te pegar aqui as 7h, pra arrumar o camarim e tal. Ta?
-Ta bem.
-Se bem que eu acho que o Leo vai a tarde pra casa dele na cidade, no caso você vai com eles, e eu vou pro meu apartamento.
-Sei. Vocês moram perto na cidade?
-Mais ou menos. Tava pensando, será que você vai agüentar o ritmo? Tem vezes que é bem puxado sabe, e é ruim ficar longe da família por muito tempo. Você escolheu estar perto da gente, mas sua família vem em 1° lugar, e a gente preocupa com você.
-Bom, vamos ver no que dá né Vitor, mas tenho certeza que tendo amigos como vocês não será difícil, a equipe pelo jeito é uma família também...
-É sim!
-Então.
Depois fomos dormir, acordei as 9h, junto com a Paula, estávamos no mesmo quarto. Fomos tomar café, era tudo tão arrumado naquela mesa, tudo tão chique e ao mesmo tempo simples. Tinha muita coisa ali pra se comer, eu fiquei até com vergonha, em casa não tem essas coisas, a gente sempre levou uma vida muito difícil, e no caso também lembrei de quando os meninos moravam em São Paulo, também era difícil a situação, e eu tive orgulho de tudo que eles tem hoje.
Depois do café, a Paula foi pra cidade, o Washington buscou ela, eu fiquei brincando com os meninos lá fora, o Tato (Matheus), me mostrou as galinhas dele, e os patinhos, já o Antonio ficava só contando piadas, que deve ter aprendido com o Tio. Era uma graça aqueles dois, quando entramos, fiquei batendo papo com a Tati, ela me contava história dos pequenos, e da dupla também, me divertia.
Meio dia e 15 a dupla chegou do escritório, pra almoçar. Outra vez me surpreendi com aquela mesa cheia de coisas! Estava meio sem jeito, mas quando vi o Vitor pegando um frango com a mão pra comer, fiquei mais a vontade. Kkkkkkkkkkkkkkkkkkk.
-O Dani, parece que você está com vergonha ai, ta quieta... você não é assim! Kkkk –diz Leo
-Rsrs, ela não é mais criança né Leo. Mas fique a vontade Dani, pra que vergonha, aqui é tudo família Flor.-diz Tati
Ai o Matheus começou rir, ele e o Antonio.
-Que foi?-diz Vitor
-Ihh, deu a louca nesses meninos amor. Você deu alguma droga pra eles hoje? -diz Leo
-É que caiu um mosquito no prato do Tio e ele comeu! Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk-diz Tato
Todo mundo riu, menos o Vitor.
-Putz...sério? Nossa, por isso que algo se mexeu no meu estomago..ai! hahahahaha.
-Kkkkkkkkkk. Que comédia!-diz eu
(...)
-Mamãe, a gente vai que horas pra cidade?-diz Antonio
-A tarde filho. Seu pai vai descansar um pouco...-diz Tati
-Descansar? Ele vai é montar a cavalo, isso sim!-diz Vitor
-Tati, a Dani aprendeu a andar de cavalo! –diz Leo
-É, e esses dois são doidos pra ensinar, eu hein! –diz Eu
Vi depois 1 filme com as crianças, depois joguei vídeo game com eles. O Vitor foi pescar, e o Leo andar a cavalo. Quando foi 4h chamaram pra ir pra Uberlândia.
-Leo, o jogo do Matheus ta lá em casa, aquele de corrida. Tem que pegar...-diz Vitor
-Papai, deixa eu ir na casa do tio? Deixa?-diz Matheus
-Se quiser pode deixar Leo, ai levo ele depois. Quer ir Dani? Ai você conhece meu apartamento também.
-Ah, pode ser.-diz eu
Ai ficou assim, foi eu e o Tato no carro do Vitor, o Antonio e a Tati no do Leo. O tato fazia mil e uma perguntas durante o caminho, chegamos no prédio que ficava mais ou menos no centro de Udia. Subimos, o Vitor morava pra variar, na cobertura. Era chique o Apto dele, bem confortável.
-Fica a vontade Dani, vou ligar a TV.-diz Vitor
-Tio, cadê meu jogo? Eu posso jogar no seu Note?-diz Tato
-Pode, pega ali na estante. Eu vou tomar um banho gente, não demoro. Uai, cadê a Lúcia?
-Quem?-diz eu
-A diarista. Ah, ta na cozinha... Lúcia? Vem cá flor.
-Oi Vitor. Tudo certo? Oi gente...Oi Matheuzinho...
-Oi Lú.-diz Tato
-Olá.-diz eu
-Oi, então Lúcia, essa é a Dani, minha amiga.-diz Vitor
-Prazer Dani.
-Prazer é meu.
-Bom gente, vou la tomar meu banho.
-E eu terminar minha faxina, precisando é só chamar gente.
Ele tomou banho, e foi lá na cozinha sem camisa, só com um shortinho... e a toalha no ombro. Eu quase enfartei lá da sala. Sem contar o perfume que cheirava de longe...Ah Vitor Chaves! Ele bebeu um cafezinho, colocou uma camisa, ai fomos pra casa do Leo. Não era muito longe, casa bonita a do Leo. O Vitor voltou pro Apto dele, o Leo não estava em casa, diz a Tati que ele foi no clube ali perto jogar peteca e Tênis! Kkkkkkkkkkkkkk. Depois me arrumei, quando foi as 7h me levaram lá pro local do show.
Chegando lá eu vi o Pedro, abri um sorriso enorme, e ele veio falar comigo:
-Oi Dany. Como está?
-Ótima, rs, e você?
-Melhor agora. Hehe. Poxa, eu tenho que terminar uns negócios ali, mas depois a gente conversa, pode ser?
-Pode sim, também tenho coisas pra fazer.
E fui lá, com a Bruna, que era outra menina que trabalhava na equipe, ela era maquiadora, eu e ela fomos arrumar o camarim. Faltando alguns minutos pros meninos chegarem, a Bruna saiu, e o Pedro entrou no camarim.
-Pedro?
-Hehe, Oi denovo. Vim jogar conversa fora, já terminou aqui?
-Já sim.
Sentamos, em um período de 10 minutos falamos resumidamente sobre o que gostávamos e tal. Ai ele levantou dizendo que ia embora, e quando foi pra me dar um beijo no rosto, o Vitor entra no camarim:
-Ops, atrapalhei algo?-diz Vitor
-Não, entra.
-Não, vou dar uma volta, deixar vocês ai.
Ele falou meio bravo, e saiu, eu não entendi.
-Porque ele ficou bravo? Você e ele...
-Não não, jamais. Não entendi a reação dele.
-Bom, nesse caso deixa eu ir, vai que ele fica bravo comigo.
E ele foi, 3 minutos depois o Leo entrou com a Bruna, e logo atrás o Vitor. Depois saimos, e eles começaram a atender fãs.

**continua amanhã


                11-Eu, na equipe vida boa!



Depois de conversar com meus ídolos e amigos, voltei pra casa. Nem precisa dizer que eu não dormi aquele resto de madrugada. No outro dia postei fotos nas minhas redes sociais dizendo: “Consegui realizar meu sonho.” Todos entenderam que meu sonho era conhecê-los e tirar uma foto com eles, mas na realidade meu sonho era reencontrá-los. Peguei o numero do celular do Vitor, depois ele me passou o do Leo, também me passaram o numero lá do escritório pra eu ver como funcionaria o esquema de trabalhar com a equipe vida boa. Eu queria muito, mas meus pais não queria deixar.

-O que você tem na cabeça filha? Não tem lógica você trabalhar com eles, por mais que goste deles e que conseguiu encontrá-los, mas poxa...-diz mãe

-Tanto emprego por aqui. Ta meio difícil, mas tem, só continuar procurando, pelo menos daí depois da pra você estudar. Agora vai pegar e sair por ai viajando, você só tem 18 anos! –diz pai

-Pai, eu conversei com a moça la do escritório deles, (e expliquei tudo), então pai, mãe, eu gosto de viajar, vocês sabem, e poxa...é uma ótima oportunidade!

-Bom, você que sabe Dany, a vida agora é sua ta. Mas não reclama depois.-diz Mãe

                Eu fui contra a vontade deles, eles concordaram também por que o Leo se responsabilizou por mim kkkkkkkkkk. Diz ele que ia me vigiar e não deixar eu fazer besteiras. Ficou combinado então que eu seria contratada, mas eu teria que ir em Uberlândia, pois eles tinham um show lá, daí eu já iria acertar tudo lá no escritório e já via o show deles.

                Peguei minhas economias, fiz minhas malas e fui para Uberlândia. Fui em uma segunda feira, cheguei na terça de manhã e o Vitor foi me buscar na rodoviária. (Poderia ter vindo de avião se tivesse aceitado que eles pagassem, mas eu quis vir por minha conta, de ônibus.)

-Dany, vou ti levar na fazenda, daí mais tarde vamos todos juntos pro escritório, eu, você e o Leo. Ai você conhece a Taty, os meninos e também minha irmã que ta ai.

-Que legal Vitor. Mas não quero incomodar vocês hein.

-Ah, para. Kkk. Você chegou a conhecer o Matheus?

-O Matheus sim, até os 2 meses se não me engano vocês moravam em SP ainda. Já o Antonio vi algumas fotos na internet.

-Hahaha. Eles já estão grandões. O Matheus ta com 8 anos e o Antonio com 4 se não me engano kkk.

-Haha, nem sabe a idade dos sobrinhos kkkkkkkkk.

-Não, mas é , kk, é porque é tanta gente pra eu lembrar da idade que eu acabo esquecendo até da minha. Kk.

-Eu tenho 18 ta. Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

-Hahahahhahahahahaha. A Sua eu lembro.

                Depois de uns 20 minutos chagamos na fazenda. Era lindo o lugar, mais perfeito do que nas fotos que via nos fã clubes. Tinham 5 carros lá na garagem, imaginei ter bastante gente por lá, um dos peões da fazenda veio nos cumprimentar assim que descemos, e junto com ele veio a Chalana, cachorra São Bernardo deles.

                Enquanto eu me distraia com ela, (só olhando) kk, o Vitor levou minha mala pra dentro, depois voltou e me chamou pra entrar. Pelos carros (só carro chique) eu já estava meio nervosa pra entrar, mas entrei. Na Sala estava a Taty com o Antônio, a Paula e a.... a... a XUXA!!!! Eu não podia acreditar que ela estava lá, mas agi na maior naturalidade, eu não ia muito com a cara dela, mas ela era amiga da família, então... A Taty foi a primeira a levantar e me dar um abraço.

-Oi Dany, que saudade de você minha linda.

-Saudade sua também Taty. Oi Paula...

-Olá. Dany, te vi uma vez, você era bem pequena. Lembra de mim?-diz Paula

-Lembro sim... E esse menino ai escondido atrás da mãe hein? Matheeeus!-diz eu

-Kkkkkkk. Sai daí filho, da um abraço na Dany.

                Abracei ele e tal, ai fui cumprimentar a Xuxa, me apresentaram pra ela. Confesso que foi bem mais empolgante conhecer a Chalana. Kkkk. Ta, isso é feio...vou parar. A Xuxa é uma boa pessoa. O Vitor foi beber um cafezinho, eu sentei ali mesmo, depois veio o Leo me cumprimentar, com o Antônio. Ele era um fofinho, bem quietinho, depois foi brincar com o Matheus, com a Paula e a Xuxa. Ficou eu, o Leo, a Taty e o Vitor conversando, e depois de uma meia hora, o Vitor:

-Gente, vamos andar ai na fazenda, pra Dany conhecer.

-Vamos sim cara, Taty, depois se os meninos quiserem andar de cavalo, pede pra alguém me procurar. O Toni disse que queria andar...-diz Leo

-Ta bom amor. Vai lá.

                E fomos. A fazenda era realmente linda, e a pessoa aqui não sabia andar de cavalo, e justo o desastrado do Vitor foi me ensinar, o cavalo era gigante e eu baixinha, ainda bem que era manso. O Vitor me ajudou a subir no cavalo e eu morri quase, porque pra começar o perfume dele era muuuuito bom, o jeito dele apaixonava qualquer uma, e aquele sorriso então, ai imagina ele te ajudando a subir em um cavalo...ô sonho. Enfim, kkkk, ai fomos andar.

-Devagar porque eu não sei controlar esse negocio se ele começar a correr ta.-diz eu

-Esse “negócio” chama cavalo e ele obedece seus comandos se você mandar haha.-diz Vitor

-Kkkkkkkkkk. Vamos mais devagar então. –diz Leo

-Leo, você cresceu mais? Ou é só impressão? –diz eu

-Hahahahahaha. Só impressão, eu emagreci, isso sim. Não é porque casei que deixo de me cuidar. Kkk

-Ta certo uai.-diz eu

                Enfim, depois do passeio fomos almoçar, pouco depois fomos ao escritório então. A dupla foi ensaiar com a banda, eu aproveitei e conheci todo mundo da banda e várias pessoas da equipe que estava lá. Quando foi 4 horas o Vitor pegou o carro e foi embora, dizendo que tinha um compromisso, nem pro Leo ele falou o que era, pra variar, cheio de mistérios.

                No escritório, tinha um rapaz que trabalhava lá que era a cara do finado Arthur, alguns anos mais velho. No caso se o Arthur tivesse vivo seria idêntico a ele. E detalhe, esse rapaz estava afinando o violão do Vitor, e sentou pra tocar um pouquinho. Daí eu fui lá.

-Oi.

-Olá, você é a moça que veio trabalhar com a gente não é?

-Sim. Qual seu nome?

-Pedro. E o seu?

-Dany. Você toca violão também?

-Toco, e amo isso. Toco desde os 10 anos de idade, agora eu tenho 21.

-Que legal. Eu toco também sabe, foi o Vitor quem me ensinou.

-O Vitor?

-Sim, da época que ele morava em SP.

-Ah ta, ele falou um dia de você aqui mesmo. Rs.

-Você parece um amigo meu, idêntico... ou melhor, um ex amigo.

-Hahaha, é?

-Sim. Mas ele faleceu a 2 anos.

-Lamento.

-Desculpa atrapalhar, mas eu vim te chamar pra ir embora Dany, já está tarde. Depois vocês conversam haha, to de olho hein Pedro, olha olha.

-Kkkkkkkkkkkk, que isso Leozão. Estamos nos conhecendo só cara. Haha.

-Kk. Sei. Falô bicho, até mais.

-Té, tchau Dany.

-Tchau Pedro.

                Quando estamos no carro eu falei:

-Bonitinho o Pedro né? Gostei!!! Kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

-Hahaha. Ele é solteiro viu, e uma boa pessoa.

-Rsrsrs.

                Fomos pra fazenda, ia dormir lá, o show deles era na quarta. O Vitor apareceu na fazenda era umas 9h da noite, estávamos todos do lado de fora conversando e a Xuxa não estava mais lá. O namorado da Paula, o Washington Muzzi que também é cantor estava lá com ela, ele e o Vitor faziam até campeonato de piadas enquanto bebiam uma cervejinha.

                Até então eles ainda não sabiam do Arthur, ai o Leo:

-E o Arthur Dany? Como está?

-O Arthur? Vocês não receberam a notícia né...-diz eu

-O que aconteceu?-diz Vitor

-Quando ele fez 16 anos, ele me pediu pra voltar com ele, porque disse que estava gostando de mim, nesse dia ficamos tocando violão a noite na pracinha perto de casa... (uma lágrima correu no meu olho), mas ai eu disse que tinha que pensar e... e quando ele levantou pra ir embora, atiraram nele, eu olhei pra trás (já estava chorando nessa hora), e vi aquele corpo esticado no chão, já morto, e o violão jogado no meio do asfalto...

                Todos ficaram de boca aberta! Não acreditaram, ficamos falando sobre ele, mas ai eu pedi que mudassem de assunto, pra eu não ficar lembrando.






10-Depois da chuva vem o sol



Pra me distrair, eu procurava sair com algumas amigas da escola. Em uma balada que fui conheci um rapaz chamado Henrique, foi assim, eu estava sentada com uma amiga, a Bruna, ai esse rapaz chegou lá e disse:

-Olá moças, tudo bom.  (e nos cumprimentou, depois olhou pra mim...) Será que eu posso conversar com você moça?

-Sim, pode.

Me levantei e fui com ele em um canto mais calmo.

-Deixa eu me apresentar, eu sou o Henrique, mas pode chamar de Henri, e você?

-Daniele, pode chamar de Dany, hehe. Você é daqui mesmo?

-Sim, daqui de Londrina, e você?

-Também.

-Poxa, que legal.

E fomos conversando e tal, ficamos e eu peguei o numero dele. Trocávamos SMS quase todos os dias, e todas as noites ele me ligava. Fomos nos tornando amigos e cada vez mais íntimos. Sempre nos finais de semana saímos quando dava e em um belo dia ele me pediu em namoro.

Ele trabalhava em uma Lan house, era técnico em informática, tinha 21 anos e estava fazendo faculdade de História, por que ele amava o  assunto. O Pai dele morava em New York, e ele morava com a mãe e a irmã que se chamava Lilian, a irmã dele não ia muito com a minha cara, então eu não ia muito lá, acho que era por ciúmes do irmão.

Era incrível, eu sentia uma confiança enorme nele, nos respeitávamos acima de tudo e ele não me forçava a nada. Não era perfeito, mas melhor que ele até então, só o finado Arthur. Confiei em contar minha história a ele, sobre o Victor e Leo e sobre o Arthur, ele ficou até meio emocionado, e depois disse que iria me fazer muito feliz.
            O Bom de tudo é que ele me agüentava ouvindo 22 horas por dia Victor e Leo, aceitava meus enormes pôsteres no meu quarto, ou fingia que aceitava né. Eu resolvi dar essa chance pro destino, afinal eu precisava de alguém que me fizesse feliz, e se o Henri fizesse isso por pelo menos um pouco de tempo, eu já ficaria muito grata.

Eu tentava arrumar emprego, mas tava muito difícil, meus pais apoiavam a idéia, mas o Henri não:

-Mas Dany, você tem que estudar, hoje vocês podem passar por momentos difíceis financeiramente falando, mas pelo menos se fizer uma faculdade, amanhã você terá um salário bom e vai poder ajudar em casa.

-Ta Henri, mas meus pais estão contando que vou trabalhar. E já resolvi, eu vou.

-Bom, você que sabe, só quero te ajudar, ajudar todos vocês.

O tempo foi passando, e eu achava injustiça o Henri estar comigo, porque eu não amava ele como ele merecia, e ele abriu mão de uma garota que o amava pra ficar comigo, não era justo. Terminei com ele.

-Mas porque isso agora Dany?

-Porque você merecia mais de mim, e eu não consigo... Poxa, você gosta tanto de mim e eu não consigo te amar dessa forma, estou sendo injusta contigo, entende?

-Sei.

-Fica com quem te ama, é por querer o seu bem que te digo isso, é bom que você seja amado.

-Se é pra gente ficar com quem ama a gente, porque então não fica comigo?

Correu uma lágrima do olho dele, e do meu. Estava a noite, olhei pro céu e vi aquela estrela...amais brilhante...o Arthur! Lembrei dele e falei:

-Porque as vezes o destino é injusto com a gente...eu estou confusa Henri, se gosta de mim, vai me entender.

E ficou assim, ele tentando entender os meus motivos e eu tentando convencê-lo. Durou 4 meses, terminamos, mas continuamos meio amigos por mais 1 mês, até que ele foi morar nos EUA com o pai dele. Deixou faculdade, deixou tudo, e mais uma vez eu me senti culpada. Parecia que eu só fazia besteira nessa vida.

                Bom, o que me animou foi a noticia de que Victor e Leo estariam em Londrina! Demorou mais aconteceu, Um show de Victor & Leo! Desde os meus 14 anos que não ia em um show, já ia fazer 7 anos que não vi pessoalmente os meninos, e 5 que não falava com eles. Foi triste ter perdido o contato. Pois bem, eu estava super feliz pelo show ser em minha cidade e eu poder ir. Arrumei ingresso quase um mês antes, com muito custo claro, porque tava 90 reais. A Isa veio pra minha casa naquele dia, ela viajou só pra ir no show comigo e fazer uma loucura básica.

                Fomos as 5 e meia no hotel em que estavam graças a informação de uma pessoa da equipe, essa pessoa nos informou o numero do quarto do Leo também. A Isa veio de carro, ela já tinha carteira de motorista e ganhou um carro do pai, então seguimos de carro pro hotel.

                Tentamos subir direto, mas ai o guardinha la:

-Com licença, onde vão?

-É que nossa amiga está hospedada aqui e nos pediu pra subir.-diz eu

-E vocês acham que vou acreditar nisso?-diz segurança

-Sim, me deixa conversar com a recepcionista, licença. -diz Isa

                E ela foi:

-Olá, em que posso ajudá-las?

-Seguinte moça, hoje haverá o show da dupla Victor & Leo, e nossa amiga de Curitiba está hospedada aqui pois ela irá ao show com a gente. Só que o segurança não quer deixar a gente subir.-diz Isa

-Vocês já sabem o numero do quarto dela?

-Sim, ela já nos informou. -diz eu

-Então siga por ali, o elevador é à direita.

-Muito obrigada moça, tenha um ótimo dia. -diz Isa

-Obrigada eu.

                E fomos, quase rindo, mas com a sensação de que estávamos próximas da dupla. Era 14° andar, 1404  o quarto do Leo. Subimos, e a cada andar meu coração apertava mais. Quando chegamos lá em cima, a surpresa: 8 meninas na porta para tirar foto, e 2 seguranças.

-Vieram tirar fotos?-diz segurança

-Não exatamente...-diz eu

-Viemos falar com o Leo...-diz Isa

-Kkkkkkkkkk. Desculpe-me mas nem foto eu vou permitir vocês tirarem, já veio gente demais aqui.

-Moço, por favor, a gente ama eles! -diz eu

                Acho que depois de meia hora convencemos o sujeito. As fãs que estavam na frente tiraram suas fotos, eu estava nervosa, com a camiseta que o Vitor havia me dado nas mãos, e a correntinha que ganhei do Leo no pescoço. Finalmente chegou nossa vez, respirei bem fundo e entrei quando o segurança autorizou.

                Não pude conter as lágrimas quando entrei naquele quarto e vi os dois prontos para tirar uma foto com a gente. Nenhum dos dois me conheceu.

-Olá, tudo bom meninas?

-Tudo e vocês?-diz Isa

                Eu não conseguia falar. Só chorava.

-A gente queria que vocês autografassem isso.-diz Isa

                Ela pegou a camiseta da minha mão e deu ao Vitor. Na hora ele travou, e o Leo:

-Dany??????????????????? Isaaaa?

                O Vitor me abraçou forte, o Leo abraçou a Isa.

-Dany! Eu não acredito nisso, obrigado Deus! Você ta bem minha flor?-diz Vitor

-To. (e soluçava de tanto chorar) E vocês?

-Bem, claro, melhor agora.-diz Vitor

                Ai fui e abracei o Leo:

-Minha menininha!!! Que bom te ver linda!-diz Leo

-Ô Leo...-diz eu

                Me deram uma toalhinha pra eu enxugar o rosto. Eles avisaram os seguranças que ficaríamos ali. Sentamos.

-Caramba...quanto tempo. Vocês estão muito diferentes. Né Vitor?

-Estão mais lindas! –diz Vitor

-Que isso. Rs.-diz Isa

-Dany, fala, você ta quieta! –Diz Leo

-To em choque! Kkkkk

-Como a gente foi perder o contato, putz!-diz Vitor

                Conversamos ali um bom tempo. Depois fomos pro carro e eles seguiram pro local do show atender mais fãs. Assistimos o show de camarote e marcamos de nos encontrar no hotel outra vez, mas a Isa teve que ir embora, então foi só eu no hotel. Ficamos no quarto do Vitor conversando, peguei contato deles e liguei pros meus pais falarem com eles também. Pena foi que não puderam ir em casa, ficou para uma próxima.

-Mas me conta Dany, você terminou a escola já né?-diz Leo

-Sim, ano que vem começo a faculdade, mas acho que não vou fazer.

-Porque?-diz Vitor

-Vou ter que trabalhar e ajudar em casa né.

-Sei. Poxa, mas você tem que fazer uma faculdade.-diz Vitor

-Talvez trabalhando eu consiga sabe. Mas o pior é que ta difícil arrumar emprego por aqui.

-Ah a gente tava... não, deixa quieto.-diz Vitor

-Diz Vi.-diz eu

-Acho que ele ia falar que a gente ta precisando de uma assistente no camarim sabe, pra ajudar organizar la, e seria uma boa ter você trabalhando com a gente.-diz Leo

-Mas Leo, ela só tem 18 anos e acho que seus pais não deixariam não é Dany?

-Quem sabe, seria ótimo trabalhar com vocês.



**continua amanha



9-Goodbye My Lover, goodbye my friend...



Quando fiz 15 anos meu pai me deu um violão elétrico, o que eu tanto queria. Eu fiquei muito feliz, mas com um aperto no peito, parecia que eu não podia aceitar aquele violão, pois quem deveria ter dado era o Vitor, ele quem havia prometido! Mas não, pensamento errado... meu pai deu com todo amor e carinho, ele e minha mãe na verdade.
            O Arthur já iria fazer 16 anos no mês seguinte, porque ele sempre foi quase um ano mais velho que a gente, porém estudávamos na mesma série. Certo dia um primo dele veio pra São Paulo, um primo de 18 anos, esse gostou da Isa, e em uma festinha que fomos juntos pediu pra ficar com ela, e eu acabei ficando com o Arthur, depois de muito tempo. Rs.

Depois disso, não sei o que aconteceu, mas parece que aquele sentimento maior que o de amizade surgiu novamente entre nós, e ficamos mais umas 4 vezes, quando então o Arthur chegou em mim e me pediu em namoro, pela 2° vez, só que agora sabíamos um pouco mais sobre o que era a paixão. Estamos tocando violão em um jardim de uma pracinha perto da nossa casa, era a noite.

-Dani, eu sei que você pode até me achar um bobo, ou sei lá, mas eu acho que ainda gosto de ti. Sabe, na verdade estou apaixonado.

-Ah... an... então... é? Rs

-É sim. Namora comigo? >.<

-Ah Arthur, eu tenho que pensar, tipo, não que eu não goste de você, mas acho que sei lá, você me da um tempinho pra pensar?

-Claro linda. O tempo que precisar, se for pro nosso bem...!

-Rs. Valeu Arthur, te adoro.

-Eu também. Olha aquela estrela...

-Qual?

-A mais brilhante lá.

-Sim, vi. O que tem ela?

-Ela é como o que eu sinto por você. Porque pode passar mil anos, mas ela sempre estará, brilhando, como eu quer que seja nosso amor.

Eu chorei ouvindo isso, e abracei ele, depois beijei. Em seguida ele disse que tinha que ir embora. Eu me virei e fui também, de repente ouvi um carro freando bruscamente e barulhos de tiro. Quando me virei só vi aquele negro violão caído no meio do asfalto, uma mancha de sangue, e o corpo do meu melhor amigo caído ao chão...

Travei, não conseguia pensar em mais nada, logo uma multidão em volta. Uma pessoa me perguntou algo que nem lembro o que era, mas eu só consegui dizer: “Ele era meu amigo...” Acho que passei o telefone dos meus pais e essa pessoa ligou, vieram me buscar. Não quis saber de mais nada, eu perdi meu amigo, ele foi levado ainda com vida pro hospital, mas ligaram em casa dando a noticia de que ele havia falecido.

Eu não pude acreditar em mais uma tragédia. E fiquei me perguntando perturbada, se eu deveria ou não ter aceito aquele pedido de namoro dele... ele se foi na dúvida, e eu percebi que amava ele depois que ele se foi!
            No enterro eu e a Isa ficamos em silêncio e levamos seu violão lá. Tocamos uma música em sua homenagem: “Goodbye my lover” ...Não teve uma pessoa que não chorou. Eu cantei chorando! Meu inglês não era perfeito, afinal não sabia mesmo, mas eu decorei e sabia a tradução da música, e me emocionei...

Fiquei sem assunto com meus pais e com a Isa. Na verdade eu me tranquei no meu quarto e no meu mundo, ouvindo Victor e Leo eu me acalmava, parecia uma massagem ao coração. E eles nem sabiam sobre o Arthur, e não tinha como eu contar. Até sei o que o Vitor diria: “A música perdeu mais um grande futuro representante dela, mas ele nos deixou coisas boas...” Porque ele podia estar sofrendo, mas sempre dava um jeito de achar o lado bom de tudo. Já o Leo ficaria em silencio, me abraçaria e choraria comigo, depois tentaria me distrair pra eu não sofrer.

Respirei fundo e continuei minha vida, por mais difícil que fosse, só que volta e meia eu pensava em tudo de ruim que havia acontecido, porém eu pensava assim, que Deus estava preparando algo bom, pois não era possível uma pessoa sofrer tanto assim. Ao mesmo tempo eu imaginava que haviam muitas pessoas passando por coisas piores, passando fome, sem abrigo, sem ter o que vestir... Mas é a vida!

Dois meses depois encontraram os bandidos que mataram o Arthur, e sem motivos. Foram presos, ainda bem. Eu nunca mais fui a casa do finado Arthur, porque quando eu via a mãe dele naquela profunda depressão, eu ficava mal, e eu sabia que se eu ficasse pra baixo não me faria bem isso.

Certo domingo, em um churrasco la em casa, com minha família e alguns parentes de outra cidade, começou a tocar uma música bem antiga: Walk of Life, do Dire Streits, uma das influencias do Vitor e do Leo, e foi uma das músicas que mais tocavam nos churrascos que fazíamos logo quando se mudaram pra SP. Eu chorei ouvindo ela e uma tia me perguntou:

-Menina, ta chorando porque?

-Essa música me lembra dos meus amigos que foram embora.

-É? Eles foram pra onde?

-Pra Uberlândia.

-Ah, é o Victor & Leo?

-Sim.

-E você sente muita falta deles?

-Sinto. Eu perdi o contato com eles.

-Agora eles estão famosos, vai ser difícil encontrá-los. Quer uma dica? Tente esquecer! Quando amigos meus vão embora, eu tento esquecer.

-Amigos verdadeiros a gente nunca esquece! Nunca!

Isso me lembrou também do Arthur, então sai dali e não discuti. Estava em férias, então fui com meus parentes pra praia, lá me diverti até, a Isa foi também comigo, eu a convidei. Foi bom pra nós duas, mas quando voltamos caímos na mesma lembrança de tudo outra vez.

Quando terminei o ensino médio me mudei de São Paulo, fui morar no Paraná, em Londrina. Eu falava com a Isa direto por telefone e internet. Nas férias ela foi me visitar, e quando eu fiz 18 anos fui visitá-la também em SP. E assim tudo seguia, as lembranças já não me perturbavam tanto mais, só que estávamos em dificuldade financeira em casa, então optei por arrumar um emprego ao invés de fazer faculdade.






7- Sem você



O Vitor tinha me dito uma vez que a intensidade dos show ia ser maior, mas não sabia eu que passaria pela cabeça deles de ir morar em outra cidade. Eles não falavam desses assuntos perto de mim, escondiam não sei porque. Em show deles fora de São Paulo só fui em um, que era em Campinas, meus pais me levaram, mas achavam perigoso, pois ia muita gente nesses lugares.

Na escola, quando acabou o ano letivo, passei uma semana num sítio ecológico, tipo um acampamento de férias com meus amigos, e quando voltei percebi que havia um movimento estranho na casa do Vitor e do Leo. Era umas 9h da manhã, uma segunda feira. Peguei meu violão e fui la pro Vitor afinar e pra saber o que estavam fazendo também.

Quando cheguei lá e vi aquelas caixas pela casa, coisas desmontadas e empilhadas, custei a acreditar na hipótese, ou na certeza mesmo de que estavam de mudança!

-Dany?-diz Leo

Meu olho se encheu d’agua.

-Vocês não vão se mudar?

-Ah... nós vamos Dany. Ninguém te contou nada?

Nisso a Taty, chega com o filhinho Matheus no colo.

-Vamos para Uberlândia. –diz Leo

Fiquei sem reação.

-Nãao! Mas por quê?-diz eu

-Dany, lá os nossos empresários acharam melhor e o Vitor ta mal aqui, você sabe que ele ta meio depressivo, a gente vai ter uma vida nova, começar em outro lugar, é essencial pra nossa carreira.-diz Leo

Eu não chorei, fui com meu violão lá no quarto do Vitor, que estava arrumando sua mala.

-Oi Vi.

-Ô minha florzinha, oi. Entra ai.

Fui e sentei na cama do lado dele que dobrava uma camisa.

-Porque vocês vão?

-(...) É o jeito Dany. Lá é melhor pra nossa carreira e irei fazer terapia la também.

-Faz aqui. E vocês já fazem bastante sucesso aqui Vi.

-Não depende só da gente meu anjo. Lembra que eu te falei que ia ficar mais difícil?

Uma lágrima correu pelo meu rosto.

-Hei. Olha pra mim, eu não quero que você chore. Não é pra sempre, vamos nos ver quando der. Falaremos-nos por telefone.

-Não vai ser a mesma coisa.

O Leo entrou no quarto.

-O vôo sai daqui 3h Vitor.-diz Leo

-Beleza Leo.

-E você ta chorando Dany? Não... para.-diz Leo

O Vitor me abraçou. Não chorei de verdade, tava segurando como o ele pediu.

Ficaram tristes, todos nós ficamos. Eu fiquei em silêncio, o Leo saiu do quarto. O Vi continuou dobrando as camisas dele.

-Nossa, essa camisa já me deu muita sorte, rsrs. –diz Vitor

-Eu amo quando você vai cantar com ela.

-Eu sei. Eu também gosto muito dela, eu ganhei do meu avô antes dele falecer. Já não a uso mais, mas tenho um carinho muito especial por ela. Só que eu quero dar ela pra você guardar como lembrança minha...quer?

-Mas foi seu avô que te deu Vitor. Ela é especial pra você...

-Mas eu sei que você vai cuidar bem dela, é de coração. Toma.

-Obrigada Vi.

Abracei ele de novo.

-Eu te prometi que ia te dar o violão elétrico Dany, mas não dei. Eu ainda vou dar ta bom?

-Ta. Não precisa se preocupar.

Ligamos pro Arthur e pra Isa irem lá se despedir, e eles foram, logo voltaram pra suas casas. Quando faltavam 15 minutos pra saírem de casa, meus pais foram lá se despedir. Meia hora de conversa, agradecimentos e tal. Por ultimo foi eu, a Taty me deu um abraço, e eu dei um beijo no Matheus que dormia feito um anjinho. Meus pais foram trabalhar, senão se atrasariam.

-Bom, vamos indo né. Vem cá Dany.-diz Vitor

Ele me pegou no colo e me abraçou.

-Tudo de bom pra você minha linda, quando sentir nossa falta liga ta bem? E olha, não desiste nunca dos seus sonhos ta bem? Tenha sempre bons valores e não deixe se enganar por nada ta? Eu gosto muito de você!

Ai ele me colocou no chão, o Leo abaixou, tirou a correntinha que tinha no pescoço e colocou no meu:

-Quando você se sentir sozinha, segura no crucifixo ai da correntinha e faz uma oração, por você mesma e por nós. Deus vai te deixar com menos saudade e mais felicidade ta? Como o Vitor disse, não desiste dos seus objetivos. E não chora Dany... senão a gente chora também.

Não adiantou muito pedir, eu chorei tanto. Me falaram tchau e entraram no carro. Eu simplesmente sentei na frente do portão da casa deles e fiquei ali chorando, vendo o carro partindo. Meu pais foram trabalhar e eu estava sozinha, porque dessa vez eu não tinha eles pra me fazer companhia, eu não ia nunca mais entrar naquela casa.

É, eu nunca poderia imaginar que ia gostar tanto daqueles dois caras que um dia se mudaram ao lado da minha casa, nunca ia crer em uma amizade que partiu de um favor que eu fiz ao emprestar uma vassoura, porque por mais que eu estivesse com medo de abrir aquela porta, quando o Leo falou pela 1° vez comigo, eu me acalmei e vi a simplicidade nos olhos dele. O que me levaria acreditar que aquele tal de Vitor iria me ensinar tanta coisa, por causa dele hoje eu sei tocar violão...e aqueles sermões explicativos dele que eu não entendia nem metade? Eu achava que não entendia, mas agora tudo faz sentido...

O Meu Deus, por que fez isso comigo? Ou melhor, não vou julgar Deus, não é culpa dele. Era incrível como num pedaço de tempo tão pequeno, chorando ali naquela calçada, eu ficava relembrando de tudo. Das vezes que ia nos barzinhos com eles e dormia em qualquer canto, dos dias que brinquei na chuva com o Leo, das ajudas que o Vitor me deu nas matérias de escola e até das piadas sem graças dele. Até as broncas que o Leo me dava fazia falta. Estava com a sensação de que a melhor fase da minha vida eu ia passar sem eles: A adolescência!

Mas foi pensando em tudo que fizeram e me disseram que eu levantei dali e fui viver minha vida. A ausência deles não fez com que eu os esquecessem, pelo contrário, eu me tornei fã do trabalho deles, porque se das pessoas eu não poderia estar todos os dias perto, da música e da arte deles eu podia!

A primeira coisa que fiz naquela tarde, foi fuçar meu quarto inteiro procurando tudo quanto é material que tinha deles, colava pôster em um lugar, fotos em outros. Desenhei e escrevi seus nomes na parede, e pela primeira vez optei escrever o nome que o Vitor gostava de ser chamado fora da vida real: Victor. Tudo onde você olhava estava escrito Victor & Leo, eu era sua fã numero 1 e isso ninguém podia tirar de mim.

Apesar disso, na primeira semana fiquei com febre e chorava todas as noites por eles. Eu ligava quando meu pai deixava, e pra variar chorava no telefone. O que me animava de verdade era o Arthur e a Isa, eles me distraíam bastante na ausência da dupla.

3 meses depois, quando a saudade estava maior, porém o conformismo já era visto em mim, algo trágico aconteceu... Mais uma vez, com quem eu amava...


***To postando o cap 8 tb pq fiquei 2 dias sem postar

8-Sem você, não mais



Meus pais se mudaram de casa, e para minha surpresa fomos morar no bairro em que o Arthur morava. Nossa, eu fiquei mega feliz, e na medida que crescíamos, nosso amor aumentava. Quando fiz 13 anos, me separei do Arthur, porque ele disse que estava dividido entre mim e a Isa, ele acabou ficando com ela e eu sofri muito. Chorava todas as noites por causa dele, e as coisas aconteciam tão intensamente em minha vida, que sem perceber fui perdendo o contato com o Leo e com o Vitor. Estava esquecendo deles e então mais uma surpresa aconteceu, eu me apaixonei de novo, só que dessa vez o amor era impossível.

Faziam 2 meses que minha tios (não irei citar nomes) haviam se mudado pra São Paulo, perto da casa da gente, junto com ela veio meu primo e a namorada dele. Meu primo era 7 anos mais velho que eu, ele tinha 20 anos, era brincalhão e eu gostava muito de conversar com ele. Só que a medida que o tempo passava eu ia gostando dele, porém eu não queria e me sentia culpada, eu era amiga da namorada dele também, e ficar com ele seria impossível, não só por esse motivo, mas pela diferença de idade também.

Eu comecei a compor por causa do meu primo, quando eu estava com o Arthur eu queria compor, mas não conseguia ai eu ficava me perguntando se aquele amor era verdadeiro, só que era tarde, porque eu só pensava agora no primo. A pior coisa que eu fiz foi contar isso a ele, alias, foi um dos piores dias da minha vida, 2 fatos me deixaram pra baixo, um foi esse:

Era uma segunda de manhã, meu primo estava em casa e me perguntou:

-Dany, porque você é tão grudada assim em mim hein?

-Ah cara, nem eu sei, gosto de suas brincadeiras, talvez seja isso.

-Não, não é... ou melhor, não é só isso!

-Ta, é que... nossa, como eu vou ti falar isso?

-Fala!

-Eu gosto de você, eu não paro um segundo de pensar em você e...pronto, falei!

-O que? Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. Dany, somos primos, eu tenho namorada, você só tem 13 anos e...mais quantos motivos quer pra entender que você está viajando na maionese?

Depois disso abaixei a cabeça e sai de la, ele tentou chamar por meu nome, mas me recusei a voltar. Fui procurar minha amiga, a Isa, por mais que ela tivesse com o Arthur ainda era a minha amiga, senti raiva só no começo, mas agora eu estava entendendo o amor e se eles se gostavam, que ficassem juntos.

Cheguei la chorando já e contei a ela sobre meu primo, ela me ajudou nisso, chamei ela pra dormir em casa e lá tive a ultima noticia pra arruinar meu dia! Meu pai:

-Dany, estou tentando a dias ligar pro Leo e pro Vitor, mas fala que o numero está desativado, acho que mudaram de número.

-Mas pai, se eles tivessem mudado teriam nos mandado o novo.

-Será? Acho que esqueceram da gente, você mesmo ta vendo eles indo em programas de TV e fazendo um monte de show, nem devem ter mais tempo pros amigos filha.

Eu abaixei a cabeça e fui pro meu quarto chorar, e mais uma vez a Isa estava lá me consolando. Foi assim que passou-se mais um ano. Estávamos com 14, eu ainda gostava do meu primo, ainda sentia falta do Vitor e do Leo, mas ainda tinha meus amigos Isa e Arthur.

Sim, perdi o contato com a dupla. Naquele mesmo ano teve um show da dupla em SP, gravação do DVD deles, 2° da carreira no ginásio Ibirapuera, eu fui com a Isa, o Arthur, meus pais e os pais deles. Eu não podia perder a chance de vê-los de novo. Eu não conseguia acreditar que ia vê-los, me arrumei bastante, coloquei uma camisa xadrez rosa e cinza, uma calça jeans escura e arrumei um chapéu pra combinar, a Isa e o Arthur estavam no mesmo estilo também, juntamos dinheiro um mês antes, estava R$ 160,00 o ingresso por pessoa.

Era uma segunda se não me engano, fomos pro local, ficamos mais de uma hora na fila, nossos pais queriam nos matar por conta disso, mas esperaram por nós. Entramos, não deu pra ficar colada no palco, mas quase. A energia daquela noite estava muito boa, mal podia esperar pra que eles entrassem no palco, e quando a banda começou a tocar e o Vitor entrou, eu chorei já.

Tudo era muito lindo, eu sentia uma mistura de orgulho e saudade deles. O show ia correndo e eu cantava todas as músicas, todas! Até que em um momento tocou a música “Não Mais”, eu não a conhecia, e cada palavra dela me doía no fundo do coração...e eu repetia a frase o tempo todo: “Sem você, não mais...não mais!”

-É Dany, será que a gente consegue entrar no camarim?-diz Isa

-Tem que ter pulseirinha pra entrar.-diz uma garota do nosso lado.

-Hã? Droga, a gente não tem... e agora Isa?-diz eu

-Relaxa, a gente conhece eles, vamos conseguir.-diz Arthur

-Conhece como?-diz a menina do nosso lado

-Do tipo que era vizinha deles quando moravam aqui.-diz Isa

-KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK. Senta lá vai! Acredito hahaha.-diz a menina do nosso lado

-Isa, Arthur, ninguém nunca vai acreditar. Vamos pra la.

E saímos de perto daquela menina, curtimos o resto do show, e estava triste, e na música Tem que Ser você eles sentaram em um canto do palco cantando, perto de onde estávamos. Eu rezava pra eles olharem pra gente, até olharam, mas não nos viram.

O show acabou, fomos tentar ir no camarim, os seguranças impediram todas as nossas tentativas, mesmo explicando a situação eles não acreditaram, claro. Sentei numa escadinha em um canto qualquer, até porque já não importava aonde eu estava, e sim onde eu queria estar! As palavras da Isa e do Arthur se fizeram silêncio, assim como todo ruído do lugar, eu estava profundamente triste. Qualquer um no meu lugar ficaria, ainda ontem eu podia entrar na casa deles, no quarto deles, na vida deles...eu tinha uma vida ao lado deles! Hoje não posso chegar nem perto do camarim, onde eles ficariam somente algumas horas.

-Dany, vamos embora, não chora.-diz Meu pai

-A gente queria entrar no camarim Zé.-d-z Arthur

-Mas eles não vão deixar, eles não acreditariam em vocês, afinal qualquer um poderia inventar uma história dessas.-diz meu pai

Eu levantei sem que pedisse de novo, e fui caminhando em direção a saída, não queria falar com mais ninguém. Raiva deles? Não, nem o Leo e nem o Vitor escolheram me abandonar, foi o destino, e se Deus quis assim, vamos ver o que ele nos reserva pro futuro.



6-Lados opostos da moeda

....O Leo olhou pro Vitor, como se perguntasse: “conto ou não”, o Vitor fez uma cara de “você quem sabe Leo”, o Leo olhou pra Taty, ela fez “não” com a cabeça, e quando ele olhou pra mim eu quase chorei.

O Leo olhou pra mim com uma cara de que “dessa vez passa”, e não contou ao meu pai.

-Leva porque já é hora de criança dormir. Kkkk –diz Leo

-Não sou mais criança! –diz eu

O Vitor rachou o bico de rir e saiu pra lá.

-Do que estão rindo? Não sou mesmo. Pai, deixa eu dormir aqui?-diz eu

-Ta doida? Não né.-diz pai

-Porque? –diz eu

-Porque sua mãe não deixa, e eles querem privacidade.-diz pai

-Se quiser pode deixar Zé, hoje a Tati também vai dormir aqui.-diz Leo

Fui e abracei já o Vitor.

-Deixa pai? Por favor? O Vi falou que vai me ensinar umas coisas de violão sabe...-diz eu

-Kkkkkkkkkkkk eu? Eu não disse nada não. Mas pode deixar Zé. –diz Vitor

-Ta bem, mas vai la pedir pra mãe.-diz Zé

E eu fui, e já voltei com minhas coisinhas básicas: Meu sapo de pelúcia, meu travesseiro, meu edredom e meu violão. (Não durmo sem!!!!)

-Pra que tudo isso?-diz Leo

-Ah, não tem travesseiro aqui em casa não? Tem que trazer da sua? –diz Vitor

-Aiiee ow, eu não durmo sem ta! –diz eu

-Até o violão?-diz Tati

-É kkkkkk.-diz eu

-Vamos ver um filme? –diz Vitor

-Vamoooos!-diz eu

-Hei, você vai dormir, a gente vai ver um filme.-diz Leo

-Ahhhhhhhh.-diz eu

-Dany, olha a hora.-diz Vitor

-É verdade flor, já está tarde.-diz Taty

-Aff. Só um pouquinho, depois eu vou dormir. Eu prometo, deixa?

-Ta Dany, mas só porque hoje é seu aniversário!-diz Leo

Ai fomos pra sala, o Leo colocou um filme pra vermos naquele vídeo cassete já meio velho. Ele e a Taty sentaram no sofá, e o Vitor colocou um colchão no chão e sentou escorando no sofá, eu fui com meu sapo e deitei perto dele. Ou melhor dizendo, no colo dele. Depois de 15 minutos o Leo quis ir dormir com a Taty, eu na minha inocência:

-Nossa Vitor, quando a Taty ta aqui o Leo dorme cedo hein?

-Kkkkkkkkk. Ai que ta, eles não dormem!

-Não? O que eles ficam fazendo então?

-Uai, nada que precise saber hahaha.

-Chato.

-Chato nada. Agora que ta só eu e você me conta, porque é que você beijou o Arthur hein?

-Porque eu gosto dele! E ele gosta de mim também.

-Hahaha. Vou te dizer uma coisa, eu acho até bonitinho isso, você ta descobrindo a vida, só não descobre demais não ta?

-Como assim?

-Ah, não sou eu que vou te explicar isso, são seus pais.

-Fala, por favor.

-Não hahaha.

Quando fui entender o que ele quis dizer naquele dia eu ri demais! Kkkk. Eu era ingênua ainda.

-Hoje eu to feliz.

-Porque Vi?

-Porque o Alexandre, amigo do seu pai, é empresário, e se tudo der certo vai ser o nosso empresário. Mas a gente ainda vai conversar direito.

-Legal. Daí vocês vão fazer mais shows não é?

-Sim, aqui e fora também, até outros estados.

-Ai você me leva?

-Hahahahhaha, se tua mãe deixar. Pensa, vou ficar longe mais pelo menos vou poder comprar um violão elétrico que você tanto quer, porque eu vou ganhar mais.

-Sério?

-Sim. Quero te comprar um bom violão.

-Você é um anjo Vitor. Mas você vive de mal humor de vez em quando, o Leo falou que é por causa que os shows estão aumentando aqui dentro de São Paulo mesmo, então se aumentar mais ainda, você não vai piorar?

-Então, eu não sei Dany.

-Porque aqui você ta perto da gente, de vez em quando sua família vem te visitar, ou vocês vão la, mas se fizer mais shows não vai ter muito tempo livre.

-É a vida né, são os lados opostos da moeda minha flor. Pra você ter sucesso em algo, terá de deixar algumas coisas de lado por alguns instantes, mas nunca pra sempre, claro.

-Entendi.

Os dias foram passando, eu e o Arthur começamos a andar de mãos dadas na escola e assumimos que éramos namorados. Já o namoro do Vitor com a Paula não estava dando certo, separaram. Ele ficou arrasado. Terminaram em um domingo e na segunda eu fui lá falar com eles. O Leo não estava em casa, só o Vitor, que por sinal estava chorando no quarto dele, a porta estava fechada.

-Vi? Abre aqui.

-Que foi?

-Abre?

-Não, me deixa sozinho Dany. Não quero falar com ninguém ok?

Mesmo assim eu abri a porta:

-Eu não falei pra você ir embora?

-Porque você ta chorando?

-Coisa minha, agora vai.

-Não.

Eu não era muito boa pra lidar com essas situações, mas eu fui e sentei do lado dele. E Perguntei de novo:

-O que aconteceu Vitinho?

-Você não desiste né?

-Nunca vou desistir de você, você é meu amigo.

-Ô Dany!

Ele me abraçou e chorou... eu nunca tinha visto ele chorando daquele jeito.

-Eu e a Paula separamos. Acabou!

-Poxa... é uma pena.

Ele ficou mesmo mal com isso. Mas passou. No domingo seguinte uma noticia boa para animar, em um almoço na casa deles, a Tati e o Leo resolveram dar uma surpresa pra todo mundo:

-Gente, eu queria dizer que eu e o Leo tivemos uma noticia muito boa. A gente se ama muito e eu queria falar que teremos mais uma pessoa na família, eu estou grávida!

O Leo sorriu e beijou ela. Todo mundo elogiou, foi aquela “melação”, o engraçado foi o Vitor:

-Como assim eu vou ser tio? Ô LEO!!!!????!!!-diz Vitor

-Kkkkkkkkk. Uai cara, é a vida né.-diz Leo

-Haha, mas parabéns... -diz Vitor ( e deu uma básica declaração de umas 4 horas e meia mais ou menos pro Leo, depois abraçou ele e a Tati. )

A Tati já estava de 3 meses na verdade, é que ela estava meio gordinha, então descobriram tarde. O Leo morreu de felicidade quando soube que era menino. No dia do nascimento a família deles veio pra São Paulo, sei que foi uma tropa pro hospital. Kkkkkk.

O Leo foi morar na casa da mãe da Tati com ela e o bebê que se chamava Matheus. Não era muito longe dali a casa. O Vitor ficou morando sozinho, e claro, eu ia fazer companhia todos os dias pra ele, menos quando ele levava umas “sirigaitas” lá. Ele dizia que eram amigas dele! Eu sentia falta do Leo, ele ia de vez em quando lá...

5-Meu primeiro amor



No meu aniversário de 11 anos meu pai fez uma festinha porque eu implorei muito. Minha avó estava em casa com minha tia, elas moravam no Paraná, estavam de férias em casa, daí chamei uns 8 amigos só, a filha da vizinha do lado: a Julia, que tinha 7 anos (filha daquele vizinho bêbado que citei no começo da história), a minha mãe chamou a velha chata (Gertrudes), que morava de frente a minha casa e meu pai chamou o amigo dele, o Alexandre, com a esposa e o filhinho pequeno de 2 anos, e claro, meus melhores amigos: Vitor, Isabela, Leo e Arthur. O Leo levou a Tati e o Vitor, a Paula.

O Arthur tava contando piadas pra Paula, pra Tati e pra minha tia, elas achavam ele um fofo. Já a minha mãe, a dona Gertrude, minha avó e a mulher do Alexandre estavam na cozinha. Meu pai, o Vitor e o Alexandre estavam lá fora cantando e tocando. Eu, a Isa, o Leo, a Julia e o Kaio (filhinho do Alexandre) estávamos conversando na sala.

Lá fora o Alexandre se interessava no trabalho do Vitor:

-Então, eu e meu amigo Luiz Antônio estamos aqui em São Paulo procurando novos cantores sabe Vitor, e eu já te vi cantando algumas vezes em barizinhos, mas foi o Zé quem falou de vocês.-diz Ale

O Vitor olhou pro meu pai e sorriu, como se quisesse dizer: Obrigado!

-É, a gente faz o que pode ai.-diz Vitor

-Pois então, queria dizer que gostei muito de vocês e se desse pra gente se encontrar qualquer dia pra conversar melhor sobre isso.-diz Ale

-Nossa, da sim.

Anotaram contatos. Depois a dupla cantou um pouquinho pra animar a festinha, cantaram parabéns ( e eu morri de vergonha ), partiram o bolo, comemos e fomos brincar.

A festa acabou eram umas 11 da noite. O pai do Arthur tava demorando buscar ele e todas as crianças já tinha ido embora. Eu e ele estávamos brincando de detetives, no fundo da casa do Leo e do Vitor. A gente se cansou e sentou na varanda da casa. Pela 1° vez eu estava sozinha com aquele meu amigo que eu gostava mas nunca tinha me dado conta. O Arthur era do tipo educado, engraçado, popular e estudioso. Ele não era o mais lindo do mundo, mas era o melhor do MEU mundo. É, acho que eu gostava sim dele.

-Dany, hoje o céu tem mais estrelas.

-Verdade. Olha aquela como brilha?

-Nossa...que linda. Se pudesse buscava ela de aniversário pra você hahahaha.

-Kkkkkkkkkk. Só você!!

Ele me abraçou meio de lado e perguntou:

-Dany, se eu te falar uma coisa você fica brava comigo?

-Não. Pode falar.

-Eu fiquei pensando, e eu acho que gosto de você. Mas só que não como amigo sabe?

-Ah...

Ele ficou com vergonha. Eu também não sabia o que fazer, daí eu falei:

-É, eu também gosto de você assim!

Ele sorriu e ficou olhando pra mim. Nem eu nem ele sabíamos o que fazer, ai ele:

-Acho que a gente tinha que se beijar agora.

-Rs. Acho que sim.

-Não sei o que fazer, então se eu errar, me perdoa.

-Se você errar eu nem vou saber, porque eu nunca beijei ninguém.

Daí ele colocou as mãos na minha cintura e me beijou. Quando vê o Leo aparece:

-Dany? Arthur?

Eu fiquei assustada, o Arthur se afastou.

-Leo? –diz eu

-Hahahaha, eu vou fingir que não vi isso! Depois a gente conversa viu dona Dany! Arthur, seu pai chegou.

-Ta. Tchau Dany, Tchau Leo!

E saiu correndo. Eu levantei, olhei pro Leo meio sem graça, nisso o Vitor veio também com a Tati, e foi abrindo a casa deles.

-Bom, eu vou indo então...

-Vai em lugar nenhum, quero falar com você sobre isso.-diz Leo

-Sobre o que?-diz Vitor

-Peguei a Dany beijando o Arthur aqui na frente!-Diz Leo

-Como é que é? Ô Dany?-diz Vitor

-Vai, entra. Seu pai sabe que você ta aqui. –Diz Leo

Entrei e sentei na cadeira da cozinha. O Vitor guardou fechou a porta e sentou na mesa, a Taty abraçou o Leo e sentaram também.

-Dany, você só tem 11 anos!-Diz Leo

-Ah Leo, mas eu gosto dele.

-Pronto!!! Kkkkkk, agora ficou bonita a história né? Que você acha que seu pai vai falar disso?-diz Vitor

-Vocês não vão contar né?

-Ué, é o certo não é? Porque o errado você já fez.-diz Leo

-Não é errado isso Leo. Ele também gosta de mim.

-Ah gente, sem querer me meter, mas vocês também já fizeram isso não é?-diz Taty

-Sim, mas não com 11 anos amor.-Diz Leo

Meu olho encheu d’agua, alguém bateu na porta, era meu pai:

-Vim buscar a pequena ai.-diz meu pai

O Leo olhou pro Vitor, como se perguntasse: “conto ou não”, o Vitor fez uma cara de “você quem sabe Leo”, o Leo olhou pra Taty, ela fez “não” com a cabeça, e quando ele olhou pra mim eu quase chorei.



**continua amanhã *-----*


4-Meus novos amigos



Certo dia levei meu violão para escola, pra mostrar pros meus amiguinhos o que eu estava aprendendo sobre. Não sabia ainda muitas coisas, nem tinha muitos amigos para mostrar. Em um momento, sozinha com meu violão, chegou um menino:

-Oi, você toca violão?

-Ainda não, sei fazer só algumas coisas.

-Que legal. Posso sentar aqui?

-Pode.

-Qual seu nome?

-Daniele e o seu?

-Arthur Henrique. Então, eu tenho um violão também, toco as vezes sabe, meu pai me ensinou algumas coisas.

-Legal. Quem me ensina é meu vizinho, ele é cantor.

-Sério? Qual o nome dele?

-Vitor, ele tem dupla: Vitor e Leo. Já ouviu?

-Não lembro... mas é legal ser amiga de cantor?

-É sim. Eu adoro eles.

Fiquei conversando o recreio todo com o Arthur. Na saída vi ele, e gritei:

-Ei, Arthur?

-Dany? (...) Você vai embora com quem?

-Com minha mãe, ela vai passar pra me buscar. E você?

-Com meu tio. Já ele vem.

Nesse instante chegou uma menina:

-Oi. Como vocês se chamam?

-Eu sou o Arhur Henrique.

-Meu nome é Daniele, mas pode chamar de Dany.

-Ah ta. O meu é Isabela, mas chama de Isa. Vocês tão esperando os pais de vocês?

-Sim, minha mãe.

-Eu espero meu tio.

-Eu to esperando meu irmão, posso ficar aqui com vocês?

-Sim.-diz Arthur

Ela também perguntou sobre meu violão, expliquei. E assim foi indo, o tempo foi passando e nos tornamos amigos inseparáveis, do nada... No ano seguinte fizemos a 3° série na mesma sala, foi o ano que deixei de ser tímida pra virar bagunceira.

Eu era do tipo que estourava bombinha no banheiro da escola com a Isa, apertava campainha das casas e saia correndo com o Arthur, e por ai vai. Tempo bom! Éramos unidos em tudo, amigos de verdade, pro que viesse! Quando fiz 9 anos eu ganhei um cachorrinho do Arthur e uma gata da Isa, ainda bem que os dois era filhotes e acostumaram juntos. A gata era siamesa e se chamava Jujuba, o cachorro era um Golden Retriever, chamado Levih. Eram minhas companhias. Sempre saia com eles, com  a Isa, o Arthur e meu violão. O Arthur também levava o dele, ele tocava já melhor que eu, e a Isa fazia aula de canto, então a gente fazia nossa banda de brincadeira, mas cantávamos de verdade, só pra gente, mas era legal.

Numa tarde de sábado, o Leo e o Vitor foram em casa:

-Dany, hoje tem show aqui pertinho, na lanchonete da Dona Sônia, quer ir? Se seus pais deixarem, claro.-diz Leo

-Ah Leo, eu queria muito ir, mas eu ia tomar sorvete com a Isa e o Artur, o irmão da Isa ia pagar pra gente...-diz eu

-Hum, que pena.-diz Leo

-Nossa Dany, você passa 24 horas com eles ein!-diz Vitor

-Não passo não. Mas o que tem? São meus amigos!

-Tudo bem, mas não sei se você se lembra, mas ano passado você ficava emburrada ai porque eu passava meu tempo só com a Paula. Agora é você quem não passa o tempo com a gente mais.

Abaixei a cabeça, o Vitor estava num daqueles dias de estresse dele, de mal humor...

-Ah Vi!

-“Ah Vi” nada, to chateado com você.-diz Vitor

-Desculpa ta?

-Hum...-diz Vitor

-Não vai então Dany?-diz Leo

-Ela não vai Leo, ela vai sair com os amigos dela, você não ouviu?

-Vitor...-diz eu

O Vitor saiu.

-Leo, ele ta bravo comigo?

-Não Dany, é que ele ta estressado hoje e sentiu um pouco de ciúmes de você ou sei la.

-Ele nunca falou assim comigo Leo.

E comecei a chorar. O Leo me pegou no colo...

-Não chora anjo. Nossa, ta pesada hein. Kkkkk.

Ele falando “não chora” ai que eu chorava mais ainda. Ele me levou la pra fora, mas eu recusei olhar pro Vitor. Entrei pra dentro e eles foram pra casa deles. Sai de noite com meus amigos, tomamos sorvete, mas eu estava triste. No domingo de manhã fui na casa deles. O Leo ainda estava dormindo, mas o Vitor tava no quarto dele lendo umas folhas la.

-Vi?

-Oi? Ah, você...?

-Afina meu violão?

-Ta vendo só como você precisa de mim? E me trocou já por outras pessoas.

-São meus amigos. E você é também!

-Eu sei Flor, ontem eu tava de mau humor, me desculpa ta. Traz o violão aqui e me da um abraço.

-Eu não tenho irmãos, então você e o Leo são como irmãos pra mim.

-Rs. Own minha linda!

Passaram –se 2 anos, estava com 10, já não era mais uma bebêzinha! Kkkk. Aprendi fácil a tocar violão, o Vitor me passava umas coisas e eu aprendia o resto meio que sozinha e sem saber que estava fazendo certo.

Nesse embalo comecei a cantar também, com a Isa que já cantava muito bem. Juntava eu, ela e o Arthur e fazíamos showzinho na família minha e deles. Era muito legal. Sempre que dava íamos nos showzinhos do Vitor e Leo, mas o que eu menos esperava aconteceu, um desentendimento entre meu pai e o pai do Arthur, fez com que nossa amizade fosse quebrada.



**Continua dia 09/01



3- Somos uma família



Era páscoa, nós íamos passar sozinhos, então chamamos Vitor e Leonardo para saborear aquele almoço de páscoa que só minha mãe sabia fazer.

Na mesa:

-Nossa, ta maravilhosa essa comida Dona Ivonete.-Diz Vitor

-Que isso Vitor. Rs. –diz Ivonete

-A gente fica muito feliz em estar aqui hoje, afinal nossa família mora longe e vocês acabaram sendo nossa família nesse tempo que estamos aqui. –diz Leo

Depois do almoço meu pai e o Leo foram beber uma cervejinha, minha mãe lavava as louças, e o Vitor estava vendo TV, fui la com ele.

-O que você ta vendo Vi?-diz eu

-Filme, se chama Uma Odisséia no Espaço. Mas já ta acabando...

-Ah. Vitor você me ensina a tocar violão?

-Ensino meu anjo. Mas você tem que comprar um violão.

-Ta eu vou pedir pro meu pai.

Pedi, e claro, ele não deu. Era cara um violão, 3 semanas depois veio o Vitor me perguntar:

-E ai Dani, já comprou o violão pra eu ensinar você?

-Não, meu pai não tem dinheiro ele falou.

-Hum, entendo. Se eu pudesse eu te dava um violão, mas a coisa ta feia aqui também.

-Ta.

Naquele mesmo dia ouvi o Vitor dizer a meu pai que ou eles pagavam água ou luz na casa. O dinheiro tava curto, mas deram um jeito.

2 anos se passaram. Eu estava com 8 anos, e no meu aniversário ganhei um violão do meu pai. Era um violão simples, de nylon. Os primeiros acordes aprendi com o Vitor, mas ele parou de me ensinar porque a vida dele tava corrida. Eu tava estudando de manhã, e a tarde eles estudavam música. A noite tinha show e o Vitor saia namorar.

Um dia fui la na casa deles e vi uma moça sentada na sala com o Vitor.

-Oi Dany, entra. (...) Essa é a Paula, nossa amiga... e Paula, essa é a Dany, nossa vizinha e amiga.

-Oi lindinha, tudo bom?

-Tudo ... Se ela é sua amiga porque você ta abraçado assim com ela?

O Leo riu alto la da cozinha. O Vitor ficou sem graça:

-Rs. A gente é um pouquinho mais que amigos Dany.

-Sabia...namoradinhos, namoradinhos lálálá!

-Para...rs.

Eles se beijaram. Descobri que essa Paula também cantava e que já era amiga deles fazia tempo, mas ela era de Belo Horizonte. Eu até gostava dela, mas tinha uma coisa que me deixava triste, o Vitor dava mais atenção a ela. Um certo dia conversei sobre isso com ele:

-Vi, porque você não pode mais me ensinar violão?

-Já expliquei flor, não tenho tempo.

-Mas porque pra Paula você tem?

-É diferente Dany...

-Diferente como?

-Você eu vejo todos os dias, ela vejo pouco, então me dedico mais a ela...

-Porque?

-Uai, como porque? Porque eu gosto dela... kkk.

-E você não gosta de mim?

-Ah Dany, você tem muito o que aprender. Existe vários jeitos de gostar das pessoas, ela eu gosto como namorada, você eu gosto como amiga, o Leo eu gosto como irmão, entendeu?

-Hum, mas você não gostava daquela outra menina loira que vinha aqui de vez em quando? (essa era uma ex do Vitor rs)

-Sim, eu gostava. Mas agora gosto da Paula. A vida é assim Dany, num dia a gente gosta de uma pessoa, mas daí ela faz algo ruim pra você e você deixa ela. Ai os dois sofrem, passa um tempo, você esquece até que passa gostar de outra pessoa. Entendeu?

-Não!

-Ah, esquece! KKKK

Eu não entendia as filosofias do Vitor. Na real eu só fingia que não entendia. Eu gostava de ver ele falando, tinha uma calma enorme e trabalha as palavras. O português dele era excelente, por mais que eu não entendesse certas palavras que ele dizia, na época.

Não demorou muito pro Leo também começar a namorar, foi no ano seguinte. Eu digo namorar porque foi algo sério, eles tiveram várias namoradinhas, mas durava pouco e não era tão grudento. A namorada do Leo se chamava Tatianna, uma moça linda, loira e que morava em um bairro próximo dali.

Em um domingo qualquer, resolveram ir a um pesqueiro, o Vitor, a Paula, o Leo, a Tatianna e chamaram meus pais e eu também. Iríamos almoçar la, e o Vitor com o Leo iriam cantar no pesqueiro, pois estava tendo uma comemoração no local.

No final da apresentação deles, o Leo falou:

-Gente, queria agradecer a todos aqui presentes pela atenção que nos deram. Foi um show muito bom. Em especial quero agradecer ao Sr. Luiz, dono do pesqueiro e a minha família aqui de SP. Não são meus parentes de sangue, mas são meus amigos que sempre nos apóiam e sempre estão lá, pro que der e vier. José, Dani, Ivonete, Tatianna e Paula, amo vocês!

O povo aplaudiu. Ai foi a vez do Vitor.

-Como o Leo estava dizendo, eles são nossa família não de sangue, mas de coração. Porque família é aquela que você escolhe, que está sempre com você, que cria laços de afeto. Então obrigado mais uma vez.

Realmente, éramos como uma família. Por mais que eles não tivessem dinheiro sobrando e nem a obrigação de me dar nada, eles ainda me presenteavam no Natal e no meu aniversário! E eu, no aniversário deles sempre fazia uma cartinha ou juntava moedas do meu cofrinho e comprava algo e eles guardavam com carinho.

2- Meus novos vizinhos


Eu nasci em São Paulo, morava com meus pais, não tinha nenhum irmão. Eu vivia muito sozinha e quase não saia de casa por conta da violência nas ruas. Amigos se limitavam somente na escola. Minha vizinha de frente era uma senhora chata pra caramba chamada Sonia, do lado direito da minha casa não morava ninguém e do lado esquerdo um homem que bebia e batia na mulher.

Meu pai trabalhava na construção civil, minha mãe era doméstica em uma residência de um bairro mais rico, não muito longe dali.


Era 2001, eu tinha 6 aninhos. Estava na pré escola, era meu 1° dia lá. Eu era muito tímida, tinha medo de conversar até com a professora. Minha mãe me buscou na escola, mas não pode ficar nem 15 minutos em casa comigo, pois tinha que ir trabalhar. Eu ficava trancada la sozinha, só saia de casa quando meus pais chegavam, mas naquele dia alguém bateu a porta.

Não atendi. Bateram denovo, me deu um frio na barriga, e na terceira vez uma voz de homem:

-Tem alguém em casa?

Eu abri a porta, um cara alto com cara de mau me disse:

-Olá. Meu nome é Leonardo, sua mãe está em casa?

-Não. Estou sozinha.

-Hum. É que eu me mudei aqui do lado com meu irmão, e a gente tava precisando de uma vassoura, será que você não podia emprestar? Eu devolvo assim que terminar.

-Posso sim. Vou pegar.

Ainda com medo, levei a vassoura até ele, ele agradeceu.

-Muito obrigado. Qual seu nome?

-Daniele.

-Dany! Já venho te devolver ok?

-Ta.

E saiu. Eu fiquei olhando da janela, vi umas caixas do lado de fora da casa, e ele brigando com o irmão pra ver que ia varrer. O irmão dele era um pouco menor, tinha o cabelo meio comprido e tinha cara de ser bravo. Devolveram a vassoura 2 horas depois, minha mãe já estava em casa.

A noite sentei com meu pai na calçada em frente ao portão. Ele tava conversando com o vizinho bêbado, mas naquele dia ele não havia bebido. Um carro encostou na casa ao lado, na casa do Leonardo, fiquei observando, ele e o irmão entraram no carro com um violão, era umas 9h da noite, onde será que eles iriam com um violão naquela hora da noite?

Bom, eu não entendia muitas coisas, eu era bem pequena. Sei que no outro dia a tarde, quando cheguei da escola não vi os vizinhos novos. Só fui vê-los a tarde, quando meu pai chegou do serviço e foi falar com eles, fui lá também.

-Então vocês mudaram ontem pra ca?

-Sim, a gente é de Belo Horizonte.-Diz Leonardo

-Viemos estudar música aqui. A gente canta em barzinho. –diz o outro que eu não sabia o nome.

Nisso cheguei.

-Oi Dany! Tudo bom? É ela que me emprestou a vassoura ontem Vitor.

-Rs. Oi lindinha.

-Fala oi Dany! Ela é tímida. –diz meu pai

Ficamos conversando um tempo ali. Eles era cantores, explicado o motivo de estarem com um violão no dia anterior indo para algum lugar. Meu pai começou a falar sobre música também.

-Eu já cantei muito quando era mais jovem. Tocava bateria e teclado, mas eu parei depois que casei. A Dany gosta de cantar e me ver tocando, mas quase não tenho tempo.

-Que pena, poderia voltar a cantar.–Diz Vitor

-Rs, vamos ver né kk. Bem eu vou entrar, tomar um banho, sempre que precisarem estarei aqui.

-Igualmente seu José, foi um prazer. A gente também ta sempre por aqui, vamos tocar violão um pouquinho agora. –Diz Leonardo

Meu pai entrou, eu fiquei de longe vendo eles cantarem e tocar. Era o Vitor que tocava, era bonito de ver.

Eu não era muito de falar com as pessoas, como já citei, era tímida demais, mas com eles eu falava, até cantava com eles. Sempre quando dava eu ia visitá-los, o melhor dizendo, eu ira “encher o saco” deles. Eu comecei a estudar a tarde, eles estudavam música nesse horário também, a noite meus pais faziam curso, até as 11, e adivinha com quem eu ficava? Isso mesmo, com o Victor e com o Leo.

Mas eles tinham showzinhos pra fazer, e eu ia junto. Não imposta se eles acabavam o show as 6h da manhã e eu tinha 6 anos de idade, eu ia e pronto. Eu ficava acordada até umas 11 da noite, que era o horário que meus pais ligavam pra ver se tava tudo bem comigo. Depois eu dormia em qualquer cantinho, quando o show era em botecos e bares eu dormia no carro, quando era em lanchonete eu só procurava um lugar limpo e confortável, pegava meu sapinho de pelúcia e dormia la mesmo.


Essa aventura durou uns 5 meses, porque meus pais não quiseram mais me deixar fazer isso, afinal era loucura né, eu era uma criança! Mesmo assim, sempre quando dava, lá estava eu grudada neles.

**Cap 3 amanhã




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Seguinte, resolvi escrever essa história porque é o que se passa comigo, em partes. Algumas coisas são reais, outras não. Só pra deixar bem claro, eu não conheço a dupla pessoalmente e qualquer informação sobre eles contidas na história, é porque eu inventei ou é o que todos já sabem sobre eles. Espero que gostem da história, não tem como eu agradar todo mundo, então eu sei que vão ter muitas críticas, mas eu fiz de coração e com emoção. Erros de português também vão ter bastante, eu não sei colocar bem as palavras as vezes, mas dando pra entender é o que importa.





Para Sempre Com você


 

Sinopse:



Uma jovem chamada Dany Amorim, de apenas onze anos, se torna fã de uma dupla sertaneja chamada Victor & Leo. Ela se apaixona e tem um sonho: Conhecê-los. Mas algo estranho acontece, de tanto pensar neles, todas as noites os dois tomam seus sonhos e a cada dia isso fica mais intenso.

Nesses sonhos ela é a personagem principal que interage com a dupla, sendo assim amigos. Mas toda vez que ela acorda vê que isso não é real, que é bem mais difícil e que a distância entre fã e ídolo ainda é grande.

Certa vez ela resolve escrever essas histórias com que sonha, colocando a mais todos os seus desejos e fantasias, criando assim um conforto que apaga a sombra da saudade.

Tudo começa com uma doce amizade, onde a dupla ainda não fazia sucesso pelo Brasil todo, não eram famosos. De repente ela se vê longe deles por azar do destino. Eles mudam de vida, e a saudade e o fanatismo dela aumenta. Ela cresce longe da dupla, e se orgulha deles sempre. Mas o que ela não esperava era reencontrá-los, e pior, se apaixonar pelo Vitor.

Desafios serão muitos, ela se vê presa nesse amor impossível, até que tudo se resolve, mas não da maneira que todos queriam, nem toda história tme um final feliz...

Dany se divide entre sua vida real e sua personagem, na vida real é uma fã como as outras, em suas histórias é uma amiga de seus ídolos.  Ela surpreende a todos no fim, e se quiser descobrir o motivo, embarque nessa história!





1.     O Começo de um sonho



Eu tinha meus 11 anos, morava em uma fazenda no sul de Minas Gerais. Eu não gostava de lá, sempre havia morado na cidade, em São Paulo. Achava Áquila vida caipira demais, e me sentia um peixe fora d’água. Na realidade meus pais se mudaram pra lá na intenção de me tirar da companhia de certas pessoas que estavam me levando ao mau caminho, quem sabe morando em uma fazenda e levando uma vida simples eu não aprenderia o certo.

Arrumei alguns amigos por lá, gostava até da escola. Inclusive a 1° vez que ouvi Victor & Leo foi dentro do ônibus que seguia para a escola, uma amiga cantava a música Fada, perguntei a ela de quem era aquela música, ela respondeu: Victor & Leo.  Ta, eu não fazia idéia de quem eram, eu só curtia rock, pop, música eletrônica e até funk, de modo algum escutava sertanejo. Mas eu fiquei com trechos daquela música na cabeça.

Certo dia, sentada em um banquinho no curral, vendo meu pai ordenhar algumas vaquinhas, ouvi no radinho a pilha que havia lá a música Fada. Nada me tirava a atenção naquele momento, era como se num segundo eu esquecesse todas as músicas que eu gostava e passasse a amar sertanejo. Aquelas vozes suaves, uma melodia bela, uma letra que foi fácil de decorar.

Saia cantarolando os trechos que sabia, até passei a ouvir mais rádio pra ver se tocava de novo aquela canção, para meu espanto tocou uma nova: Fotos! Depois de Fotos eu ouvi Tem que ser você e Amigo Apaixonado. Pronto, Victor & Leo já tinha mais uma fã.

A visão que eu tinha de uma dupla sertaneja é: uma calça colada, uma bota bicuda, um chapéu, uma viola na mão e uma sanfona! Mas quando eu vi a dupla pela 1° vez na TV, mudei totalmente minha forma de pensar. Senti uma emoção intensa e não parava mais de pensar neles.

Era dia e noite falando deles, mas só em casa, porque na escola eu tinha vergonha de assumir essa paixão sertaneja. De tanto falar comecei a sonhar com os dois. Era um sonho tão real, eu lembro bem, sonhava situações em que eu ia no show deles, os conhecia e nos tornávamos amigos.

Eu amava o Leo, dizia que me casaria com ele se o conhecesse de verdade. Não sabia muito ainda sobre eles, fui descobrir na internet um tempinho depois. Eu quis morrer quando descobri que o Leo, minha paixão, era casado e tinha um filhinho. Me conformei, afinal quem sou eu?

Ainda nos meus sonhos, eu me casava com o Leo. Eu tinha uns 20 anos e ele uns 26, mas na vida real eu era uma criança e a diferença de idade era de 19 anos. 

Um dia resolvi que iria colocar essas histórias no papel, e por mais que fosse tudo mentira, eu me sentiria bem, pois aquilo me confortava. Eu tinha um computador velho, Windows 98 se não me engano, la eu passava horas digitando tudo que sonhei na noite anterior e acrescentava mais coisas. Então, chega de blá blá blá e vamos logo ao primeiro capítulo dos meus sonhos, e segundo dessa história. Vamos agora imaginar como se tudo fosse real.



Eu morava em São Paulo, capital. Escolhi SP porque eu nasci lá, e na época em que a história dos meus sonhos começa é aproximada a época em que Victor & Leo cantavam na noite de São Paulo.

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